Câmaras instaladas na Ribeira já estão a gravar
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Zona está sob videovigilância há vários dias e sistema deverá transitar para outros locais
00h30m
CARLA SOARES
Zona está sob videovigilância há vários dias e sistema deverá transitar para outros locais
00h30m
CARLA SOARES
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O simples gesto de atirar um balde de água da janela para cima de quem passa foi captado e gravado por uma das 14 câmaras de videovigilância instaladas na Ribeira, que começaram a funcionar no final do mês passado.
Ontem, o ministro da Administração Interna, Rui Pereira, foi conhecer os locais onde estão colocadas as câmaras, numa visita relâmpago, e acabou na central de monitorização que fica no Comando Metropolitano do Porto da PSP. Ali, teve uma amostra daquilo que tem sido capturado pelo novo sistema e que poderá servir como meio de prova legal em caso de crime. As câmaras vão gravar apenas imagens, das 21 horas até às sete, segundo a autorização da Comissão Nacional de Protecção de Dados. Mas o visionamento da zona é feito todo o dia.
Do mais simples ao mais complicado, os actos ilícitos ficam registados, pois toda a zona, da ponte Luís I até à Alfândega, está sob vigilância. O sistema, explicou um elemento da PSP, permite, por exemplo, identificar a origem do banho dado, com água e "algo mais", a um grupo de jovens que passava por baixo da janela, de madrugada, e responsabilizar criminalmente o morador. A propósito, o ministro colheu na Ribeira queixas do ruído. "Não se consegue dormir de noite", desabafou uma vendedora e residente.
Uma das questões que se levanta com este novo sistema é a da privacidade mas, se quem circula nas ruas não tem como passar despercebido, quando são filmadas fachadas ou janelas surge nos monitores da PSP uma banda negra que preserva a intimidade dos habitantes. Pelo menos até colocarem o pé fora de casa, estão fora do alcance das objectivas.
O "software" instalado para o efeito, permite efectuar pesquisas por data, hora e local, dentro da área que ronda os dois quilómetros quadrados. Neste momento, o sistema está nas mãos do subcomissário Tiago Gonçalves que garante que as imagens apenas serão usadas para fins policiais. Os recursos humanos mobilizados são da PSP. Mas as câmaras, restante equipamento e programas são pagos pela Associação de Bares da Zona Histórica do Porto (ABZHP), num investimento que rondará os 200 mil euros em cinco anos. A despesa é assumida pelos sócios da associação que operam naquela zona, à volta de duas centenas, entre bares, lojas de artesanato, restaurantes e ourivesarias, explicou António Fonseca, presidente da ABZHP. A Câmara do Porto ajudou a ultrapassar a burocracia e contribui para o pagamento da electricidade.
O objectivo, explicou António Fonseca, é alargar a videovigilância a outras zonas. E recordou o abaixo-assinado para que exista nos Clérigos. Primeiro, nota, é preciso testar o sistema na Ribeira, o que "pode demorar um ano".
O presidente da Câmara, Rui Rio, mostrou-se aberto à solução. "Acho que pode ser implementado em outras zonas", disse, ressalvando que o objectivo é "normalizar" um dado local. E, a partir do momento que isso aconteça, as câmaras devem sair para outro sítio para não se chegar ao ponto de ter "a cidade toda filmada".
O simples gesto de atirar um balde de água da janela para cima de quem passa foi captado e gravado por uma das 14 câmaras de videovigilância instaladas na Ribeira, que começaram a funcionar no final do mês passado.
Ontem, o ministro da Administração Interna, Rui Pereira, foi conhecer os locais onde estão colocadas as câmaras, numa visita relâmpago, e acabou na central de monitorização que fica no Comando Metropolitano do Porto da PSP. Ali, teve uma amostra daquilo que tem sido capturado pelo novo sistema e que poderá servir como meio de prova legal em caso de crime. As câmaras vão gravar apenas imagens, das 21 horas até às sete, segundo a autorização da Comissão Nacional de Protecção de Dados. Mas o visionamento da zona é feito todo o dia.
