In Público (8/9/2009)
Por Inês Boaventura
«Na Rua Cervantes, no interior de um conjunto de prédios, foram criados 99 lugares de estacionamento. Por enquanto são gratuitos, mas a Câmara de Lisboa quer entregá-los à EMEL
O logradouro existente na Rua Cervantes, entre as Avenidas de Madrid e João XXI, no Areeiro, reabriu ontem com quase cem lugares de estacionamento, novos pavimentos, muros pintados, coberto vegetal recuperado e iluminação pública renovada. A Câmara de Lisboa está também a promover uma intervenção num logradouro próximo, na Av. Guerra Junqueiro, e prevê lançar em breve o concurso para a requalificação de um outro na Rua Presidente Wilson.
O espaço na Rua Cervantes estava até aqui dominado pelos automóveis, que estacionavam desordenadamente, sem poupar áreas verdes ou pedonais. Depois de quase seis meses de obras e um investimento de 166 mil euros, o logradouro reabriu, segundo a técnica responsável pelo projecto camarário, como "uma zona de estacionamento com um bom enquadramento paisagístico".
De acordo com a arquitecta paisagista Helena Barros Gomes, foram delimitados 99 lugares de estacionamento, dois dos quais se vão destinar a deficientes, apesar de ainda não existir sinalização a indicá-lo. Os automobilistas podem deixar os veículos em redor dos prédios, cujos muros foram pintados de branco e cores vivas, ou numa zona elevada do logradouro (à qual os peões têm acesso através de escadas), onde se optou por colocar gravilha e "uma grelha que puxa a água para baixo" para garantir a sua permeabilidade.
As áreas verdes, onde as árvores já existentes coexistem com arbustos e herbáceas agora plantados, foram cercadas com um murete e pilaretes para impedir o estacionamento selvagem. Além disso, a rede de rega foi posta a funcionar e a iluminação pública foi renovada.
Por enquanto, estacionar no local é grátis, ao contrário do que acontece nas artérias circundantes, mas o vereador do Espaço Público da Câmara de Lisboa quer que os lugares venham a ser tarifados pela EMEL. O objectivo, segundo Sá Fernandes, não é tanto gerar receitas, mas garantir que os moradores têm onde estacionar, na medida em que os visitantes só o poderão fazer se pagarem.
Ontem o vereador anunciou, durante uma visita àquele espaço, que em breve será lançado o concurso público relativo ao logradouro da Rua Presidente Wilson. Já em curso, e com conclusão prevista para dia 20 deste mês, apesar de no local parecer haver muito pouca obra feita, está a intervenção num outro logradouro da Avenida Guerra Junqueiro.
Aqui, de acordo com a arquitecta Helena Barros, vai ser recuperada a zona verde central que a EMEL tinha transformado em estacionamento pago, delimitando-se uma série de lugares em redor. Vai ainda ser colocada iluminação e criado um corredor para os peões circularem junto aos prédios, cujos muros vão ser pintados com cores ainda não definidas.»
...
Efectivamente, o logradouro tem estado em obras há vários meses, sem que ninguém dali soubesse o que se iria passar. Bom, já se viu que a preocupação são os automóveis e os automobilistas (atenção que essa tal escada já existia), e, claro, as futuras receitas da EMEL. Árvores, espaço público de lazer e convívio, isso é coisa para quem se preocupava com isso há 60 anos. Se for esse desiderato - pópó-condutor-EMEL - que se preparam para atingir com todos os outros logradouros da zona do Areeiro, então, em "podem limpar as mãos à parede".
À medida que lia o post, eu pensava justamente chamar a atenção para o que é dito no último parágrafo.
ResponderEliminarComo já lá está, só posso sublinhar.
Este Jardim Público, MUNICIPAL, está agora transformado "numa zona de estacionamento com um bom enquadramento paisagístico".
ResponderEliminar!!!!!!
E é com grande orgulho que falam em 90 lugares de estacionamento NO ESPAÇO DE UM JARDIM!!!!
Estamos tramados!!!!!
Eu não conheço o local, mas há algum mal haver jardins cuidados e limpos circundados por um estacionamento ordenado ?
ResponderEliminarEsta fobia aos carros e agora também ao estacionamento ordenado e legal já me parece um problema de aspecto psiquiátrico.
Se não houvesse neste projecto estacionamento previsto, que hoje lá existe mas anárquico, vinham os moradores cair todos em cima da CML. Presos por ter cão, presos por não ter. Na Rua do Salitre, desde há muitos anos, existe um logradouro verde onde estacionamento à superfície se conjuga com vegetação e pavimentação adequada e é um exemplo a seguir. Se estes forem no mesmo caminho, nada contra. Quem está à partida contra, são os mesmos do costume que aqui vêm dizer mal de tudo e nada propõem fazer e quando alguém faz, só acreditam no fim porque até ao fim...pode ser propaganda. Enfim...
ResponderEliminarQuem defende um estacionamento dentro de um Jardim - que foi pensado e executado para ser um espaço verde para servir uma comunidade de residentes - é que parece ter problemas do foro psiquiátrico e não só!
ResponderEliminarNão defendo dentro do jardim, como é óbvio. É o jardim circundado pelo estacionamento. Ou não sabe o significado do verbo circundar?
ResponderEliminarnada contra o estacionamento, desde que ordenado, limitado e não comercializado.
ResponderEliminarO estacionamento deveria ser apenas para os moradores,
nuno caiado