04/05/2009

O estado lastimável do Jardim Constantino














Chegado por e-mail:

«Assunto: Lisboa e Bairro da Estefânea. Jardim Constantino. Chaga, Ineficácia de Gestão ou vergonha?


Caros Senhores Autarcas
Caras Autoridades Municipais
Caros Cidadãos Lisboetas
Caros Meios de Comunicação Social



JARDIM CONSTANTINO

Ou como CONSTANTINO MARQUES DE SAMPAIO E MELLO passou a ser mais um português enxovalhado, esquecido, ignorado e desrespeitado, apesar de tudo o que ele deu a esta cidade como jardineiro de excelência

Ou como Maputo deveria ser exemplo a seguir, por quem se pensa saber tudo em Gestão Autárquica, Gestão ambiental, Gestão Orçamental, gestão de Qualidade de Vida

Depois do meu mail de Março as coisas modificaram-se e melhoraram muito no Jardim Constantino.

Ou seja,

- continuei a receber algumas respostas do tipo Muito obrigado pelo alerta do estado caótico do Jardim Constantino, de que nos tem sido dado conta desde nos últimos dias, e que nos levou a elaborar um requerimento aos serviços, que seguirá em breve, e de cuja resposta lhes daremos obviamente conta mal a tenhamos recebido.
Melhores cumprimentos
(ainda não fiz a estatística, mas iguais a esta devo ter mais de 100 ao longo dos 4 anos em que não desisto de lutar pelos direitos dos cidadãos, pela melhoria das condições de vida em Lisboa)

- As fotografias em anexo mostram como se tem degradado de dia para dia o ambiente no Jardim Constantino

Não resisti e envio quatro fotografias de quatro jardins diferentes, tiradas no dia 24 de Abril de 2009 em Maputo, Moçambique. Penso que alguns autarcas, quando falam de falta de verbas, não sabem do que estão a falar. Outros falam de falta de regulamentação, também não sabem do que falam, porque se olhassem para as dezenas de serviços que cada autarquia tem, perceberiam logo que será melhor um estágio rápido para alguns responsáveis de alguns serviços, num país “rico” como Moçambique.

Podemos fazer como sempre fazemos – os veículos mal estacionados estão autuados e estão a ser rebocados por agentes da Policia Municipal, a três metros de distância de arrumadores ilegais, estrangeiros que dormem e vivem no Jardim Constantino há mais de três anos.

A minha filha já foi apalpada por um deles, ao que respondeu fugindo a correr e a chorar. Num dia de semana, às 16 h, na semana em que eu estava em Maputo. Teve medo de ir participar à PSP.

As pessoas preferem dar a “volta”. Fugir. Não enfrentar.

Este é o nosso Jardim Constantino


Em anexo 15 fotos do Jardim Constantino e 4 fotos tiradas em Maputo, em 27/Abril/2009.
_________________

Raul Costa»

21 comentários:

  1. se isso tem mau aspecto, vão ás arcadas da praça do comércio.

    este fim de semana contei 30 sem abrigo nas arcadas do ministério das finanças, sendo que por cada um contava-se mais um monte de lixo, papel, cobertores.

    juntem-lhe comida no chão, cheiro a urina e fezes e animais com aspecto doente.

    Não estamos a falar de um a rua escondida.

    Estamos a falar da principal praça do país.

    ResponderEliminar
  2. No sábado á tardinhacontei 30 sem-abrigo nas arcadas do ministério das finanças, mais o cheiro a urina e fezes e animais com aspecto doente.

    Duranta o dia o cheiro é nauseabundo e sente-se na placa central da praça.

    Aqueles infelizes fazem as necessidades, tomam banho e muito mais que se imagine mesmo em frente da esplanada do Martinho da Arcada.

    E têm-se juntado cada vez mais porque as associações de caridade passaram a fazer distribuição de comida nesta zona, o que leva a que cada vez mais se fixem, em deifnitivo, ali.

    Não me parece que se consiga reabilitar ou encontrar interessados para espaço comerciais com este triste espectáculo.

    Estamos a falar da principal praça do país, na entrada dos Ministérios do Governo deste País.

    Será possível que não se encontre uma soluçao oara estas pessoas, que passe por encaminhá-las e libertar o espaço público da sujidade?

