Chegado por e-mail, a propósito da notícia ontem do jornal Público e subscrita por 6 elementos deste Fórum (ver abaixo)
Ao ler esta noticia não quis deixar de manifestar publicamente a minha maior concordância convosco, tão só pela simples razão de que são sérios nos argumentos e apontam as tropelias que se pretende realizar numa das mais belas praças da Europa.
Basta consultar um bom dicionário, como o “Grande Dicionário da Língua Portuguesa”, de José Pedro Machado, Sociedade da Língua Portuguesa, Amigos do Livro Editores, 1981, e ver a seguinte entrada:
• Restaurar – Recuperar, restabelecer em bom estado, colocar na sua primeira posição, reintegrar, elevar no seu antigo esplendor, reparar, consertar, pôr em bom estado.
Será preciso mais, para percebermos o que deve ser feito no Terreiro do Paço?
Não está em causa, nem deverá estar, refazer ou adaptar a Praça aos padrões do século XXI. Estamos perante um monumento nacional, construído no século XVIII, integrado no conjunto da reconstrução de uma capital arrasada por um terramoto, que foi classificado como sendo digno de figurar como Património da Humanidade.
Não precisamos de inovações! Basta recuperar a dignidade inicial, limpando, pintando, refazendo cantarias degradadas e recuperar danos causados ao longo dos anos, por incúria ou ignorância. Os registos gráficos existentes permitem, seguramente, recuperar a traça original.
Deixem-se, pois, de habilidades e “rodriguinhos” tontos, só para dar visibilidade a artistas actuais que, se forem bons, poderão dar largas às suas qualidades noutras zonas da cidade. Até poderão ganhar prémios com obras originais…
Respeitem o Património e os cidadãos, que deverão lutar por legar às gerações futuras as obras históricas do passado. Exijam que os órgãos do Estado, incluindo os órgãos de soberania, se pronunciem sobre estes casos. Os monumentos nacionais não deverão ser danificados com a cumplicidade do Estado.
Cumprimentos
José Honorato Ferreira
http://cidadanialx.blogspot.com/2009/07/ainda-e-ontem-o-tereriro-do-paco.html
Muito bem, isso mesmo recupere-se a traça original! Nada de losango ou de asfalto, nada de empedrados de basalto nem de calçada portuguesa nem sequer gravilha de macadame. Mantenha-se a traça original: Terra batida!
ResponderEliminarAo anónimo:
ResponderEliminarPense-se e fundamentalmente faça-se um amplo debate publico. A mais importante praça do país não pode ser decidida por ajuste directo sem passar cartuxo a ninguém. Quanto aos argumentos escuso-me aqui de os nomear remetendo para o artigo do Publico publicado abaixo neste forum e de que sou um dos subscritores.
Jorge Santos silva
Não comentei o escândalo que efectivamente é o processo de ajuste directo e da escolha do projecto. Comentei os argumentos do Sr. Honorato Ferreira e por seguimento os do artigo de que se deve recuperar a "dignidade inicial" do "terreiro original".
ResponderEliminarO "terreiro original" era só terra batida e assim foi até c.1875 quando foram delineados os arruamentos e a placa central com pavimento de macadame.
O revestimento de macadame foi substituído por asfalto na década de 30 do século passado transformando o terreiro no parque de estacionamento que lá ficou até o João Soares ter acabado com aquilo deixando lages temporárias até à execução do projecto definitivo.
Não há, nunca houve um projecto da Casa do Risco para o terreiro. Hoje, tal como nas outras ocasiões em que no passado o terreiro foi transformado, qualquer intervenção naquele local terá sempre que ter em conta as contingências do tempo presente.
Ao que aqui se disse sobre a "traça original" do Terreiro do Paço,sobre o Terreiro e os seus pavimentos ( nada de calçada, nem basalto,nem gravilha, nem terra batida...), só posso deixar o meu testemunho de que :
ResponderEliminar1-Nem aqui no Terreiro, nem em lado nenhum,não existe nem nunca existiu, uma "traça original" (conceito teórico perigoso, tal como usado no Estado-Novo para "repôr" ,o que adulterou inúmeros Monumentos Nacionais) ;
2-A "traça original" hoje,para o Terreiro do Paço ,consiste essencialmente em não lhe introduzir absolutamente NADA de hoje,nem de ontem;
3-Sobretudo não lhe introduzir DEGRAUS nem muitos materiais variados (como se pretende !) que lhe alterem a sua UNIDADE Compositiva do séc XVIII.
Caro Senhor José Honorato Ferreira:
ResponderEliminarPor favor, se ainda o não fez, envie os seus comentários para a Frente Tejo, Câmara e Assembleia Municipal.
frentetejo.geral@frentetejo.pt
municipe@cm-lisboa.pt
aml@cm-lisboa.pt
«as contingências do tempo presente»
ResponderEliminar?
...deve estar a falar dos tachos e agendas políticas da nossa ignorante e glutona classe política!
Não, só mesmo das centenas de milhares de pessoas que todos os dias passam pela praça, a pé, de transportes colectivos e de automóvel. COntingências de um tempo que Manuel da Maia nunca poderia prever.
ResponderEliminarEu trabalho actualmente na Baixa e o que se passa actualmente com as alterações ao trânsito é uma autêntica catástrofe! Vão assassinar o Terreiro do Paço se esta situação continuar depois da renovação da praça. Ponham outra vez 4 faixas e os autocarros a circular na Rib. das Naus/Infante D. Henrique, por favor. Não queiram fazer de Lisboa uma coisa que não é, a zona histórica é uma extremidade não é um ponto central. A poluição não é tanta junto ao rio como é numa rua estreita. A verdade é que as alterações ao trânsito não beneficiam ninguém.
ResponderEliminarVeja-se o que aconteceu na baixa de Almada. Cortaram o transito e faliram o comércio
ResponderEliminarMas Almada, como o nosso ministro Mário Lino disse é um deserto, por isso não é preciso ter comércio.
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