11/12/2009

Plataforma por Monsanto acusa câmara de Lisboa de "arboricídio"

A Plataforma por Monsanto acusou hoje a Câmara de Lisboa de estar a derrubar "sem critério" dezenas de árvores do parque florestal, mas o vereador do Ambiente afirma tratar-se de uma operação necessária, que se realiza anualmente.

Segundo Artur Lourenço, da Plataforma, o abate começou no Verão e, já na altura, o grupo pediu esclarecimentos ao pelouro dos Espaços Verdes.

"Deram-nos alguma informação e ficámos por ali, achámos que podíamos estar a ser exagerados. Só que recentemente as coisas complicaram-se, recebemos várias chamadas de alerta, inclusive de pessoas de dentro da câmara, e quando fomos ver o que se passava ficámos aterrorizados", contou à Lusa.

A zona da Alameda Keil do Amaral está no centro das preocupações, depois do Alto do Duque e do antigo aquaparque, constituindo a maior mancha da Europa de pinheiro-das-Canárias. Junto ao parque de estacionamento foi derrubada uma árvore de borracha sem qualquer motivo, só por um capricho, além de pinheiros, carvalhos e eucaliptos".

Artur Lourenço referiu que os últimos pedidos de esclarecimento à autarquia, enviados no mês passado, não surtiram qualquer efeito, o que motivou a Plataforma a lançar hoje um comunicado onde pede a suspensão dos trabalhos e a divulgação dos critérios utilizados para o "corte indiscriminado de tantas árvores" e do conteúdo do contrato celebrado com a empresa responsável pela empreitada.

Para as associações, o município está a cometer um "arboricídio" injustificado que "ultrapassa em muito" uma normal acção de limpeza.

Reagindo a esta polémica, o vereador do Ambiente e Espaços Verdes, José Sá Fernandes, afirma que “houve critérios na intervenção e a plataforma foi informada" pelo que "não pode alegar desconhecimento”.

De acordo com Sá Fernandes, além da limpeza de infestantes, como acácias, aquela intervenção é a chamada “monda das árvores”, que “todos os anos se faz, porque é necessário”.

“Para se desenvolverem algumas árvores, têm que se cortar outras. Isso faz-se em qualquer parte do Mundo”, argumentou.

“Houve critérios, definidos por profissionais”, sublinhou.

in Jornal i


......

Em julho deste ano a plataforma por Monsanto pediu , ao gabinete do Sr. Vereador Sá Fernandes,esclarecimentos sobre a limpeza de mata que estava a decorrer porque esta levantava muitas dúvidas. Foi dada uma resposta que nos pareceu aceitável e ficámos por aí. Mas continuamos atentos.No dia 20 de Novembro, e depois de muitas queixas dos utilizadores e de constatarmos regularmente no local que a limpeza ultrapassava em muito informação que nos tinha sido dada,foi enviado novo pedido de esclarecimento, desta vez para o Sr. Presidente António Costa e para o Sr. Vereador José Sá Fernandes.No dia 4 de Dezembro recebemos a resposta do Sr. Presidente dizendo que remetia a resposta para o Sr. Vereador Sá Fernandes, o que é normal, que nunca respondeu. Perante a gravidade da situação( que se agrava de dia para dia como facilmente se constata no local) e porque a resposta dada em julho nada tinha a ver com a situação actual a Plataforma faz sair o comunicado. Segundo o nosso entendimento, e de muitas pessoas responsáveis que não pertencem á plataforma, isto é muito mais que uma limpeza de mata, ou "monda das árvores" e por isso mesmo exigimos saber quais os critérios concretos para o abate das árvores e quais os termos do contrato celebrado com a empresa encarregue da empreitada.A plataforma por Monsanto sempre teve uma atitude responsável e de dialogo na defesa do Parque Florestal de Monsanto e assim continuará.