Do mais simples ao mais complicado, os actos ilícitos ficam registados, pois toda a zona, da ponte Luís I até à Alfândega, está sob vigilância. O sistema, explicou um elemento da PSP, permite, por exemplo, identificar a origem do banho dado, com água e "algo mais", a um grupo de jovens que passava por baixo da janela, de madrugada, e responsabilizar criminalmente o morador. A propósito, o ministro colheu na Ribeira queixas do ruído. "Não se consegue dormir de noite", desabafou uma vendedora e residente.
Uma das questões que se levanta com este novo sistema é a da privacidade mas, se quem circula nas ruas não tem como passar despercebido, quando são filmadas fachadas ou janelas surge nos monitores da PSP uma banda negra que preserva a intimidade dos habitantes. Pelo menos até colocarem o pé fora de casa, estão fora do alcance das objectivas.
O "software" instalado para o efeito, permite efectuar pesquisas por data, hora e local, dentro da área que ronda os dois quilómetros quadrados. Neste momento, o sistema está nas mãos do subcomissário Tiago Gonçalves que garante que as imagens apenas serão usadas para fins policiais. Os recursos humanos mobilizados são da PSP. Mas as câmaras, restante equipamento e programas são pagos pela Associação de Bares da Zona Histórica do Porto (ABZHP), num investimento que rondará os 200 mil euros em cinco anos. A despesa é assumida pelos sócios da associação que operam naquela zona, à volta de duas centenas, entre bares, lojas de artesanato, restaurantes e ourivesarias, explicou António Fonseca, presidente da ABZHP. A Câmara do Porto ajudou a ultrapassar a burocracia e contribui para o pagamento da electricidade.
O objectivo, explicou António Fonseca, é alargar a videovigilância a outras zonas. E recordou o abaixo-assinado para que exista nos Clérigos. Primeiro, nota, é preciso testar o sistema na Ribeira, o que "pode demorar um ano".
O presidente da Câmara, Rui Rio, mostrou-se aberto à solução. "Acho que pode ser implementado em outras zonas", disse, ressalvando que o objectivo é "normalizar" um dado local. E, a partir do momento que isso aconteça, as câmaras devem sair para outro sítio para não se chegar ao ponto de ter "a cidade toda filmada".
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Talvez que a implementação de uma medida como esta no BA, contribuisse para acabar com a criminalidade e muitos outros ilícitos que por lá se praticam.
Não sei digo eu...
Atiraram um balde de água para cima do ministro que passava?
ResponderEliminarOlhe que, se calhar, a água foi mal empregada...
Deixa cá ver se percebi: se um grupo se entretiver a fazer uma grande barulheira às tantas da matina por baixo de uma janela de alguém que, naturalmente, pretende o descanso a que tem direito e esse alguém, farto da situação e da indiferença das autoridades, lhe atirar um balde de água por cima, pode ser responsabilizado criminalmente, é isso?
ResponderEliminarEntão vamos no bom caminho. Não sei, digo eu...
os maiores ilícitos do BA estão à vista de todos e não precisam de ser filmados. são ilícitos urbanos e administrativos, em que a câmara permite que a cada dois passos se abram bares sem as mínimas condições, sem licenciamento, sem fiscalização, e com um carga fiscal diminuta.
ResponderEliminarÉ claro que já deviam estar no Bairro Alto, e tb no Intendente e outras zonas problemáticas da cidade!
ResponderEliminarA privacidade à muito que é abdicada sempre que se entra num Centro Comercial, num supermercado, numa qualquer loja, num parque de estacionamento, banco, transportes públicos, etc e etc. E apenas para mencionar a privacidade video, porque se pensarmos que a todo e a qualquer momento as operadoras de telemóveis sabem onde estamos, os bancos sabem qd, qt e como gastamos, os transportes públicos sabem de onde e para onde viajamos e os supermercados sabem do que compramos!
Acharia isso uma excelente ideia. Para tentar travar alguns "artistas" do grafitti, mas sobretudo por causa da violência que tem ocorrido muitas vezes no Bairro Alto.
