In Público (4/12/2009)
Por Ana Rita Faria e Luís Filipe Sebastião
«Facturas de electricidade das autarquias nesta época diminuem até 90 por cento com recurso a tecnologia mais eficiente
A iluminação das principais artérias de Lisboa neste Natal custou mais de um milhão de euros. O recurso a lâmpadas de baixo consumo encareceu o projecto, mas a quadra natalícia ficou mais amiga do ambiente. Noutras cidades, como Coimbra, Viseu, Viana do Castelo, Óbidos, Gaia e Faro, o investimento chegou a centenas de milhares. Mesmo com a crise a ditar alguma contenção dos orçamentos, diversas autarquias apostam cada vez mais nas lâmpadas mais eficientes.
"Cerca de 80 por cento do mercado de luzes de Natal será já de microlâmpadas e tecnologia LED [diodo emissor de luz], duas soluções de baixo consumo de energia", estima Carlos Macedo, gerente da Teixeira & Couto, empresa de iluminações responsável pelo enfeite das ruas de Coimbra, Viana do Castelo, Albufeira e Amarante, entre outras. A tendência é que o uso das lâmpadas LED aumente ainda mais.
Em Lisboa, a câmara investiu este ano 1,077 milhões de euros em 2,3 milhões de lâmpadas de baixo consumo. "Embora o LED seja mais caro, permite uma poupança de até 70 por cento no consumo de energia", frisa António Moita, director de relações exteriores da JC Decaux, empresa que, em parceria com o líder das iluminações, a Castros, é responsável pelas luzes de Lisboa.
Segundo a Teixeira & Couto, a poupança energética conseguida pelas autarquias pode mesmo chegar aos 90 por cento, mas as diferenças de custo mantêm-se significativas. "Um LED pode custar mais 40 por cento do que uma microlâmpada", revela Carlos Macedo. A empresa, que já não utiliza lâmpadas incandescentes com mais de dez watts, prevê que a tecnologia LED domine 70 por cento da produção em 2010. Contudo, para o vice-presidente da associação ambientalista Quercus, Francisco Ferreira, o peso do consumo energético nesta quadra "é pouco relevante", pelo seu curto período de duração, quando comparado com os gastos na iluminação pública, em que, "aí, sim, as câmaras devem investir na substituição por lâmpadas de baixo consumo".
Até muralhas levam LED
Com 55 espaços e 25 igrejas matrizes iluminados, o Natal em Coimbra também apostou na eficiência energética. Recorrendo a 5,4 milhões de microlâmpadas e 1,8 milhões de LED, a cidade espera "proporcionar maior brilho e duração da iluminação", além de conseguir "um baixo nível de consumo de energia e de calor", diz fonte do Turismo de Coimbra. De acordo com a entidade responsável pelas iluminações de Natal na cidade, a poupança alcançada em termos energéticos é de 70 por cento.
Outras cidades aderiram à moda, como Castelo Branco, que acendeu já 220 mil LED, poupando 23,5 mil euros de electricidade. No caso de Viseu, as mais de 400 mil lâmpadas de baixo consumo e um milhão de LED instalados custaram 100 mil euros à autarquia, enquanto em Óbidos foram instalados dois quilómetros de iluminação LED na muralha e outros 1,5 quilómetros no resto da vila.
Em Gaia, a adopção de luzes mais eficientes é obrigatória há já três anos. Segundo Nélson Cardoso, responsável municipal, o respeito pelas normas ambientais leva inclusive a que a iluminação de árvores fique mais cara, pois é obrigatório o uso da "luz fria", tecnologia que impede impactos directos no arvoredo.»
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Verdade seja dita que este Natal as luzes estão muito melhor, mais sóbrias e com mais bom gosto, salvo raras excepções. Também desapareceram as tendinhas e os arranjos manhosos, e, melhor, desapareceu a publicidade que no ano passado foi a vergonha da Quadra. Ainda se mantém aquela coisa chamada árvore (agora da Tv Cabo), que só mesmo no nosso país teria honras de transmissão televisiva e, pior, romaria. Enfim, há que aguentar.
Conheço os rapazes responsáveis pela iluminação e, independentemente dos créditos pela iluminação em Londres, sei que fazem um trabalho de grande qualidade.
ResponderEliminarUm milhão de euros? E dizem que as lâmpadas são economizadoras. Pouparam 70% de quanto?
ResponderEliminarVou-vos ensinar uma coisa: o break-even é atingido se no ano passado o consumo tiver ultrapassado 1.428.571,43 € na conta da luz. Caso contrário, foi sim desperdício de dinheiro público.
E viva a bancarrota intelectual dos atrasados mentais que dirigem a câmara de Lisboa.