18 comentários:

  1. Que paranóia por aqui cada vez que se corta uma árvore. Vão dizer que Monsante é uma área protegida especial? há umas décadas atrás não havia uma árvore sequer em monsanto...

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  2. Claro que é, pelo regime Florestal. Caso não tenha reparado até se chama Parque Florestal de Monsanto. Por muito que isso custe a muita gente.

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  3. E qual o especial interesse de uma área onde ninguém vai e que nunca foi área florestal historicamente?

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  4. Não seria caso de fazer ao Sá Fernandes o mesmo que ele fez a alguma obras em Lisboa?
    Uma providencia cautelar?

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  5. Ai - a - Tola12:19 da tarde

    Caro Filipe,

    é-me difícil escrever esta mensagem sem cair na tentação de ultrapassar a fronteira do que é o meu comportamento normal. Ainda pensei deixar passar em branco o seu comentário de forma a deixá-lo deleitar-se como um exibicionista se deleita ao abrir a gabardine à espera de alguma reacção. Mas na realidade penso que deveria ler o que lhe vou escrever: é óbvio que não vem a este sítio para esclarecer ou ser esclarecido, não vem para encontrar soluções nem sugeri-las. Vem aqui fazer o papel do ignorante - não penso que o seja na realidade - que serve as suas intenções de alguma forma insondável. Não está, com certeza, à espera que lhe venham explicar a importância do parque de Monsanto para a cidade de Lisboa - a mesma importância que a natureza tem onde quer que esteja - nem porque se deve defender com unhas e dentes qualquer árvore. Quantas vezes foi à Amazónia? Sabe muito bem que a humanidade depende dela.
    Faça-nos um favor, não abuse da paciência dos demais com este tipo de comportamento infantil e pueril que, de todo, somente nos convence que as suas opiniões não valem mais do que...nada!

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  6. Obrigado dona Tolinha, apenas reforçou o meu argumento e confirmou-me que não há argumento algum da sua parte, limitou-se a transparecer a sua grandessíssima indignação por alguém discordar de si.

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  7. Caros Amigos do Parque Florestal de Monsanto,

    Citando o que vem escrito em http://www.tt08.blogspot.com/ a propósito do que se passa no Príncipe Real e com mais propriedade ainda "falta saber se foi ou não pedido, como deveria ter sido, a autorização prévia à Autoridade Florestal Nacional (nos termos do ainda em vigor artigo 1º do Decreto nº. 28.468 de 15 de Fevereiro de 1938).

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  8. Deixem-me vêr se percebi o problema:
    Árvores vão abaixo: culpa é do Sá Fernandes
    Plantam-se árvores: foram os Serviços da CML
    Julgo que não me enganei, é assim que se pensa por aqui, não é?

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  9. Caro Filipe Melo e Sousa: até dá jeito haver alguém como você nestes blogues, que defende o carro em cima dos passeios e acha que Monsanto não é uma área protegida só porque antigamente não havia árvores. E antes também não havia carros! E nem no Buçaco, nem em Sintra havia árvores, sabia? A Natureza também se constrói, não é só o betão. E tem que ser mantida. Nem acredito que tenho que escrever estas coisas, parece que estou a dar uma aula do ensino básico!

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  10. esqueceu-se de referir o pinhal de leiria, embora eu reconheça que esse tem alguma relevância. eu também lhe explicava que as árvores têm um ciclo e tempo de vida, e que é necessário abater algumas para manter o parque, mas não tenho muito tempo, e tenho um exame de contabilidade amanhã. cumprimentos ;)

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  11. Não sou especialista em botânica e como tal não consigo me pronunciar, com fundamento, sobre a matéria, não me custando dar o benefício da dúvida à CML.
    No entanto, aqui há um problema de princípio.
    Sendo estas árvores parte integrante do património público, como seriam, por exemplo um veículo ou uma máquina, o seu abate deveria respeitar algum tipo de procedimento (razoável) que evitasse todo este ruído.
    Se a CML quiser proceder ao abate de uma máquina obsoleta, não pode simplesmente deitá-la no lixo e comprar um nova, há regras. Porque não pensar em qualquer coisa dentro desse registo?
    Luís ALexandre

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  12. Se continuarem a cortar assim árvores todos ao anos rapidamente se poderá construir um campo de golfe em todo monsanto.e ainda nãoo começaram a cortar para a ren, aí é que vai ser mondar carago.

