In Jornal de Notícias (31/10/2009)
TELMA ROQUE
«Os trabalhadores do histórico café Brasileira do Chiado, em Lisboa, cumpriram ontem um dia de greve para pedir aumentos e o fim da "repressão psicológica". A gerência negou as acusações e manteve as portas abertas.
Repressão psicológica, perseguição e incumprimento de direitos como o pagamento de subsídios e horas extraordinárias levaram ontem os cerca de 30 funcionários à greve. "A Brasileira do Chiado é um estabelecimento de grande prestígio e este seu estatuto deveria ter correspondência nas relações de trabalho", argumentou o Sindicato dos Trabalhadores da Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Sul.
Rodolfo Caseiro, presidente do sindicato, explicou ao JN que, na origem do protesto está o "clima de instabilidade" que os trabalhadores enfrentam. "Quando exigem os seus direitos, são reprimidos ou suspensos", avançou, acrescentando que há três funcionários suspensos devido a processos disciplinares. Um deles, acabou mesmo por receber uma carta de despedimento e recorreu.
Jaime Silva, sócio-gerente da centenária Brasileira do Chiado, assegurou que "os salários estão actualizados" e negou quaisquer cenários de represálias. "Não há ninguém suspenso", frisou. Sobre o incumprimento de direitos e de regalias afirmou que não deve "cinco tostões a ninguém". Disse mesmo que, a seu ver, "a greve não tem fundamento nenhum". Embora tenha afirmado que não existem trabalhadores suspensos, admitiu que houve dois despedimentos. No entanto, não quis adiantar ao JN os motivos que estiveram na origem do afastamento dos funcionários.
Segundo Jaime Silva - que conseguiu assegurar o normal funcionamento do café - apenas 12 trabalhadores estiveram em greve. O Sindicato, avança que 22 não trabalharam. "Só estão a trabalhar os contratados a prazo porque têm medo de perder o emprego.
Entre os trabalhadores que cumpriram o dia de greve à porta da Brasileira estava Clevimar Soares, que diz ter sido despedido, alegadamente por levar fruta de casa para comer na mesa refeições de pessoal. "Pioraram a qualidade da comida e eu levei fruta para comer na sala. Foi confiscada e eu acabei suspenso", acusou.
Sindicato, gerência e um representante do Ministério do Trabalho estiveram ontem reunidos, mas não houve sinais de entendimento. No entanto, ficou marcada uma nova reunião de conciliação para dia o próximo dia 19.
Até lá, sindicato e trabalhadores garantem que vão continuar a lutar pela actualização salarial e pelo arquivamento dos processos disciplinares instaurados contra alguns funcionários. »
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O público é que devia fazer greve à Brasileira, que é uma lástima em termos de serviço, do que se come e a que preços, que são um verdadeiro roubo.
Apesar de concordar que os preços são realmente altos, também é verdade que estes "roubos" são practicados em todos os cafés históricos e turísticos pela Europa fora (em Veneza então, nem se fala).
ResponderEliminarO que reclamo sim, é o serviço vergonhoso, mas pior ainda são as casas de banho! Fui lá duas vezes na vida, e em ambas nunca tinha visto situação igual em algum café ou restaurante. A tamanha falta de higiene numa visita podia ter sido um acaso ou acidente, mas numa segunda muito tempo depois voltar a estar igual, revela que existe realmente falta de limpeza e cuidado.
Quanto aos funcionários que foram suspensos devido a processos disciplinares, que sejam todos despedidos. O cliente não tem culpa da sua insatisfação no emprego, levando com o seu péssimo serviço.
Digo a todos os estrangeiros que conheço e visitam Lisboa a espreitar o interior mas evitarem sentar e consumir qualquer coisa.
Há algum não turista que ainda frequente a brasileira?
ResponderEliminarCreio que não. Realmente o serviço é vergonhoso, ainda mais sendo um local com história, que devia prezar a qualidade. Deixei de lá ir à muitos anos. Aliás se tiver de ir a algum café naquela zona prefiro a Benard, pois apesar do serviço ser igualmente medíocre sempre tem uns excelentes Croissants.
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