In Público (7/7/2009)
Inês Boaventura
«A Câmara de Lisboa continua dividida, apesar de o projecto já não incluir o silo automóvel, e tem três propostas diferentes
para apreciar amanhã
A Câmara de Lisboa vai apreciar amanhã três propostas sobre o novo Museu dos Coches. O PS propõe a emissão de parecer favorável condicionado ao projecto, enquanto o PCP pede que tal parecer não seja dado e que se recomende ao Governo que pondere as objecções que têm sido levantadas. Os Cidadãos por Lisboa dizem que a autarquia não deve "precipitar-se" a dar qualquer parecer sem que o projecto seja alvo de consulta e audição pública.
No fim de 2008 a câmara aprovou, por maioria, um parecer prévio favorável condicionado ao projecto. A principal objecção do executivo prendeu-se com o silo automóvel de 23 metros de altura que o arquitecto Paulo Mendes da Rocha queria erguer do lado do rio, ligado ao edifício do museu por uma passagem aérea por cima da linha do comboio.
A nova versão do projecto já não contempla o silo automóvel, passando o museu a incluir um pavilhão de exposições, um anexo para os serviços administrativos e uma passagem aérea pedonal e ciclável até junto da estação fluvial de Belém, além de um parque de estacionamento de superfície com 43 lugares.
O PCP diz que "persiste a indefinição das infra-estruturas, o tratamento dos espaços públicos e sobretudo o sistema viário e as condições de circulação", pelo que pede que não seja dado parecer favorável. O partido, cujos representantes na Assembleia da República já defenderam a "suspensão imediata" da construção do museu, apela ainda à promoção de iniciativas públicas de debate.
Já os Cidadãos por Lisboa defendem que a autarquia "não deve precipitar-se a dar um qualquer parecer sobre este projecto, mas sim, dada a sua relevância, determinar que ele seja submetido a consulta e audição pública", junto dos cidadãos e de entidades associativas, cívicas e profissionais. A vereadora Helena Roseta afirma que a Frente Tejo "não tem seguido os preceitos legais que obrigam à existência de concursos públicos para a adjudicação de projectos de obras públicas", sublinhando que na actuação da sociedade persiste "uma contradição de fundo": ou a Frente Tejo é uma entidade pública "e então tem de se submeter ao Código da Contratação Pública" ou é uma empresa de direito privado "e então não está isenta de licença nem de parecer vinculativo" da Câmara de Lisboa.»
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O novo museu dos coches já não faz sentido, nem para os seus maiores entusiastas, porque perdeu o seu objectivo primeiro, os cavalos - cuja Escola de Alter vai para as instalações/regimento imediatamente por detrás do Palácio de Belém, para onde até já existe um projecto do Arq. Arsénio Cordeiro (ainda sem divulgação pública, é certo); o projecto do arquitecto convidado já foi mutilado e, o seu primeiro advogado na actualidade, e autor do "chapéu-de-chuva" Belém Redescoberta acaba de ser demitido.
Para as antigas OGME, onde já andaram a demolir sem nexo coisas, por autorização indevida do autor moral do fecho da ex-DGEMN, sugiro que construam a oficina de reparação dos coches, reinstalem convenientemente os serviços que ali estavam, construam um Museu do Automóvel e abram o resto como grande espaço público, por via de concurso de ideias. E enterrem este assunto do novo museu dos coches, uma tonteria de todo o tamanho, que alguém uma vez defendeu com o argumento de que traria 1 milhão de visitantes/ano a Lisboa.
Pois é.
ResponderEliminarEntre o que Santana pagoua Gehry e os pagamentos agora feitos a Paulo Mendes da Rocha a diferença é nenhuma.
Que cambada!
Que fique claro e que se sensibilize os cidadãos para que a decisão da contrução do novo Museu dos Coches tenha repercussões políticas. Os partidos que esclareçam cabalmente e sem rodeios quais as suas posições sobre o Museu dos Coches, a terminal de contentores de Alcântara, a terceira travessia do Tejo por ponte em vez de túnel e todas as demais obras polémicas. Precisamos de sabê-lo antes de votar e o que defendem deve repercutir-se nos votos. Isso seria verdadeiramente democracia inteligente, onde posições têm votos em vez de clubismos ou cultos pessoais.
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ResponderEliminarConcordo plenamente com o anónimo das 12,13: os partidos e grupos políticos devem definir posições quanto a esses "projectos" para Lisboa, ANTES DAS ELEIÇÕES.
ResponderEliminarNo caso do novo edifício para o Museu dos Coches é de saudar a posição do PCP, e de lamentar a condescendência e hesitação de Helena Roseta.
Um escândalo...
ResponderEliminarUm atentado ambiental e cultural, sem precedentes em Portugal...
Não há outros comentários para uma atitude improdutiva, que apenas tem por móbil plantar um "pirolito" à beira Tejo, e estourar com o dinheiro, que parece que ainda há...
O actual museu dos coches é uma relíquia do nosso património, perfeitamente aconchegado.
O novo edifício, promovido por Manuel Pinho, o homem das energias alternativas (em alguns dias, noutros dias o maior dos desastrados ambientais), querendo instituir aqui um autêntico "petroleiro" despesista, quando chegaria uma comedida barcaça...
Isto não é eficiência energética. É ineficiência.
É também o exemplo da falta de oportunidade na aculturação do nosso povo, para cumprir os objectivo do protocolo de Quioto, na salvaguarda do meio ambiente, que nos vai sair muito cara!!!
+++ Ainda tenho alguma fé numa decisão dos nossos políticos que inverta o processo +++.
Se me aparecesse um projecto naquele local com um silo automóvel de 23 metros de altura e uma passagem para os carros sobre a linha do comboio, no mesmo momento eram feitas contas com esse arquitecto e acabava-se logo ali qualquer tipo de colaboração, por manifesta e total insensibilidade e incompetência.
ResponderEliminarSalvador
ResponderEliminarÉ a oportunidade de ouro, agora que Manuel Pinho foi demitido...