por Ana Rita Guerra, Publicado em 22 de Julho de 2009
Presidente da empresa rejeita alegações e garante que na EMEL há fortes medidas de segurança
Os funcionários da EMEL tiram dinheiro dos parquímetros instalados em Lisboa. E a prática é sistemática. Quem o garante é Pedro Policarpo, ex-administrador da Empresa Pública Municipal de Estacionamento de Lisboa, que saiu da EMEL no final de 2008 em rota de colisão com o executivo camarário. Em declarações ao i, Pedro Policarpo diz que alguns funcionários foram mesmo apanhados em flagrante, mas desconhece as sanções que terão sido aplicadas.
As alegações são totalmente rejeitadas por António Júlio de Almeida, actual presidente da EMEL, que considera "de má--fé" as acusações do antigo administrador. "As colectas são objecto de duas fases de conciliação", explica o presidente ao i, frisando que "foram introduzidos ajustamentos técnicos" nas zonas onde realmente havia desvios frequentes de dinheiro. António Júlio de Almeida sublinha que este problema era causado por arrumadores e outros factores, alguns de natureza técnica, e não por fiscais da empresa.
Porém, Pedro Policarpo garante que a situação continua. A suspeita sobre os funcionários foi lançada no Verão passado e está documentada no Relatório de Actividades e Progresso (RAP) de Setembro de 2008, a que o i teve acesso.
O episódio passou-se durante as Jornadas da Via Pública, organizadas pela EMEL conjuntamente com a SPARK (Street Park) no dia 10 de Julho. "Foram trocadas acusações entre o responsável pela contabilidade e o representante dos trabalhadores da EMEL", conta Pedro Policarpo, sublinhando que a discussão teve início quando um administrador da EMEL perguntou se os fiscais tinham acesso físico ao dinheiro.
Ao contrário do que acontece noutros sistemas, em que são usados cofres encaixáveis de função automática, em muitos casos os funcionários da EMEL abrem os parquímetros e tiram as moedas à mão para sacos de plástico. António Júlio de Almeida salienta, todavia, que em muitos parquímetros já é possível a recolha automatizada.
Todavia, o episódio acabou por ser reportado no relatório de Setembro, onde pode ler-se: "Parece relevante, e de elementar prudência, que no seguimento das acusações que foram trocadas entre funcionários da EMEL se proceda a uma auditoria para que se perceba da eventualidade apontada e relativa a desvios de dinheiro das máquinas."
Em Novembro, a SIC deu conta de que o Tribunal de Contas teria recolhido provas e testemunhos que confirmam a existência de desvios de dinheiro das máquinas, mas nenhuma auditoria foi publicada sobre o tema. Já em Maio deste ano, o tribunal arrasou o contrato da EMEL com a SPARK e apontou falhas graves na contabilização das receitas (ver texto ao lado). Pedro Policarpo insiste que os desvios são frequentes e acontecem com recurso a dois esquemas distintos (ver infografia ao lado). O ex-administrador afirma que foi devido a quase todas as máquinas terem sempre desvios positivos que começou a desconfiar da situação, calculando que os funcionários deixam algum dinheiro a mais para esconder os desvios.
"Como é possível que uma empresa pública que foi criada para cobrar taxas de estacionamento dê prejuízo todos os anos?", questiona o ex-responsável, afirmando que a EMEL tem problemas estruturais de despesismo e ineficácia das cobranças. No entanto, o ex-administrador garante que nunca conseguiu uma reunião entre o presidente da Câmara, António Costa, e o conselho de administração da EMEL. "Depois de ver que a EMEL era uma empresa com gestão à BPN, em que não há reuniões, percebi que as coisas iam correr mal", afirma Pedro Policarpo ao i.
Para António Júlio de Almeida, que ainda não tinha assumido a presidência da EMEL quando os factos detalhados por Pedro Policarpo terão ocorrido, as acusações não têm credibilidade. "Temos hoje índices de desvio muito baixos, mais baixos que muitas grandes empresas", assegura. A EMEL está a conduzir um estudo sobre novos modelos de tarifário para melhorar a eficiência. E as conclusões estarão prontas em Setembro.
Os funcionários da EMEL tiram dinheiro dos parquímetros instalados em Lisboa. E a prática é sistemática. Quem o garante é Pedro Policarpo, ex-administrador da Empresa Pública Municipal de Estacionamento de Lisboa, que saiu da EMEL no final de 2008 em rota de colisão com o executivo camarário. Em declarações ao i, Pedro Policarpo diz que alguns funcionários foram mesmo apanhados em flagrante, mas desconhece as sanções que terão sido aplicadas.
