O encerramento ao trânsito da Avenida da Liberdade, em Lisboa, ontem, quarta-feira, para a realização do prólogo da Volta a Portugal em bicicleta, voltou a merecer duras críticas por parte dos comerciantes, taxistas e automobilistas.
"Prejudica todas as pessoas que desenvolvem aqui as suas actividades económicas. É ainda mais gravoso por acontecer a um dia de semana", sublinhou Vasco Mello, presidente da União de Associações do Comércio e Serviços (UACS), acrescentando que não concorda com este tipo de eventos, sejam de cariz mais comercial - como foi o caso do roadshow da Renault, no ano passado - ou desportivo, como é a Volta a Portugal (mais noticiário na página 44).
Taxistas e automobilistas abordados pelo JN durante a manhã de ontem garantiram que subir a avenida foi uma "aventura" que demorou mais 30 a 45 minutos do que o habitual. "Mais vale vender a avenida de uma vez!", comentou, desagradado, Ernesto Dias. "É de doidos fazer isto a um dia de semana. E olhe que até sou fã de ciclismo", atirou, por sua vez, José Mateus, também condutor.
Apesar de a Câmara ter dito que estava assegurado o acesso a moradores e comerciantes, para cargas e descargas, Vasco Mello adianta que recebeu queixas de associados que tiveram dificuldades em fazer chegar mercadorias às lojas. "Ficam presos nas filas de trânsito. Não conseguem andar", explica o responsável.
O presidente da UACS mostrou-se ainda descontente pelo facto de a sua instituição não ter sido informada atempadamente dos cortes de trânsito pela Câmara. Confessa que só se apercebeu da realização do evento esta segunda-feira, porque viu a informação nos "sinais luminosos".
Para Vasco Melo, "as coisas não podem ser feitas em cima do joelho", acrescentando com ironia que, "qualquer dia, é informado por sinais de fumo.
Também os lojistas acusam a Câmara de se furtar ao diálogo, ignorando os interesses de quem trabalha na Avenida da Liberdade. "É uma ofensa sem tamanho para as pessoas que pagam rendas exorbitantes para estar aqui. O que seria da Avenida sem as lojas de luxo. Somos nós que, muitas vezes, asseguramos também a limpeza da calçada", afirma Paula Gião, proprietária da Jalouse.
Para a empresária, pouco interessa a natureza do evento, uma vez que trazem "um público que não interessa aos lojistas" e que afasta o cliente habitual, que "não tem onde estacionar e tende a fugir de confusões". "É o cúmulo fechar a avenida neste tempo de crise", remata.
Discurso semelhante têm outras lojas de vestuário de luxo, cujos clientes se deslocam de carro e que "fogem" sempre que a Avenida fica intransitável. Os cortes parecem, no entanto, afectar outros ramos comerciais. O salão de cabeleireiro Brito e Brito, por exemplo, diz que a facturação desce sempre que a avenida fecha. O cenário não é melhor nas agências de viagem, escritórios e restauração. Alegam que "as pessoas evitam ao máximo uma deslocação a esta zona".
Para os taxistas, o dia de ontem foi também complicado durante o período de fecho (entre as 5 e as 23 horas) da avenida, obrigando os motoristas a contornar obstáculos para a corrida não pesar na carteira do cliente.
Florêncio Almeida, presidente da Associação Nacional dos Transportes em Automóveis Ligeiros, sustenta que a Câmara comete um "erro grave" por discutir com a classe a realização de eventos na avenida. Contudo, reconhece que estes eventos são um chamariz. "Temos que compreender que a cidade não é só nossa. Estes eventos também chamam muita gente à cidade", salienta.
Apesar das críticas, António Costa, presidente da Câmara de Lisboa, não abdica da Volta a Portugal na capital. "Este campeonato da Volta é essencial para a cidade. É muito importante que Lisboa saiba posicionar-se e é por isso que temos trabalhado, para recuperar eventos que tinham desaparecido", disse à agência Lusa.
