In Público (23/6/2009)
Inês Boaventura
«O projecto do arquitecto Francisco Aires Mateus inclui ampliação do edificado, requalificação dos espaços exteriores, uma nova galeria de arte e uma sala de cinema com 250 lugares
O programa de modernização do parque escolar do ensino secundário abrange, até ao momento, 18 escolas do concelho de Lisboa, cujos edifícios vão ser requalificados para corrigir problemas construtivos, melhorar condições de conforto ambiental, segurança e acessibilidade e promover a adequação às actuais exigências da organização escolar, ganhando assim "uma imagem contemporânea". Uma delas é a António Arroio, que vai ser ampliada segundo um projecto do arquitecto Francisco Aires Mateus para "responder às necessidades da actual procura de ensino artístico".
As explicações são da direcção de comunicação e imagem da empresa de capitais públicos Parque Escolar, responsável pela concretização do programa do Ministério da Educação, segundo a qual as obras nas escolas D. João de Castro e D. Dinis já estão concluídas. Actualmente em curso está a requalificação das escolas D. Pedro V, Eça de Queirós, Gil Vicente, Josefa de Óbidos, Marquesa de Alorna, Passos Manuel, Pedro Nunes, Rainha D. Amélia e Filipa de Lencastre.
Já adjudicadas foram as obras na António Arroio, por 19,692 milhões de euros, e na Rainha D. Leonor, por 10,198 milhões, ambas com um prazo de 18 meses. "Entre final de Junho e meados de Julho", segundo a Parque Escolar, serão adjudicados os trabalhos em mais cinco escolas em Lisboa: Padre António Vieira, Francisco Arruda, Prof. Herculano de Carvalho, Vergílio Ferreira e Pedro Santarém.
A intervenção na António Arroio, que desde 1970 funciona junto à Rotunda das Olaias, inclui, de acordo com a mesma fonte, a "correcção de problemas construtivos e melhoria de condições de habitabilidade, a reorganização dos espaços lectivos e não lectivos" e a ampliação do edifício. O projecto foi desenvolvido por Francisco Aires Mateus, que durante dois anos estudou na escola, hoje frequentada por uma das suas filhas.
"É naturalmente um projecto especial por uma questão afectiva", reconhece o arquitecto, que diz que recebeu o convite "com grande agrado". Aires Mateus sublinha a "grande complexidade" da tarefa, não só pela "degradação normal" do edifício após 40 anos de vida "só com obras pontuais de requalificação", mas também por se tratar de um estabelecimento vocacionado para o ensino artístico, com "10 ou 12 diferentes unidades quase industriais", cada uma com especificidades ao nível de áreas como a ventilação e a recolha de resíduos.
O edifício, que actualmente tem cerca de 12 mil metros quadrados de pavimentos, vai passar a ter 23 mil, através da construção de mais um piso na maior parte da sua extensão (embora na zona da cerâmica se passe de um para três pisos) e do surgimento de "alguns edifícios novos", ligados ao corpo principal. Aires Mateus explica que desta forma passará a haver espaço para o ensino das "áreas mais clássicas", como cerâmica, carpintaria, têxteis e ourivesaria, mas também das "áreas das novas tecnologias", que estão "mais desprotegidas em termos de instalações" porque se foram instalando nos espaços sobrantes.
O arquitecto acrescenta que também os espaços exteriores, que estavam "um bocadinho abandonados", e a "bastante debilitada" área desportiva vão ser alvo de obras, através das quais se procurará ainda criar uma relação "mais fluida" entre os espaços cobertos e descobertos da escola. Possibilitar a acessibilidade de pessoas com mobilidade reduzida e melhorar a segurança das oficinas são outras intenções do projecto, que dá resposta às "questões de conforto acústico, térmico e das novas energias", segundo Aires Mateus.
"Além do programa estritamente escolar", acrescenta, a António Arroio passará a ter uma nova galeria de arte, em substituição da existente, algumas áreas expositivas dispersas para o acervo da escola e uma sala de cinema com cerca de 250 lugares. O projecto de Aires Mateus pode ser visto na escola, na Rua do Coronel Ferreira do Amaral, aos dias úteis entre as 12h e as 19h, até 3 de Julho»
Uma boa notícia! A António Arroio era uma escola fixe, ainda na época que as demais nos obrigavam a vestir os lindos trajes da mocidade portuguesa....brrrrrr!
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