In Sol Online (25/6/2009)
«O projecto de requalificação do Terreiro do Paço com as alterações introduzidas pelo autor, o arquitecto Bruno Soares, na sequência do debate público é hoje apresentado
O estudo prévio deste projecto, que mereceu parecer favorável da Câmara de Lisboa, foi alvo de várias críticas, a última das dos deputados da maioria PSD na Assembleia Municipal, que consideraram que a intervenção naquela zona teria que ser enquadrada por um plano de pormenor e, como tal, sujeita a apreciação por aquele órgão autárquico.
A própria presidente da Assembleia Municipal, Paula Teixeira da Cruz, em declarações na imprensa, afirmou que a obra é ilegal porque não será antecedida de um plano de pormenor ou de urbanização.
Contudo, o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, contrapôs esta posição, dizendo ter pareceres jurídicos que demonstram que a requalificação do Terreiro do Paço não necessita de ser sujeita a um plano de pormenor.
«Uma intervenção em zonas históricas no espaço público não obriga a plano de pormenor», disse Manuel Salgado perante a Assembleia Municipal, citando «pareceres jurídicos solicitados aos serviços da Câmara».
As críticas também se estenderam à sociedade civil, com o Fórum Cidadania Lisboa a promover uma petição pela realização de um debate público sobre o futuro do Terreiro do Paço, assinada, entre outras personalidades, por José Miguel Júdice, que inicialmente aceitou liderar a Sociedade Frente Tejo, responsável pela obra de reabilitação da Praça do Comércio, mas acabou por abandonar o cargo por razões ainda por esclarecer.
O estudo prévio apresentado por Bruno Soares à Câmara de Lisboa previa a duplicação dos passeios laterais convertidos em 'passeios-esplanada' e o condicionamento substancial da circulação automóvel no local.
O pavimento seria inspirado nas rotas oceânicas e a sua representação na cartografia portuguesa do século XVI, com o lioz a revestir os passeios e embutido de faixas de pedra vermelha, amarela e preta.
O passeio ribeirinho resultaria do alargamento do actual passeio junto ao rio, de 3,5 metros para 4,5 metros, tendo continuidade num novo percurso marginal a construir na Ribeira das Naus até ao Cais do Sodré.
No estudo prévio, a placa central da praça tinha um pavimento com um desenho definido por faixas cruzadas de pedra de lioz e de basalto, marcando linhas de perspectiva oblíquas que «acentuam a grande dimensão do espaço».
O projecto previa ainda um passeio central, que prolonga a Rua Augusta até ao rio, ligando o Arco ao Cais das Colunas.
No estudo prévio, a estátua real de D. José I era assinalada através da inscrição num losango diferenciado pela cor verde do pavimento e pela marcação de um pequeno desnível (três degraus laterais) em relação ao pavimento do terreiro central.
A chegada ao Cais das Colunas estava prevista a uma cota ligeiramente superior, cerca de 75 centímetros, acedendo através de escada e de rampas laterais.
Lusa / SOL»
...
É apresentado hoje? Onde? A que horas? Quem promove?
A notícia tem ainda duas incongruências:
«na sequência do debate público [...]»
Qual debate público? O da Ordem dos Arquitectos? Os artigos de jornal? Debate público traduz-se na abertura de um período de sessões públicas de apresentação, com recolha de opiniões de todos os interessados, por escrito e oralmente, com datas claras de abertura e fecho, seguido de período de reformulação e explicações por que são/não são consideradas as sugestões e críticas. Posto isto, oficializar o projecto, por via de aprovação pela CML e AML. Isso sim é um debate público. Tudo o mais são pozinhos para os olhos.
«A chegada ao Cais das Colunas estava prevista a uma cota ligeiramente superior, cerca de 75 centímetros, acedendo através de escada e de rampas laterais.»
Não são/eram(?) 75cm mas mais de 90cm e não é/era só a chegada ao Cais das Colunas a ter esse diferencial de cota, mas toda a frente da placa central virada para o rio e torreão poente.
VAMOS A DEBATE PÚBLICO!
Pois é isso mesmo.....
ResponderEliminar75 cm = ligeiramente (????)
E quantos metros de degraus absolutamnente desnecessários (?)
E será que o novo plano finalmente inclui uma prancha de saltos para a água despoluída do Tejo no final desse tal passeio que liga a Rua Augusta ao futuramente circular Cais das Colunas (por sinal, "inaugurado" com pompa pelo Costa e o ministro Jamé, há poucos meses)?
ResponderEliminar"na sequencia do debate público", "pequeno desnível", "ligeiramente superior"... Esta notícia ou é um "copy and paste" do press release do gabinete do vereador Salgado ou é escrita por alguém entusiasta do projecto apresentado...
ResponderEliminarEXTRAORDINÁRIO
ResponderEliminarNão posso acreditar tamanha desfaçatez "na sequência de debate público", isto é grave, muito grave.
