07/12/2009

JARDIM DO TOREL SEM ÁGUA E SEM ÁRVORES



Reaberto ao público depois dos trabalhos de requalificação, o Jardim do Torel apresenta-se a quem o visita como um espaço sem água e sem árvores, diremos mesmo sem alma.

Enquanto aguardamos o regresso da água e a plantação das árvores que permitam voltar a classificar como jardim aquele espaço, gostaríamos de chamar a atenção do Sr. Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Dr. António Costa, para o seguinte:

Sr. Presidente, os jardins são espaços onde com o correr dos anos, a Natureza encontrou equilíbrio com o meio que os rodeia. Não precisam ser requalificados. Necessitam, sim, ser tratados e acompanhados com sensibilidade e profissionalismo.

Preocupados com a situação dos Espaços Verdes de Lisboa, solicitamos que ponha fim às agressões sobre as árvores e arbustos da nossa cidade. Já basta!

De facto, desde o massacre dos plátanos dos Jardins do Campo Pequeno, nunca devidamente esclarecido, até ao actual massacre dos choupos na Praça do Princípe Real, também ele envolto em irregularidades e mentiras, sem qualquer informação prévia, o que demonstra uma total falta de respeito pelos lisboetas, os arboricídios têm sido constantes:

Os que atingiram os jardins da Av. D. Carlos I, com a supressão de árvores, fecho de caldeiras, eliminação total do estrato arbustivo e pavimentação de todo o solo. Queremos lembrar que os arbustos, nos jardins são importantes, para além do mais, para a fauna que os habita;

As irregularidades verificadas no Jardim Botto Machado, com o corte de trepadeiras centenárias e o desaparecimento do maravilhoso bebedouro em pedra que aí existia, para além do desaparecimento dos arbustos, característica de todas as intervenções;

O corte indiscriminado de árvores e arbustos no Jardim da Praça José Fontana (Henrique Lopes Mendonça);

Os perigos que pendem sobre o Jardim de Santos (Nuno Álvares);

O desaparecimento das árvores dos separadores centrais das Avenidas;

O sacrifício de inúmeros especímenes arbóreos em resultado das obras do Metropolitano de Lisboa e da construção de ciclovias;

O fecho de dezenas de caldeiras que em tempos albergaram árvores;

As agressões sobre o Parque Florestal de Monsanto.

Estes são alguns exemplos demonstrativos de que algo vai muito mal no Ambiente e Espaços Verdes da nossa Cicdade. Apelamos a Vexa. para que investigue o que na realidade aí se passa.

Apelamos ainda a Vexa. e aos responsáveis pelo pelouro do Ambiente e Espaços Verdes da Câmara Municipal de Lisboa para que comecem a olhar para as árvores como seres vivos indispensáveis para a qualidade de vida nas cidades e para a sobrevivência da Humanidade e não como simples mobiliário urbano que pode ser substituído conforme as modas do momento.

Por estranho que pareça, actualmente, os responsáveis pelo Ambiente e Espaços Verdes são os maiores inimigos do arvoredo da nossa cidade.

Sr. Presidente, o Ambiente e os Espaços Verdes são demasiado importantes para estar sujeitos às decisões daqueles que não têm sensibilidade nem profissionalismo para desempenhar os cargos que ocupam.



João Pinto Soares

4 comentários:

  1. e também o corte de lodãos bastardos -não são choupos- no jardim adjacente à residência oficial do primeiro-ministro.
    Ver foto e comentário in http://cheirar.blogspot.com/

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  2. e no vale do silêncio, nos Olivais...Uma vergonha!

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  3. O problema não parece exclusivo de Lisboa, mas sim de câmaras ocupadas por maiorias PS...

    Em Castelo Branco várias praças históricas e jardins da cidade, que tinham diversa vegetação, cuja sombra era muito apreciada pelos albicastrenses nos dias de Verão, estão agora vazias e transformadas em praças de pedra e betão.

    Na Amadora, o Parque Central, um local sempre muito apreciado pelas famílias para passear, está há vários meses fechado ao público devido a uma reabilitação urbana. Ora tendo em conta que a única coisa a mais no dito parque era um restaurante de má fama, devoluto e entaipado há muitos anos, não se percebe porque é que a reabilitação urbana desterrou o coreto para outra parte do jardim (que segundo promessa eleitoral, também será alvo de obras), sendo esse substituído por um mamarracho de betão; destruiu toda a área do lago e da ilha que aí existia, além de diversas espécies vegetais, já para falar da fauna existente no parque.
    Faz lembrar o reclame que à uns anos a mesma maioria afixou junto ao Parque: "Por falta de segurança, retiramos o gradeamento do parque. Gratos pela compreensão"

    Quando há obras, pelos vistos, ás árvores e demais vegetação, são sempre os primeiros alvos abater!

    Portugal, infelizmente, é assim...

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  4. "Entretanto no coração de Madrid" mal se vêem árvores, com a excepção da Calle Fuencarral. Então lá serve e cá não serve?

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