Edifício centenário de Lisboa dá origem a projecto de escritórios
Um edifício datado do início do século XX, na Avenida da República, em Lisboa, vai dar lugar a um empreendimento de escritórios. Trata-se de uma operação de reabilitação urbana [sic], levada a cabo pela construtora Rui Ribeiro, que preservará as fachadas daquele edifício, demolindo todo o seu interior [sic]. Com conclusão prevista para 2011, este novo projecto, com 6.700 m² acima do solo, compreenderá sete pisos, cinco caves e 100 lugares de estacionamento. Cada piso disporá de uma área de 950 m².
Segundo revelou a construtora Rui Ribeiro, o edifício de escritórios poderá ser ocupado por uma empresa ou por várias, conforme o desfecho do processo de comercialização em curso. “A escolha desta localização para a atracção do sector terciário deve-se às boas acessibilidades que o imóvel apresenta, encontrando-se o mesmo numa das zonas mais nobres de Lisboa” [sic], revelou aquela empresa. in Público 16-12-2009
Nota: manter uma fachada descontextualizada, destruir a totalidade dos interiores e impermeabilizar logradouros com caves para estacionamento é «reabilitação urbana»? Não. Isto é uma construção nova, muito mal disfarçada. Isto foi mais um crime contra o Património Cultural de Lisboa. Este artigo é um paradigma das confusões e ignorâncias que reinam na nossa sociedade. Só faltava dizer que isto também é uma obra "green", com uma pegada ecológica pequena!
será que este tal FJorge prefere que tudo seja arrasado...
ResponderEliminarse alguém faz. é porque faz!!!
se alguém não faz, é porque não faz!!!!
porra!!!decidam-se...
ou será que o menino gostava de voltar ao tempo do Viriato e viver nas grutas de antanho????
Não percebo bem o que defendem. Manter as fachadas e adaptar os interiores é prática corrente em todo o mundo civilizado. Seja habitação ou escritórios, não há mercado para edifícios com interiores em madeira e tabique e sem estacionamentos.
ResponderEliminarEstive em Novembro em Estocolmo, numa sociedade de advogados em pleno centro da cidade, (a 300 metros do City Hall) e o que vi foi exactamente isto: fachada histórica, estacionamento com fartura (numa rua semi-pedonal, os únicos veículos que podem circular são os que se deslocam de e para os estacionamentos dos vários prédios) e por dentro uma reconstrução moderna e adequada às necessidades dos tempos.
A alternativa não é manter os interiores. A alternativa é o abandono dos espaços.
Estas fotografias (retirando as vigas de ferro) fariam relembrar Dresden 1945. Mas nós não necessitamos de guerras! Com muita burrice, muita estupidez e, muita ganância...lá chegaremos!
ResponderEliminarRealmente este belo eficio foi quase totalmente destruido. Nao por um bombardeamento, mas pela estupidez.
ResponderEliminarFaço notar que as duas pequenas "torres" da platibanda, com círculo no topo, foram DEMOLIDAS.
ResponderEliminarCom os contactos que alguns membros do Fórum têm na CML, bem poderiam ter estado atentos, e ter-se interviddo ANTES de ser aprovado, em 2008.
Interessa mais aos lisboetas o que AGORA está para ser aprovado destas selváticas demolições.
Neste caso teve aprovação do pseudo IGESPAR de Sumaviele (os nomes são para ser recordados, para a História), porque fica na ZEP de um edifício classificado, na esquina adjacente.
isso, mais 100 carros na zona mais bem servida de transportes em lisboa...
ResponderEliminarPior: este projecto devia ter sido declarado nulo, a ter em conta os pareceres da sindicância. É UMA VERGONHA!
ResponderEliminarAnónimo das 2:58
ResponderEliminarAdaptar os interiores é uma coisa, demolir totalmente....é outra.
Não sei a que exemplo de Estocolmo se refere mas, na segunda cidade da Suécia Göteborg, conheço só um caso igual a este....nada mais.
Errado! Era para o anónimo das 6:59
ResponderEliminarCaros anónimos das 12:55 AM e das 6:59 AM
ResponderEliminarComo arquitecto e Lisboeta, e sem defender os fundamentalismos que por vezes neste blog se professam, devo dizer-lhes que há muito quem queira morar ou trabalhar em "edifícios com interiores em madeira e tabique e sem estacionamentos" ou mesmo sem elevador (não sei se aqui será este o caso)... há pessoas que sabem que o automóvel não é um orgão do corpo humano, mas sim um acessório exterior; e pessoas que valorizam o "corpo" dos edificos com história!
É preciso é que os preços deste não se tornem inacessíveis por o promotor têr a alternativa da demolição (quase) integral. A Câmara não lhes pode conferir esse "direito"; porque a esses promotores só as contas interessam, este tipo de projectos têm de ser severamente penalizados a nível fiscal e contributivo.
Neste caso estamos perante um edifício nobre, com grande qualidade construtiva e um programa decorativo interior e exterior brilhante (não se trata portanto de um gaioleiro anónimo da Av. Almirante Reis, e mesmo estes não tendo valor individual, tem-no seguramente como conjunto homogéneo que são); é sob todos os aspectos um massacre cultural aquilo que aqui se fez. A cidade tem seguramente que crescer em parte por expansão e em parte por sobreposição, só assim poderá ter um "mix" que lhe confira competividade e interesse, mas aqui não seria o melhor local para a sobreposição...
Termino dizendo se aos caros "anónimos" não lhes apraz viver ou trabalhar nos ditos "edifícios com interiores em madeira e tabique e sem estacionamentos", não defendam a privação dessa vontade a terceiros, pois depois de destruídos estes edificíos são irrepetíveis!
cumps.
Apoiado!
ResponderEliminarao primeiro anónimo aconselho: vá de viagem de estudo, até ao centro de Paris, Viena, Madrid, Londres, Barcelona, etc, etc. - cidades desse tal mundo civilizado que diz conhecer.
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