Isto é mentir aos Lisboetas.
Os cães ladram e a caravana passa...
ResponderEliminarContinuamos a assistir á instrumentalização da opinião pública, atravês deste tipo de "informação".
ResponderEliminarÉ coisa pouca, numa obra deste carísma e importância, a elevação de uma cota em .75m?
Chama-se debate público, a uma sessão pública de Assembleia?
Isto é confundir as pessoas e retirar-lhes o direito de exercerem cidadania e os seus livres e democráticos direitos.
Neste caso, como noutros, exige-se debate público já.
"Os cães ladram e a caravana passa", mas é que tens toda a razão sou um cão, guardião da cidade porque chega de vigaristas. De gente faz de conta, arrivistas e oportunistas, o que os move é sómente servirem da causa publica pois não lhes basta a vaidade.
ResponderEliminarPois fica a saber que há muitos cães a ladrar mas estes rafeiros e com pedigree vão correr com esta choldra.
"Os cães ladram e a caravana passa", mas é que tens toda a razão sou um cão, guardião da cidade porque chega de vigaristas. De gente faz de conta, arrivistas e oportunistas, o que os move é sómente servirem da causa publica pois não lhes basta a vaidade.
ResponderEliminarPois fica a saber que há muitos cães a ladrar mas estes rafeiros e com pedigree vão correr com esta choldra.
sendo ou não apologista dos 75 centímetros convinha referir que eles aparecem não porque o arquitecto os inventou mas sim porque há um desnível real na praça. ou a placa central é perfeitamente horizontal e temos o desnível ou então tem um declive ligeiro e o desnível desaparece.
ResponderEliminar"..ou então tem um declive ligeiro e o desnível desaparece."
ResponderEliminarPois é...a solução mais simples e digna para aquele local.
o projecto reformulado acaba com todas as questões.
ResponderEliminarsempre quero ver o que este blog diz...
Se criticarem perdem toda a credibilidade, pois só haverá razões políticas para isso.
O projecto era mau! O próprio também considerou que era mau, foi um "erro", foi o que disse, nomeadamente sobre os losangos verdes.
ResponderEliminarA questão está no facto de todo o processo não ter debate público, foram várais as criticas, e não fosse a proximidade das eleições Bruno Soares, manuel Salgado e António Costa bateram a bola baixa! Não significa que o submarino que comenta neste blog tenha razão.
Não tem nada de político só tem asneira da grossa.
E mais uma vez o Bruno Soares passou um atestado de estupidez a si próprio, pois foi novamente a exame a beira da reforma.
Podes limpar as mãos à parede!
FORÇA PAULO FERRERO!!! ESSE BRUNO SOARES E O MANUEL SALGADO TEM OPOSIÇÃO À ALTURA. NA DEFESA DOS INTERESSES DE LISBOA ESPERAMOS POR SI NO SÁBADO NO TERREIRO DO PAÇO ÀS 15H30.
ResponderEliminarA praça tem o declive que lá está e que sempre esteve; não são precisos os degraus para nada.
ResponderEliminarHá reformulação do projecto?
Óptimo. Deverá fazer parte de um nº razoável de ideias para enriquecer uma democrática e participada discussão pública.
Se assim fôr, só temos que aplaudir. Caso contrário, não é o fantasma da colagem política, que me vai impedir de opinar ou de criticar construtivamente a solução que fôr apresentada, isto caso eu não concorde com ela.
Debate público para o trio de pantomineiros Costa, Salgado e Zé será o quê?
ResponderEliminarQue conceito de democracia terão aqueles cromos?
Acabou de passar no noticiário da SIC a notícia sobre a apresentação do projecto reformulado para a Praça do Comércio; o arquitecto, apesar de ter eliminado o losango verde e o caminho desenhado no chão manteve o dispensável padrão camisola Burbery e as mais que reprováveis linhas náuticas nos passeios. Que desilusão!
ResponderEliminarQuanto ao Cais das Colunas o arquitecto promete fazer dele o centro de atenção da praça, o que francamente me fez arrepios. Espero o pior já que o que ele ameaçara fazer com o cais é indescritível e um atentado à perfeição da praça. Que petulância um arquitecto de hoje que não tem formação em história e filosofia da arte alterar um projecto como o da Praça do Comércio e o Cais das Colunas.
Refilam por tudo e por nada...
ResponderEliminarQueria ver se pusessem o Sr. Dr. Santana Lopes, o que ele fazia?
Deixem-se de politiquices e passem so a questionar o que é questionavel senao, como alguem disse acima, deixam de ter credibilidade.
Não sejas idiota.
ResponderEliminarO Santana Lopes, à minima coisa que tentasse fazer, tinha o Zé embargador a ladrar!
(O Santana foi um mau presidente da cml).