25/11/2009

Abate de árvores no Príncipe Real/protesto veemente e pedido ao Sr. Presidente da CML




Exmo. Sr. Presidente da Câmara,
Dr. António Costa


Serve o presente para manifestarmos a nossa mais veemente indignação pelo abate de árvores de grande porte na Praça do Príncipe Real, dando continuidade a uma prática recorrente na última década, que julgávamos extinta ou em vias disso!

A CML, mais precisamente o Pelouro do Espaços Verdes tem procedido a podas mal feitas e ao abate sistemático de árvores de grande porte em zonas fulcrais de Lisboa, designadamente em parques (ex. Vale do Silêncio, nos Olivais), jardins (ex.Campo Pequeno) e avenidas centrais (ex.Avenidas Novas), baseando-se em pseudo-pareceres técnicos, na esmagadora maioria orais ou, quando escritos, escritos convenientemente
a posteriori.

Senhor Presidente, solicitamos-lhe que dê início, quanto antes, a duas medidas que se exigem a bem de Lisboa:

- Abertura de sindicância aos serviços da CML do pelouro respectivo; sindicância que deve abranger as seguintes matérias: origem das árvores que regularmente se plantam; destino da madeira cortada e fornecedores das máquinas de arranque das árvores;

- Criação de um regulamento sobre procedimentos de abate e substituição de árvores de grande porte em Lisboa, seja em parques, jardins ou arruamentos; sejam árvores de alinhamento, consignando expressamente a obrigatoriedade de existirem previamente:

a) Parecer vinculativo do Laboratório de Patologia Vegetal Veríssimo de Almeida;
b) Parecer consultivo das ONG actuantes nesta área, designadamente Autoridade Florestal Nacional (sempre que estejam em causa intervenções envolvendo árvores classificadas), Quercus, Associação Lisboa Verde e Liga Amigos do Jardim Botânico.

- Abertura de inquérito aos serviços da CML com vista ao apuramento de responsabilidades no que toca a esta intervenção em concreto, que consideramos um grave atentado ao património da cidade e ao quotidiano dos lisboetas.

Acresce que consta no local que a praça será "compensada" com a plantação das laranjeiras retiradas da Praça de Alvalade nas caldeiras agora sem árvores do Príncipe Real. Trata-se de uma argumentação caricata.

Finalmente, não será este abate o primeiro passo no sentido de, a médio prazo, estarem reunidas as "condições" para a construção do famigerado estacionamento subterrâneo em "U", projecto que julgávamos enterrado definitivamente?

Esta situação tornou-se insustentável, Senhor Presidente.

Na expectativa, subscrevemo-nos com os melhores cumprimentos.


Paulo Ferrero, António Branco Almeida, Nuno Caiado, Nuno Santos Silva, José Morais Arnaud, Nuno Franco e José Fonseca e Costa



Fotos: Leonor Areal

7 comentários:

  1. Aonde é que eu ASSASSINO?

    ResponderEliminar
  2. Horrível :(
    Eu até acho que alguns dos nossos jardins são demasiado sombrios e têm excesso de vegetação ou as árvores cresceram descontroladamente, mas o Príncipe Real estava óptimo como estava.

    ResponderEliminar
  3. É vergonhoso.
    Começam sempre por vender a ideia de que as árvores constituem um perigo iminente para as pessoas e bens; fazem-no na altura da poda das árvores, disfarçando assim as verdadeiras intenções; acabam por destruir árvores que não incomodam nem as pessoas nem os bens, antes pelo contrário. São árvores que só incomodam os projectos que guardam nas suas mentes e gavetas...
    Virá aí o parque de estacionamento???

    ResponderEliminar
  4. Afinal sempre havia razão para alarme. Infelizmente.
    será que alguma vez isto muda?

    ResponderEliminar
  5. OBJECTIVAMENTE, ENCURTA O JARDIM UNS 5 A 6 METROS. VERGONHOSO , IRRESPONSÁVEL E CRIMINOSO.
    Nuno Caiado

    ResponderEliminar
  6. A democracia não permite que os nossos políticos façam o que lhes apetece do espaço público, sabendo eles de antemão os problemas que vão criar.
    Os cidadãos têm de responsabilizar aos seus representantes, não só pelo voto mas pelas consequências advindas. Será que o meu voto serviu para isto? Será que votar dá direito a todo o tipo de atropelos sem justificação? Arq.º

    ResponderEliminar