Junta dos Prazeres contra obras previstas na Tapada

In Público (8/7/2009)

«O presidente da Junta de Freguesia dos Prazeres, Magalhães Pereira (PSD), insurgiu-se ontem contra a ampliação em betão de um pavilhão da Tapada das Necessidades para instalação de uma creche. "Não entendo que uma entidade como a Santa Casa da Misericórdia queira fazer uma creche num jardim de Lisboa, de um antigo palácio real, e como é que a câmara a propõe para autorização", questionou o autarca, em declarações à Lusa. O projecto será discutido na reunião do executivo municipal de hoje. Segundo o autarca, a obra vai afectar mais de 50 árvores "entre podas e abates" e os seus "impactos negativos" foram referidos num parecer da Direcção Municipal de Gestão Urbanística da autarquia. Além dos efeitos nas árvores, o presidente da junta sublinha que a instalação daquele equipamento implicará a devassa da tapada, com a entrada de viaturas, deitando por terra um "esforço de preservação" do local. Apesar de já funcionarem na Tapada a Escola Fernanda de Castro e um jardim-infantil, o autarca sublinha que são estruturas de madeira e não de betão.»

Não só o Presidente da Junta, mas também os Amigos da Tapada das Necessidades, mais todas a vereação da oposição estão contra este projecto pio, e disso mesmo se apercebeu o Sr. Vereador do pelouro que retirou a proposta da agenda. Claro que um dia há-de voltar.

O que está em causa não é o abate de 50 árvores, que serão muito menos as abatidas, mas tão somente mais do mesmo, ou seja: depois de Monsanto, também a Tapada virou manta de retalhos, e não bastava o facto da creche actual estar "provisória" há 75 anos, como a ampliação duplicar a área agora existente, projectada "provisoriamente" para 8 anos.

Não há ninguém que pegue naquela tapada e naquele palácio e os reabilite? Antes isso que espatifar dinheiro em novos museus dos coches, da língua, losangos no Terreiro do Paço e eu sei lá mais o quê. Credo!