In Público (24/7/2009)
Inês Boaventura
«Ainda não há data para o início das obras de minimização dos efeitos do novo esquema de circulação na Baixa, prometidas pela Câmara de Lisboa
São 140 os autocarros da Carris que passam a cada hora, nos períodos de maior tráfego, na Rua do Arsenal. A empresa tem conhecimento de queixas decorrentes da situação e diz-se disponível para a "melhorar o mais possível", mas garante que é impraticável substituir os veículos por uns mais pequenos e menos poluentes, como pretendia a Câmara de Lisboa.
No fim de Abril, na sequência de um manifesto em que moradores e comerciantes daquela artéria se queixavam do barulho e da poluição atmosférica provocados pelas alterações na circulação rodoviária, o vereador Manuel Salgado fez várias promessas que continuam por cumprir. Entre elas, "pressionar a Carris para alterar a frota de veículos, optando por veículos de menores dimensões, menos poluentes e menos ruidosos", reconstituir as passagens de peões "com material contrastante e resistente" e substituir o pavimento "por um pavimento betuminoso de borracha".
Três meses volvidos, as reclamações mantêm-se e o proprietário do Martinho da Arcada, no Terreiro do Paço, diz mesmo que está em causa a sobrevivência do café com 227 anos. "Isto tornou-se insuportável. Corremos o risco de fechar porque nos meteram num colete de forças de autocarros da Carris", afirmou António Sousa ao PÚBLICO.
O secretário-geral da Carris, Luís Vale, diz que na Rua do Arsenal, junto à qual está instalada a esplanada do café, passam 140 autocarros por hora, nos períodos de maior tráfego. Antes do corte de trânsito nas laterais do Terreiro do Paço, 60 desses autocarros já circulavam perto do estabelecimento, mas na frente da Rua da Prata.
Luís Vale admite que o acréscimo do número de veículos que passam na Rua do Arsenal foi significativo e diz que a Carris tem noção das queixas, mas lembra que "o reordenamento de trânsito não cabe à empresa". E apesar de se dizer disponível para trabalhar com a autarquia para "melhorar o mais possível" o problema, o responsável garante que "não há muito mais a fazer".
Substituir os autocarros por uns mais pequenos, menos poluentes e menos ruidosos é, segundo Luís Vale, impossível. Isto porque veículos de menores dimensões, que para além do mais já estão afectos a outras carreiras, não permitiriam transportar "o caudal de passageiros" que viaja naquela zona da cidade, muitos deles para fazer a ligação a transportes como o metro e os barcos para a Margem Sul.
Quanto à poluição e ao ruído, o secretário-geral afirma que "a performance e o desempenho ambiental da Carris são dos melhores da Europa", tendo os novos veículos que entraram ao serviço desde 2004 permitido baixar a emissão de vários poluentes em valores entre os 80 e os dois por cento. "Não podemos ter autocarros ainda menos poluentes", conclui Luís Vale.
A assessora de imprensa da autarquia disse ao PÚBLICO que ainda não se sabe quando avançarão as intervenções na Rua do Arsenal prometidas por Manuel Salgado, já que estas "estão a ser articuladas" com as obras a desenvolver pela Frente Tejo.»
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Sem comentários.
António Costa, mentiroso como sempre...
ResponderEliminarAinda não tinham começado as obras no T. do Paço e já nos foruns de transportes entre profissionais e entusiastas se adivinhava a porcaria que ia sair do T. do Paço.
ResponderEliminarNeste blog todos aplaudiam, agora aguentem as consequencias. Todos perderam com o novo esquema de circulação, não houve um unico agente implicado, que tenha ganho.
Já agora acrescento o que falta à notícia.
Apenas cerca de 45 autocarros da Carris não cumprem normas europeias de emissões poluentes, e a maioria já estão abatidos. O modelo que mais se queixam, os MAN 18.310 que são de 2004 e 2005 cumprem a Norma Euro 4, ultimo grito da moda nessa época.
Os 60 autocarros que já foram apresentados à cidade em vários pontos e que vão entrar ao serviço em Agosto cumprem já a Norma Euro5 das emissões poluentes em veiculos pesados (tecnologia de ponta na actualidade).
Muito bem dito Xico205!
ResponderEliminarObrigado Filipe, por me ajudares a defender o transporte publico sempre que merece ser defendido. Particularmente a Carris que muito faz pela cidade e tão mal amada é!
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