A 'Plataforma por Monsanto' alertou ontem, quarta-feira, para um agravamento da situação do corte de árvores em Monsanto, Lisboa, e defendeu que as clareiras abertas apontam para um abate que "não se configura" com uma limpeza de mata.
"Aquilo que vimos no terreno não se configura com uma operação de limpeza de matas, ou de monda de árvores, como afirmou o vereador do Ambiente", disse à Lusa Artur Lourenço, da Plataforma, que junta associações ambientalistas como a Quercus e a Liga para a Protecção da Natureza (LPN). Na semana passada, na sequência de um comunicado da Plataforma, o vereador Sá Fernandes, responsável pelos pelouros dos Espaços Verdes e Ambiente Urbano, afirmou que além da limpeza de infestantes, como acácias, aquela intervenção é a chamada "monda de árvores", que "todos os anos se faz porque é necessário".
"A situação agravou-se de forma significativa junto à Alameda Keil do Amaral e com a rápida abertura de uma enorme clareira e de uma estrada para a REN [Rede Eléctrica Nacional] na zona do Zambujal", denunciou a Plataforma em comunicado, acrescentando que foi pedida uma reunião urgente com o presidente da autarquia. Os ambientalistas defendem que "o número de árvores cortado no caso das obras para a subestação eléctrica no parque florestal é muito superior às 200 que estavam previstas".
Contactado pela Lusa, o vereador Sá Fernandes afirmou que foi ao terreno e que não partilha da opinião da Plataforma. "Não têm razão. São mondas", defendeu.
Fonte da autarquia explicou que estas limpezas deveriam ser feitas todos os anos, mas, como tem havido poucos meios, a operação ficou "um pouco descuidada".
No caso da instalação da subestação eléctrica no Monsanto, a Plataforma já apresentou uma queixa ao comissário europeu para o Ambiente contra a suspensão do Plano Director Municipal (PDM) de Lisboa para permitir a obra. A suspensão do PDM foi decidida em Junho pelo Governo, apesar de o anterior Executivo ter chumbado a proposta, com os votos contra de toda a oposição. A 'Plataforma por Monsanto' defende que a obra, a realizar-se, não terá em conta qualquer estudo de impacte ambiental ou alternativas credíveis, argumento que a oposição no anterior Executivo utilizou para chumbar a proposta.
Apesar de ter sido estudada a possibilidade de a autarquia avançar com uma providência cautelar contra o Estado, os serviços jurídicos do município concluíram que, não obstante a construção da subestação violar o estatuto especial da área do Monsanto, a Câmara não conseguiria cumprir todos os requisitos de prova exigidos para este tipo de acção cível.
inJN
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A CML não conseguiria porque o próprio executivo deu logo, sem qualquer contestação ou estudo de alternativas, luz verde ao projecto. Inclusivamente os espaços verdes, deram logo o seu aval tendo por única preocupação que compensações deveriam negociar. Os espaços verdes não têm por obrigação a defesa manutenção dos mesmos espaços verdes? O PFM , enquanto maior espaço verde da cidade deveria ser encarado com um pouco mais de respeito. Já basta de pensar que "aquilo é tão grande que tirar mais umas árvores ou meter lá mais qualquer coisa que não cabe noutro lado ou porque é mais barato não faz mal nenhum". Infelizmente é assim que continuam a pensar.
Dr Sá Fernandes , quem o viu e quem o vê...
ResponderEliminarFicará na História da CML como maior vira -casacas de Lisboa !!!