    Não estamos a falar de esconder a miséria. Estamos a falar de permitir aos restantes habitantes e visitantes do usufruto de um museu nacional e encaminhar estas pessoas para locais onde sejam acompanhados e não vivam no meio da sujidade.

    Cumprimentos

    ResponderEliminar
  3. Qua falta lá fazia a parelha Costa & Zé!!!

    ResponderEliminar
  4. pois..como em todos os males da cidade, a culpa é so zé...

    ResponderEliminar
  5. Pois, pois, se lá estivesse o Santana Lopes, todos os males da cidade eram da culpa dele...

    Não dá para entender como do Zé que lá fazia falta como o caraças não há culpas nenhumas em nenhuns males da cidade.

    Desde que o vi na TV a defender obedientemente aquela aberração da Liscont, que Zé nunca mas nunca mais...

    ResponderEliminar
  6. Quem sabe se o nosso vereador dos espaços verdes deseje entregar este espaço ao vereador do urbanismo para aí se licenciar um Hotel de Charme. Dormitório já é.

    ResponderEliminar
  7. No outro dia vi lá um gajo a mijar no meio do jardim. Quando é a que a polícia vai começar a multar os javardos que mijam na rua? E são cada vez mais. Se querem mijar entrem num café e façam no WC.

    ResponderEliminar
  8. Pois, aqui o das 8:53 deve ser dono de um café onde quem quiser vai mijar e sujar os sanitários à vontaducha.

    Asneira devia pagar imposto.

    ResponderEliminar
  9. Victor Ribeiro9:08 da tarde

    Bom bom é ter um sem abrigo a dormir e a pôr a tralha á porta do prédio da minha namorada. Como se não bastasse cagam e mijam mesmo á porta do prédio. Isto tudo passa-se na Av. Almirante Reis em frente á antiga fábrica da cerveja da Portugália que está a ser demolida.

    Como diz a música... "Cheira bem, cheira a Lisboa..."

    ResponderEliminar
  10. felizmente espero que essa situação vá mudar com a reconversão de todo esse quarteir
    ão da portugalia!! pior não pode ficar...
    já agora sabem o que la vai ser construído?

    ResponderEliminar
  11. Eu moro mesmo ao lado do Centro de Apoio Social dos Anjos, vulgarmente conhecido como "Sopa dos Pobres" e, apesar de andar por lá um polícia (apenas nas horas de refeição), a sujidade é imensa (lixo, urina, pacotes de vinho, etc...).
    O problema está no facto dos utilizadores passarem os dias inteiros nas imediações à espera das refeições.
    Muita gente, com maus hábitos e muito vinho à mistura não dá bom resultado, sendo frequente as rixas e danos em automóveis (devidamente estacionados).
    Em tempos confrontei a SCMLisboa/CML sobre este facto, questionando ainda porque é que essas entidades não arranjavam ocupação ou trabalhos comunitários para toda essa "mão-de-obra improdutiva".
    Foi respondido que não é possível "obrigar" uma pessoa a trabalhar ou a frequentar uma acção de ocupação de tempos livres. Essa decisão tem de ser da iniciativa dos próprios, sendo certo que todas as ocupações profissionais a que pudessem ter acesso poderiam por em causa a continuidade do recebimento do RSI (Rendimento Social de Inserção), o que óbviamente não interessa, pois ninguém gosta de trocar o certo pelo duvidos.
    O que está errado é o facto da política de acção social assentar no paternalismo, na benece e na "mendicidade".
    Quando se dá em contrapartida de uma retribuição (trabalho ou outra contrapartida) é um direito legítimo de quem recebe e uma obrigação de quem dá. Quando se dá sem qualquer contrapartida, apenas serve para massagear o EGO de uns e transmitir um poder quase senhorial sobre as pessoas (os servos).
    Luís Rêgo

    ResponderEliminar
  12. O Jardim Constantino é frequentado pelas pessoas que descrevem à pelo menos 20 anos. Foi o jardim que mais frequentei na minha infância.
    Quem acha que a Almirante Reis vai mudar por ter o novo edificio construído só pode ser ingénuo! Vai melhorar esteticamente enquanto ele não ficar com a fachada toda suja da poluição, mas o social da zona é para manter! Alias a maioria dos bairros sociais tem edificios novos e o que não falta é lixo, vandalismo e gente com mau aspecto. Quanto ao expulsar pessoas dos vários sitios, a rua é publica, cada um está onde quer, mais inteligente foi o presidente da JF-Anjos que mandou tirar os bancos do jardim da igreja para eles não dormirem lá! LOL

    ResponderEliminar
  13. O resto já foi dito, se dão dinheiro e comida a essas pessoas é obvio que trabalhar está fora de questão! LOL

    Uma vez ouvi um sem-abrigo dizer: "o trabalho é bom é para os imigrantes e eles precisam". Acho que está tudo dito.