In JN
mas a avenida está sempre aberta, fecha-se uma tarde para um evento especial e parece o fim do mundo :S
ResponderEliminarso falta dizer que vão fechar a loja porque nao venderam tanto durante uma tarde.
e aposto que os cafés gostam disto, porque as centenas de pessoas que vao ver aquilo precisam de comer :)
É claro que é uma parolice de todo o tamanho fechar aquela zona das 5 horas às 23 horas (!), a um dia da semana, mesmo de Agosto.
ResponderEliminarSob a Avenida passa o Metro, mas sobre ela passam ene carreiras de autocarros cujos percursos o Metro não atinge.
Eu, por acaso, para evitar meter-me num autocarro desses que passaria por um percurso absolutamente extravagante, pura e simplesmente decidi adiar uma semana um assunto que pensava tratar nesse dia.
Se fosse no tempo do Santana, as críticas de toda esta gente que apoia o incompetente executivo que temos de ter, que diria?
Perdão «as críticas de» está a mais, ia a escrever a frase de outra maneira e essas palavras ficaram.
ResponderEliminarA hipocrisia destes bichos é fantástica.
ResponderEliminar1. Quando subo a Av Liberdade de bicla vou sempre mais rápido que qualquer viatura,devido ao trânsito e, tanto quanto me apercebo, ninguém pára nas faixas centrais para fazer compras nas tais lojas da reportagem;
2. Não ouvi um único destes bichos a protestar na manobra publicitária da tal marca de automóveis. Só agora é que se lembraram disso, para parecerem coerentes. Mas porque razão deixaram passar um ano para se queixarem?
3. Eram aos milhares naquela avenida, a acreditar nas imagens que vi na tv. Será que aquela gente não comeu, não comprou, não fez despesa na muitas lojas da avenida? E como será que elas lá chegaram?
4. Se a faturação sofreu tanto por um dia, porque não se queixam do excesso de feriados em Lisboa, que este ano praticamente teve um fim de semana de 9 dias nos santos populares, com a avenida encerrada?
4. O presidente da associação de comerciantes anda a dormir. Desde o Março (pelo menos)que se sabia deste evento e do percurso escolhido. Será que era preciso fazer um desenho ao senhor para que ele percebesse o que isso implicava? A publicidade da marca de carros, essa sim, foi feita em cima do joelho, como outras manobras na baixa, e este senhor nem seus apaniguados se manifestaram na altura. Agora moi-lhes a consciência.
5. Muitos dos patrocinadores da corrida têm a sua sede, ou pelo menos uma dependência importante, naquela Avenida. Não terá isso também sido influente na escolha do local? Quem patrocinou a corrida estava satisfeito, pelo menos a acreditar na reportagem da tv que, claro, admito que possa ser manipulada. Mas também o pode ser esta reportagem do jornal.
6. Finalmente, é mau que se esteja sempre a criticar medidas por ser este ou aquele o presidente da câmara. A medida ou é positiva ou negativa, por si, independentemente do tipo que a propõe. Não é por este ou o outro terem tido uma medida positiva que apaga 100 medidas negativas. E vice versa.
ZM
Basta aceder a
ResponderEliminarhttp://www.volta-portugal.com/patrocinadores.php#allSponsors
para constatar que os patrocinadores da volta a Portugal em Bicicleta com sede no Marquês de Pombal e Avenida da Liberdade são praticamente inexistentes.
Enfim... numa democracia a asneira é livre.
No próximo dia 5 de Agosto (4ª feira), decorre em Lisboa o Prólogo da Volta a Portugal em Bicicleta, entre o Marquês de Pombal e os Restauradores, que provocará grandes implicações no serviço da Carris nos dias 4 e 5 de Agosto.
ResponderEliminarAlterações do esquema de circulação nessa zona:
Dia 4 de Agosto (3ª feira)
- A partir das 8:00 horas, a carreira 746 faz terminal na Av. Fontes P. Melo.