As alegações são totalmente rejeitadas por António Júlio de Almeida, actual presidente da EMEL, que considera "de má--fé" as acusações do antigo administrador. "As colectas são objecto de duas fases de conciliação", explica o presidente ao i, frisando que "foram introduzidos ajustamentos técnicos" nas zonas onde realmente havia desvios frequentes de dinheiro. António Júlio de Almeida sublinha que este problema era causado por arrumadores e outros factores, alguns de natureza técnica, e não por fiscais da empresa.
Porém, Pedro Policarpo garante que a situação continua. A suspeita sobre os funcionários foi lançada no Verão passado e está documentada no Relatório de Actividades e Progresso (RAP) de Setembro de 2008, a que o i teve acesso.
O episódio passou-se durante as Jornadas da Via Pública, organizadas pela EMEL conjuntamente com a SPARK (Street Park) no dia 10 de Julho. "Foram trocadas acusações entre o responsável pela contabilidade e o representante dos trabalhadores da EMEL", conta Pedro Policarpo, sublinhando que a discussão teve início quando um administrador da EMEL perguntou se os fiscais tinham acesso físico ao dinheiro.
Ao contrário do que acontece noutros sistemas, em que são usados cofres encaixáveis de função automática, em muitos casos os funcionários da EMEL abrem os parquímetros e tiram as moedas à mão para sacos de plástico. António Júlio de Almeida salienta, todavia, que em muitos parquímetros já é possível a recolha automatizada.
Todavia, o episódio acabou por ser reportado no relatório de Setembro, onde pode ler-se: "Parece relevante, e de elementar prudência, que no seguimento das acusações que foram trocadas entre funcionários da EMEL se proceda a uma auditoria para que se perceba da eventualidade apontada e relativa a desvios de dinheiro das máquinas."
Em Novembro, a SIC deu conta de que o Tribunal de Contas teria recolhido provas e testemunhos que confirmam a existência de desvios de dinheiro das máquinas, mas nenhuma auditoria foi publicada sobre o tema. Já em Maio deste ano, o tribunal arrasou o contrato da EMEL com a SPARK e apontou falhas graves na contabilização das receitas (ver texto ao lado). Pedro Policarpo insiste que os desvios são frequentes e acontecem com recurso a dois esquemas distintos (ver infografia ao lado). O ex-administrador afirma que foi devido a quase todas as máquinas terem sempre desvios positivos que começou a desconfiar da situação, calculando que os funcionários deixam algum dinheiro a mais para esconder os desvios.
"Como é possível que uma empresa pública que foi criada para cobrar taxas de estacionamento dê prejuízo todos os anos?", questiona o ex-responsável, afirmando que a EMEL tem problemas estruturais de despesismo e ineficácia das cobranças. No entanto, o ex-administrador garante que nunca conseguiu uma reunião entre o presidente da Câmara, António Costa, e o conselho de administração da EMEL. "Depois de ver que a EMEL era uma empresa com gestão à BPN, em que não há reuniões, percebi que as coisas iam correr mal", afirma Pedro Policarpo ao i.
Para António Júlio de Almeida, que ainda não tinha assumido a presidência da EMEL quando os factos detalhados por Pedro Policarpo terão ocorrido, as acusações não têm credibilidade. "Temos hoje índices de desvio muito baixos, mais baixos que muitas grandes empresas", assegura. A EMEL está a conduzir um estudo sobre novos modelos de tarifário para melhorar a eficiência. E as conclusões estarão prontas em Setembro.
in "i"
Ladrão que rouba a ladrão tem 100 anos de perdão. Não é o caso.
ResponderEliminarVerifique o que se passa actualmente em Campo de Ourique: http://campodeourique-revoltado.blogspot.com/
ResponderEliminarquanto à alteração de metodologia de estacionamento: um escândalo.
O homem tem toda a razão. Já me foi dito pelos proprios fiscais que põe vedações na maquina para as moedas não cairem para a caixa! Essas ficam para eles.
ResponderEliminarResultado: as pessoas pagam, a maquina não dá talão e os carros são multados e bloqueados!!!!
Se o sistema é uma merda, porque a emel não funciona bem, acabem com ela.