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  13. garanto-vos que o parque se tornaria mais útil. e os fundamentalistas do costume não poderiam dizer que não mantiveram o verde

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  14. a plataforma por monsanto ganharia mais credibilidade se se deixasse de histerismos e insinuações de que a "empresa encarregue da empreitada" vai fazer um negócio da china.

    obviamente a plataforma monsanto não parece conhecer o preço da madeira senão não vinha com estas asneiras. provavelmente até pensam que a madeira vai ser utilizada para mobílias...

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  15. A Câmara Municipal paga milhares de euros a empresas de manutenção para manterem Monsanto. O corte de certas árvores não era sequer vantajoso do ponto de vista financeiro, pelo que a empresa não poderá, a meu ver, estar a lucrar com isto por cortar mais árvores ou menos árvores. Até me parece que lucraria por cortar...menos (menos trabalho)!. O plano de manutenções da CML esteve necessariamente à consulta de cada vez que houve uma fase do concurso que agora vigora.
    Alguém o consultou?
    É preciso ter cuidado porque todas as semanas há um "escândalo" qualquer, como as famosas árvores classificadas do Príncipe Real que afinal eram uns choupos, e depois um dia destes ainda há mesmo um problema e ninguém já acredita...

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  16. Caro AJM,

    Se se desse ao trabalho de se informar saberia que no caso do Pr. Real não foram só choupos. Foram também ulmeiros e rubíneas no interior do jardim.

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  17. AJM,
    compreendo a sua posição mas acho que tem que se informar melhor sobre o que está a dizer, e aqui falo em relação a Monsanto. Temos sempre a preocupação de nos informar-mos e de dialogar e pode ter a certeza que só falamos em último caso, bem como nunca, mas nunca, falamos só por falar ou contra esta ou aquela pessoa em particular. Pode ter a certeza que temos coisas bem mais interessantes para fazer que andar a fiscalizar o Parque ou a perder tempo a defender o que deve ser defendido por quem elegemos.Eu por mim prefiro bem mais ir lá passear ou andar de bicicleta em vez de lá ir fazer de policia.Prefiro bem mais estar a fazer outra coisa do que estar aqui a responder-lhe ou a colocar posts, preferia bem mais estar a falar de coisas positivas e agradáveis. Preferia bem mais estar aqui a dar os Parabéns á CML por uma coisa bem feita .E ser houver um escândalo todas as semanas,todas as semanas estes devem ser divulgados. Cidadania é participar na vida da cidade, se necessário na sua defesa,é isso que a P.por M. faz há anos no PF de Monsanto. Com todas as forças políticas. Com seriedade.
    Cumprimentos.

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  18. Caro A.Lourenço:
    Respeito muito a cidadania e tento acompanhar este blogue que é muito útil. Mas vejo uma onda de contestação a tudo o que se faz que nem sempre tem correspondido à realidade quando as coisas chegam ao final. Parece-me que há muita coisa a ser feita nos espaços verdes (finalmente, houve anos de marasmo absoluto) e quando há muita coisa haverá alguns erros, mas durante anos passava para o trabalho de manhã e à tarde de carro por Monsanto e arrepiava-me todo pela densidade do matagal - árvores secas, arbustos, de densidades assustadoras, à mercê de qualquer fósforo ou beata mal apagada. Felizmente nunca aconteceu. Manter as matas é obrigatório e não me parece errado e não acredito, à partida, mesmo pelas fotos, que estejam a destruir Monsanto. É bom estar alerta, contudo. Cumprimentos

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