Dia 5 de Agosto (4ª feira)
- A partir das 5:00 horas, será cortado o trânsito no Marquês de Pombal e faixas centrais da Av. da Liberdade e dos Restauradores. No entanto, até às 10h00, os autocarros que ligam a Avenida da República à Av. Liberdade poderão continuar a atravessar o Marquês de Pombal e seguir pelas laterais da Av. da Liberdade;
- Às 10:00 horas é cortado todo o trânsito no Marquês de Pombal. As carreiras que atravessam a Av. da Liberdade pela Rua Alexandre Herculano podem fazê-lo até às 14:00 horas;
- Às 14:00 horas são cortadas as transversais da Av. da Liberdade.
- Às 18:00 horas, prevê-se a reabertura das transversais da Av. da Liberdade;
- Às 23:00 horas prevê-se a reabertura do Marquês de Pombal e vias centrais da Av. da Liberdade e Restauradores.
Alterações nas carreiras Carris:
12 - Funciona em duas partes: Alcântara - M. Pombal (Hotel Fénix) e Sta Apolónia - M. Pombal (Av. Duque de Loulé).
22 - Efectua terminal na Av. Duque de Loulé.
36 - Funciona em duas partes: Odivelas ou Sr. Roubado - M. Pombal (Av. Duque de Loulé) e Cais Sodré - Rossio.
44 - Funciona em duas partes: Moscavide - M. Pombal (Av. Duque de Loulé) e Cais Sodré - Rossio.
53 - Funciona entre Centro Sul e M. Pombal (Hotel Fénix).
74 - Funciona em duas partes: Gomes Freire - M. Pombal (Av. Duque Loulé) e C. Ourique - M. Pombal (Rua Alexandre Herculano).
83 - Funciona em duas partes: Portela - M. Pombal (Av. Duque de Loulé) e Amoreiras - M. Pombal (Hotel Fénix).
702 - Funciona entre Serafina e M. Pombal (Hotel Fénix).
706 - Funciona em duas partes: Terreiro do Paço - M. Pombal (Rua Alexandre Herculano) e Sta. Apolónia - M. Pombal (Av. Duque Loulé).
709 - Funciona em duas partes: C. Ourique - M. Pombal (Rua Alexandre Herculano) e Terreiro do Paço - Rossio.
711 - Funciona entre Alto Damaia e M. Pombal (Hotel Fénix).
720 - Funciona em duas partes: Calvário - M. Pombal (Hotel Fénix) e Picheleira - M. Pombal (Av. Duque de Loulé).
723 - Funciona em duas partes: Algés - M. Pombal (Hotel Fénix) e Desterro - M. Pombal (Av. Duque de Loulé).
727 - Funciona em duas partes: Restelo - M. Pombal (Hotel Fénix) e Roma-Areeiro - M. Pombal (Av. Duque de Loulé).
732 - Funciona em duas partes: Caselas - Rossio e Hosp. Sta Maria - M. Pombal (Av. Duque de Loulé).
738 - Funciona em duas partes: Alto S. Amaro - M. Pombal (Hotel Fénix) e Qtª. Barros - M. Pombal (Av. Duque de Loulé).
745 - Funciona em duas partes: Prior Velho - M. Pombal (Av. Duque de Loulé) e Sta Apolónia - Rossio.
746 - Efectua terminal na Av. António Augusto Aguiar.
759 - Funciona entre Est. Oriente e Rossio.
Ainda em consequência desta situação, as dificuldades de trânsito deverão alastrar a outras zonas da cidade, podendo resultar em perturbações pontuais no funcionamento de outras carreiras.
«Trabalhar para recuperar eventos que tinham desaparecido»??? É preciso ter lata! Foi com ele que desapareceram! Em 2008 não se passou nada em Lisboa. Esse comentário mete-me nojo.
ResponderEliminarLisboa precisa?? Precisa é de se livrar rapidamente deste presidente e correr com esses talibans ciclistas que recusam pensar a cidade para além do saciar das suas necessidades básicas de circulação. E onde é que eu levo as compras do mês e o puto de 3 meses, no cestinho?? Junto da baguette e das flores?!!! Que romantismo desgovernado....
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