01/02/2010

BAIXA À DERIVA OU A INCERTEZA DO NOSSO RUMO

A Baixa encontra-se num estado de degradação indescritivel ... Com efeito, no escrutinio internacional a que estamos sujeitos quanto ao nosso potencial futuro, agora em comparação com a Grécia, algum suposto enviado exterior ao tentar avaliar comparativamente o nosso nivel civilizacional ou de consciência cultural, numa cidade que pretende ser turística , deparando-se com o estado em que se encontra o nosso Centro Histórico (Baixa) iria declarar-nos incapazes, sem identidade, orgulho, auto-estima ou qualquer capacidade de iniciativa ... e portanto definitivamente condenados.
Assim, neste desespero e incapacidade, quando surge algum empresário que pretende investir na Baixa, ficamos agradávelmente surpreendidos, e as autoridades camarárias deveriam ter um departamento estratégico de intervenção urgente nesta área critica ... mas, precisamente dirigido a acompanhar, a aconselhar, a explicar as regras, afim de que as necessárias exigências não o façam desistir ...
Este "post" destina-se a levar-nos a reflectir sobre a questão : Existe ou não um regulamento para a Baixa?
Já sei ... estamos à espera do Plano de Pormenor ... mas embora este Plano de Pormenor se refira na sua formulação à Classificação da Baixa a Património Mundial, há muito que se desistiu ... e no presente ... cada um faz o que quer ...
Assim, vejamos ... um empresário sem dúvida bem intencionado, decidiu abrir um estabelecimento de cafetaria urbano-cosmopolita, que já se transformou, pelo seu sucesso numa "âncora" para a dinâmica de ocupação e vivência da Baixa ... ao fazê-lo decidiu também desenvolver um projecto hoteleiro no primeiro andar.
Ele chegou ao ponto de NÃO utilizar PVC ou Aluminio nas portas ou janelas (coisa que toda a gente faz sem que a C.M.L. diga, nem ai nem ui ) ... só que minguém lhe explicou o que é uma porta Pombalina, ou quais são as regras (ou deveriam ser) das tipologias Pombalinas ... nas portas e janelas.
Vejam as imagens, e reparem que nas imagens dos arquétipos de portas Pombalinas apresento propositadamente, uma verde escura e outra de madeira nua, de forma a assimilar-mos a sua gloriosa textura e a riqueza morfológica da sua autenticidade.
Saudações Lisboetas e Preocupadas ... António Sérgio Rosa de Carvalho.






8 comentários:

  1. De há muito que pura e simplesmente deixei de frequentar a Baixa.

    Já nem me recordo de quando foi a última vez que lá fui.

    Só sei que aquilo provoca uma depressão que é de evitar a todo o custo.

    E a câmara ali tão perto, para não dizer ali mesmo.

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  2. Tem piada que as pessoas que se queixam que a Baixa está deserta e degradada depois dizem que há anos que não vão lá e não percebem que o facto de as pessoas lá irem também é causa do problema e não apenas consequência.

    De qualquer forma, nos últimos anos tenho ido frequentemente à Baixa e de ano para ano vejo cada vez mais pessoas e cada vez mais malta jovem. No mês de Dezembro, a Baixa estava completamente cheia (o que nunca tinha visto!). O café referido no post está sempre invariavelmente cheio. É muito mais interessante passar a tarde na Baixa do que enfiado no Colombo ou outros centros (mas claro, é muito mais cómodo para levar o carrinho...)

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  3. alguém tem uma foto de como era a porta antes de ter sido colocada esta? seria importante este pormenor.

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  4. A mim a porta parece-me bem. Acredito que é na realidade a versão de luxo da versão pombalina.
    Ao contrário da critica negativa deviam era louvar publicamente o empresário pela demonstração de boa consciência que tem. Um louvor da minha parte!
    P.S. Na realidade não compreendo se este post é positivo ou negativo. No entanto a expressão "..só que.." remete para um "mas", logo depreender que é depreciativo.

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  5. concordo com o anónimo das 10:41, estou sempre a ouvir a mesma lengalenga de pessoas que depois dizem que já não vão lá há anos.

    Mesmo sabendo que a zona ainda precisa de muito, também tenho notado que há cada vez mais vida. Também a atravesso quase todas as noites vindo do chiado para ir para o castelo e não é o deserto que se tem apregoado.

    (quanto ao tema em debate, isto é outra questão: há aqui muita falta de cultura)

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  6. Parece que ninguem ainda percebeu que o triste estado dos centros históricos de Lisboa e Porto são em grande parte uma das causas do fraco desenvolvimento do país. Precisamente pelas razões referidas neste post. Portugal tem a imagem de um país morto. O país tem de tratar da sua imagem, e a sua cara é o património das suas principais cidades. Por enquanto Portugal é o que diz este post:

    "algum suposto enviado exterior ao tentar avaliar comparativamente o nosso nivel civilizacional ou de consciência cultural, numa cidade que pretende ser turística , deparando-se com o estado em que se encontra o nosso Centro Histórico (Baixa) iria declarar-nos incapazes, sem identidade, orgulho, auto-estima ou qualquer capacidade de iniciativa ... e portanto definitivamente condenados"

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  7. Já lá não vou há anos mas sei o que se lá passa. Não é preciso ter informadores da PIDE para o saber.
    Basta falar com quem lá trabalha. Simples, não? Mas não ocorre a certas pessoas que apreciam a degradação que por lá reina.

    Enfim...

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  8. Ai - a - Tola9:38 da tarde

    A diferença entre o que foi feito e o que PODIA ter sido feito é, sensivelmente, a diferença entre Camila e... camela!

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