In Público (12/2/2010)
Por Ana Rita Faria
«A crise fez com que o custo se tornasse o principal factor para os estrangeiros decidirem conhecer a capital. Além disso, está a torná-los menos fiéis
Um turista mais atraído pelo preço do que pela imagem de cidade "bonita e histórica" e um turista menos fiel ao destino e cujo regresso à capital é cada vez menos provável. A crise económica parece estar a ditar uma alteração no perfil do visitante de Lisboa, revela o inquérito ao grau de satisfação dos turistas estrangeiros realizado pelo Observatório do Turismo de Lisboa (TL).
O estudo reporta-se aos meses de Abril, Junho, Agosto e Outubro de 2009 e foi realizado com base em inquéritos a mais de 3000 turistas estrangeiros na região de Lisboa e outros 2000 que se ficaram só pela capital. Ao contrário dos anos anteriores, o preço tornou-se o principal factor a ter em consideração na escolha, o que pode querer dizer que, em época de crise e contenção de gastos, a capital se posicionou como uma alternativa mais económica a outros destinos turísticos.
"De 2007 para 2009 o preço passou de pouco revelante para o factor mais importante na tomada de decisão de visitar Lisboa", revela o inquérito. No ano passado, quase metade (46,6 por cento) dos turistas lisboetas escolheram a cidade sobretudo em função do custo, uma percentagem que era apenas de 27 por cento em 2008 e de 16 por cento em 2007. Nos últimos anos, a decisão era sobretudo influenciada pelo conselho de familiares e amigos e pela imagem que os estrangeiros têm de Lisboa.
Em consonância com o peso do preço parece estar a "fidelidade" que os turistas dedicam a Lisboa. Apesar de quase dois terços ainda consideraram provável ou mesmo muito provável o seu regresso à capital, houve uma quebra significativa desta probabilidade no inquérito de 2009 face aos anos anteriores, quando a percentagem de regressos prováveis rondava os 90 por cento.
Para o Observatório do Turismo de Lisboa, "a concorrência de outros destinos e a presente crise económica, que poderá levar à redução do número de viagens anuais, podem ser uma explicação para o menor grau de fidelização quer a Lisboa, quer a qualquer outro destino".
Com um orçamento mais limitado, os estrangeiros parecem preferir a novidade à repetição. Uma tendência que pode explicar também o facto de os turistas lisboetas serem, cada vez mais, estreantes.
O inquérito de 2009 mostra que quase 70 por cento dos entrevistados visitou Lisboa pela primeira vez, ao contrário do que se verificou nos anos anteriores, em que a percentagem de repetentes era superior. No ano passado, só pouco mais de um terço dos turistas já tinha estado na capital, enquanto em anos anteriores ultrapassavam 50 e 60 por cento.
Em mudança está também a faixa etária dos turistas. Face a 2008 e 2007, o grupo dos 25 aos 34 anos ganhou peso e representa a maioria dos turistas da capital. A perder terreno está o segmento sénior, que se reduziu para metade entre 2008 e 2009, representando agora só um quarto dos visitantes de Lisboa.»
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Bem me parecia que seria o preço, e sobretudo a partir do momento em que as low cost passaram a ter voos para cá. Por esta ordem de razões, então quando estivermos bem, bem, bem em baixo ainda teremos mais turistas. Genial, esta nossa vantagem comparativa.
No meu modesto entendimento, os turistas que demandam Lisboa devem vir é à procura de desleixo e confusão de qualidade, o que são gostos como outros quaisquer.
ResponderEliminarÉ preciso é que venham, os motivos eles lá sabem, se cá deixarem dinheirinho, já cumpriram a missão deles.
ResponderEliminarInfelizmente, não são os turistas das faixas etárias mais baixas que deixam cá muito dinheirinho, como muito bem sabem, por exemplo, a hotelaria e os lojistas.
ResponderEliminarAi não? Então aconselho-o a sair à noite e a ver. São centenas de euros gastos em bares e discotecas. O que mais ajuda o turismo é o futebol europeu. Sem ser em alturas de jogos nunca se vê as esplanadas todas do centro de Lisboa a servir cervejas ás 9 da manhã e a esgotarem o stock ao meio dia apesar de previamente esse stock já ter sido reforçado.
ResponderEliminarEstou farto de ver europeus do centro e sobretudo do norte a esfarraparem o dinheiro que a maioria dos portugueses demoram quase um mês a ganhar, numas duas horas no Cais Sodré.
Além disso são esses mesmos turistas jovens que salva o negócio aos taxistas da noite que estão a viver uma crise nunca antes vista, e alguns já andam na roda à mais de 30 anos.
Turismo de "pé descalço" para Lisboa; os turistas que cá vêm, estão proporcionalmente iguais a nós quando vamos a Marrocos!
ResponderEliminarMelhor que nada. Os turistas prejuizo não dão de certeza, a partir daí tudo o que vier é lucro.
ResponderEliminarMais um comuna que acha que o turismo é a prostituição do país!
Eh, Eh, Eh, em bares e discotecas ajuda-se à beça a economia nacional...
ResponderEliminarSó em Licor Beirão é um vê-se-te-avias.
Sabe lá você o dinheiro que a diversão nocturna movimenta. Só os seguranças que ganham à comissão chegam a ganhar milhares de euros por mês. Podem não declarar, mas gastam-no e aí estão a ajudar a economia nacional. A economia paralela faz parte da economia real.
ResponderEliminaro que interessa as razoes? interessa é que eles venham
ResponderEliminarcom sorte fazem publicidade e os amigos tambem vêm!
Isso mesmo coment das 1:28AM, mas há sempre uns tacanhos que não chegam lá, é preciso explicar-lhes ao pormenor.
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