ResponderEliminarCumprimentos
O mais importante que se retira da notícia é mesmo o balde de água que foi atirado, não é o facto deste sistema constituir uma medida de combate ao crime...
ResponderEliminarEle há cada um, mas enfim, é o que temos!
Se quem mandou o balde de água pode ser criminalizado, isso é combater o crime.
ResponderEliminarEnfim, é o que temos!
Eu ando diariamente na linha de cascais e digo-vos: com a videovigilância, tudo ficou mais seguro. Antes era bem diferente. Agora, pode-se andar com confiança no comboio até à 01:00h da manhã. Acham que não vale a pena? No BA valia a pena,claro está...
ResponderEliminarUma medida que por enquanto redunda no combate às hidro-estratégias eficazes da população local. Tsk.
ResponderEliminarBastaria impedir o excesso de bares no local. Devia haver uma quota de bares, e não ultrapassá-la. Já se sabe o que dão concentrações de bares: montes de bêbedos, tarde e a más horas. Em Inglaterra há uma hora de fecho dos pubs. Eles tiveram a experiência do que é aguentar bares abertos noite adentro com gente que não se sabe comportar nem lá dentro nem cá fora.
LOBO VILLA,10-9-09
ResponderEliminar"Eu sei que é no Porto,mas..." mas eu em Lisboa não quero este espianço pidesco nas ruas da minha cidade!
Se a falta de civismo é a grande questão,ela começa em S. Bento ,ou então,como diz Portas, "faltam polícias..." mas espianço por câmaras nunca ! Nunca jamais !
PIDE nunca mais ! Quem ,que juízes... ,ou que Parlamento( "partidos" nunca) controlam as imagens deste espianço colectivo ?
Rui Rio mostrou-se "aberto" a esta solução,mas sem chegar á "cidade toda filmada"...diz ele !
Você acredita nele ? Eu não...
Miguel Drummond,
ResponderEliminarOs pubs em Inglaterra podem ficar abertos toda a noite.
A lei que obrigava o seu encerramento pelas 23h foi alterada à 3/4 anos.
E foi instituída para que os trabalhadores aparecessem no trabalho sóbrios no dia seguinte
Caro R. Dias
ResponderEliminarEm Inglaterra não se permite, seguramente, que multidões de consumidores de álcool tomem o espaço público e façam da rua uma extensão (não paga) dos pubs.
Na minha opinião, esse é o problema fundamental do Bairro Alto, Santos e outros locais de Lisboa: os bares são normalmente meros pontos de aquisição de álcool, e a "animação" é transferida para o espaço público, com as consequências que se conhecem.
Resolver o problema do BA e da noite em LX começa por aí.
Caro Rui Mateus,
ResponderEliminarEfectivamente, não tenho a certeza de qual é a lei sobre a ocupação da via pública, mas a minha resposta não se referia a essa situação, mas sim à correcção de outro comentador quanto ao horário de funcionamento dos pubs.
De resto, concordo com a sua opinião sobre a extensão para o espaço público, mas afianço-lhe que o que se passa no BA tb se passa no Reino Unido, em particular em Londres, que conheço. Ao final do dia trabalho, os pubs enchem-se e os frequentadores efectivamente vêm para a rua beber e conversar (alto). Lá como aqui, o pub é apenas local de compra de bebida, por exemplo, em Canary Wharf, Market Place, city, entre outras. E mais tarde às 6ªs e Sábados, esta situação repete-se nas zonas de vida nocturna, nomeadamente Soho e Old Street, e digo eu, num cenário bem mais decadente do que por cá se vê. É certo no entanto, que esta situação não se distende no tempo como cá. Apesar de ser possível permanecerem abertos até mais tarde, muitos continuam a encerrar pelas 11h/meia-noite, e daqui seguem para os clubs.
Outra situação que efectivamente acontece, e que não existe, ou tem pouca expressão, que é a compra de alcool em supermercados abertos até tarde e em lojas de conveniência. Claro está, este álcool não será conumido em locais fechados, mas sim na rua.