Um projecto para dois novos parques de estacionamento no bairro de Campo de Ourique, em Lisboa, está a ser estudado, com o intuito de minorar os problemas de parqueamento de residentes e comerciantes, disse fonte d a EMEL ao JN.
Fonte da Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa (EMEL) revelou que um dos projectos é relativo a um parque que é "propriedade de uma companhia de seguros e que está sem utilização" e o segundo deverá ser construído "de raiz, no largo Afonso da Praça".
Este último destinar-se-á principalmente a residentes e comerciantes e, segundo o departamento de comunicação da empresa, esta ficará "responsável por desenvolver o projecto, encontrar os construtores, o respectivo financiamento e assegurar a boa gestão da obra", entregando, posteriormente os lugares aos interessados. O parque dependerá da "real procura existente" e só avançará, em princípio, depois das eleições autárquicas.
O projecto surge numa altura em que vários comerciantes se mostraram descontentes com a gestão da EMEL relativamente às zonas parqueadas do bairro. Recorde-se que entrou, este mês, em funcionamento o sistema de tarifas de zona mista, no qual apenas os visitantes pagam. Os residentes terão de obter os dísticos, sendo o primeiro gratuito, podendo adquirir até quatro. Os comerciantes apenas podem adquirir um dístico para um carro de empresa, no valor de 25 euros mensais.
O caso tem gerado polémica, sobretudo porque as casas de pequeno comércio - cujos sócios se deslocam em viatura própria - são obrigados a pagar estacionamento como qualquer visitante.
João Lopes, 39 anos, um dos sócios de "O meu café" na Rua da Infantaria 16, confessa que é "complicado" dado que não tem carro da empresa e todos os dias tem de "pôr a moeda". "Somos três sócios. Não vamos comprar três carros", disse, até porque o regulamento só permite adquirir um dístico por empresa. João recorda que a situação não é recente, mas nestes últimos anos os parquímetros não funcionavam por terem sido alvo de vandalismo.
João Peres, 69 anos, proprietário de uma ourivesaria confessa que ainda não decidiu se vai adquirir o dístico para o seu carro de comerciante. "Tenho clientes por Lisboa inteira, por isso pago em tudo o que é sítio, não sei se compensa", destaca, acrescentando que "há uma firma que tem sete ou oito carrinhas" e não faz sentido "continuar sediada" ali.
Já Arnaldo Dias, dono de uma loja de roupa a funcionar no bairro há mais de 40 anos, diz-se indignado por pagar e não ter "direito a um lugar à porta". "É onde calhar", conta. Os comerciantes, além de acharem o preço "injusto" têm medo da perda de clientes. Muitos acham que agora "vão ser só clientes do bairro".
Contactado pelo JN, o presidente da Junta do Santo Condestável, Luís Graça Gonçalves afirma que os comerciantes "têm alguma razão, mas é um problema quase impossível de resolver". Para o responsável, a resolução passa "pelo aumento da capacidade de estacionamento". A EMEL relembrou, ainda, que, antes deste novo regulamento, os comerciantes não tinham direito a dístico e os residentes tinham "às vezes dez a doze dísticos".
In JN
A solução é continuar a vandalizar os parquimetros. Resulta.
ResponderEliminarVão à noite com um martelo e partam o visor, arranquem as teclas.
Bairros históricos: incompatíveis com trânsito automável PONTO.
ResponderEliminardiz-se indignado por pagar e não ter "direito a um lugar à porta". "É onde calhar", conta.
ResponderEliminaroh que chatice... toda a gente devia de ter direito a deixar o carro onde quisesse, está na constituição.
pode estacionar nos passeios, ou nas passadeiras, ou nas paragens de autocarros que ninguém se chateia.
Este é o príncipio de devia imperar na maior parte da cidade: os moradores têm um distico gratuito para um lugar - um por família sendo que os restantes serão pagos - os comerciantes têm um dístico pago sem possibilidade de pedir um segundo e os visitantes pagam.
ResponderEliminarTenho carro e desloco-me de transportes ou a pé por Lisboa. Vamos lá acabar com esta mentalidade nova-rica de motorizar-se até aos dentes e não dar dois passos sem o carro. Vamos mostrar que somos civilizados!
esses novos parques sao subterraneos ou silos em altura?
ResponderEliminarSe os novos parques só vão mesmo «minorar os problemas», para quê então avançar com obras que vão custar milhões e serão apenas uma gota de água num oceano?! É o modelo insustentável da mobilidade da maioria dos moradores de Campo de Ourique que tem de ser alvo de "obra nova"!
ResponderEliminarQuanto aos 3 proprietários de um café e que não vão comprar 3 carros para a empresa porque cada empresa só pode ter 1 dístico (mas se a emel der 3 dísticos vocês compram 3 carrinhos?!) sugiro que comprem 3 cartões LISBOA VIVA!
eu nunca tive problemas em estacionar no parque por baixo da igreja em Campo de Ourique. é verdade que fui lá poucas vezes mas estava sempre às moscas. por isso não me parece que sejam precisos mais parques.
ResponderEliminarComo parece obvio a procura do parque vai aumentar.
ResponderEliminarSandra, a partir de agora as mercadorias passam a ir de autocarro ao colo dos proprietários do cafe???!!!!!!!!
Xico205, em Veneza onde não há carros em lado nenhum, onde vão as mercadorias? Ao colo? Vamos lá. A verdade é que o "direito" a estacionar não existe. Mas admita-se 1 carro por fogo. Mesmo assim, se todos os fogos tivessem 1 carro, rebentava-se com o tecido dos bairros.
ResponderEliminarO comércio de Campo de Ourique só vai resistir se continuar a virar-se para o bairro, para os produtos de qualidade, para a honestidade na venda. Como até aqui, nunca viveu das pessoas irem de carro, porque o estacionamento é e sempre foi insuficiente.
SANDRA SE NAO COMEÇARMOS POR TIRAR UMAS GOTAS, NUNCA VAMOS ELIMINAR O OCEANO DO CAOS DO TRANSITO EM LISBOA.
ResponderEliminarHá, esprere, o Santana promete resolver todos esses problemas de transito construindo muitos tuneis subterraneos prontos a serem vandalizados e grafitados durante a noite ;P
Em Veneza vão de barco, em Lisboa quando chove tambem podem começar a ir de barco, mas neste momento estamos em periodo de seca RF.
ResponderEliminarQual é o mal dos tuneis terem grafitis? Antes os tuneis que as estatuas ou os edificios antigos!
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