    ResponderEliminar
  14. Quanto à rapariga apalpada, o mais eficaz é ir lá um grupo de milicias e depois de identificado, mandarem-lhe umas peras na tromba de aviso que ele concerteza não volta a repetir a graça nesse sitio!

    Assim como o melhor remédio para carteiristas é agarrar-lhes nas mãos e torcer os dedos para tras um por um. Lá se vai a habilidade.

    ResponderEliminar
  15. Eu quando quero mijar entro num café, peço, e faço no WC. Só não o faz quem não quer.

    Porque não são só os sem abrigo que mijam na rua... No outro dia vi uma rapariga benzoca a fazer uma pausa nos copos com os amigos para se agachar entre 2 carros. E infelizmente são cada vez mais os homens a fazê-lo, porque ficam impunes. Tanto monetariamente como socialmente. Agora no sentido figurado: "Tá-se tudo a cagar". E eu, para ser sincero, também já estou. Vou mas é emigrar deste país da treta.

    ResponderEliminar
  16. Já fui proibido de usar as casas de banho dos cafés por não consumir. Eles normalmente não gostam. E se as têm trancadas por alguma razão é! E também não tenho lata de pedir a chave e a seguir ir-me embora. Os cafés não têm nenhuma função social, eles têm casas de banho para os clientes. Devia haver casas de banho publicas em mais sitios, no metro por exemplo. Não sei porquê que só a estação do Campo Grande é que tem apesar de serem nojentas!

    ResponderEliminar
  17. A mim isso nunca me aconteceu e a maioria dos cafés não tem a porta trancada

    ResponderEliminar
  18. Gostava de saber se se tivesse um café gostava que lhe fossem à casa de banho e provavelmente sujá-la e saissem sem consumir!

    ResponderEliminar
  19. Se me pedissem não tinha problemas nenhuns. Agora se cagassem aquilo tudo, obviamente que era a primeira e última vez para aquela pessoa. Se vou a um café, peço, e não me deixam, podem ter a certeza que nunca mais lá vou. E cafés é coisa que não falta por aí... É claro que os donos não são obrigados, mas só lhes fica bem. Afinal o que é que isso lhes custa comparado com o potencial fomento de futuros clientes? É uma questão de inteligência. Ou será que preferem que lhes mije ali a 5 metros da porta, para criar bom ambiente? Afinal queremos uma sociedade onde cada um dá o seu contributo, naquilo que pode dar sem grande esforço e que é de grande valor para ou outro, ou vamos continuar cada um a olhar para o seu umbigo com as consequências bem expressas todos os dias aqui neste blog?

    ResponderEliminar
  20. É tudo simplesmente uma questão de educação, e há quem tenha e quem não tenha nenhuma, e por isso considere normal ou aceitável "mijar" na rua como os animais!
    Que conste as mulheres não o fazem, então será que nunca precisam?
    Isto é semelhante à história do "cuspir" no chão, o princípio de má educação e falta de civismo é o mesmo!
    E são estas pequenas coisas que vão construindo a imagem de um povo...

    ResponderEliminar
  21. Um dos sem abrigo do Jardim Constantino é um conhecido autor de algumas bonitas letras de fado que continuamos por vezes a ouvir quando ligamos o rádio (ou vamos àquelas Casas de Fado com preços bem altos). Escreve bem e a poesia dele é muito boa. Não está metido no álcool nem na droga. Está na maior miséria. Tem por companhia uns cães e outros sem abrigo. Uma noite, depois de estar a falar com ele, ao despedir-me perguntei-lhe se precisava de alguma coisa. Primeiro respondeu-me que não precisava de nada. Depois voltou atrás e disse: - "Se você me quiser levar aos fados, venha-me buscar uma noite destas". É o que vou fazer.
    Este tema é muito complexo, mas voltarei a ele neste blogue.

    ResponderEliminar