Para evitar derrapagens desagradáveis vou deixar de responder a determinados comentários, e fazer aqui um resumo do ponto em que o debate ficou antes desta decisão:
a) Sou acusado de ser ignorante sobre assuntos do mar: este argumento parece-me irrelevante, porque o que está em causa não é técnico, é político. Qualquer uma das 18,000 pessoas que assinaram a petição tem o direito de dar a sua opinião.
De qualquer forma há pessoas com capacitações técnicas muito superiores às minhas que dizem o mesmo que eu.
b) Sou acusado de ter uma agenda oculta: a agenda não podia ser mais transparente. Sou profissional da Náutica de Recreio há mais de 30 anos (e fui oficial da Marinha Mercante - portuguesa e venezuelana - do que muito me orgulho) e acho que o Terminal de Alcântara devia servir para Náutica de Recreio, Cruzeiros e área de lazer.
Como penso que a minha opinião pode estar enviesada - e que as pessoas que defendem outras opções podem ter razão e eu não - defendo que se deve fazer um estudo sobre a utilização a dar. O que não se pode fazer é descartar à partida a náutica de recreio - pensar que é uma actividade para meninos ricos é um preconceito que não é de todo baseado em factos. A náutica de recreio é uma actividade relativamente desconhecida em Portugal, mas isso não significa que não possa ser relevante economicamente - como aliás a Volvo Ocean Race servirá, espero, para demonstrar.
c) Acho que o contrato com a Mota Engil é obsceno e devia ser revogado imediatamente - aliás este não é o único contrato em que os nossos governantes, seja por incompetência, seja por desinteresse para com a res publica, seja por outras razões fazem contratos completamente desequilibrados a favor dos privados.
d) Acho tudo o que está a ser feito naquela zona devia ser do conhecimento do público. O site da APL não faz uma única referência, uma só que seja, ao tema (www.portodelisboa.pt) - ou, se fazem está numa página de acesso difícil.
e) As projecções - da APL - para a utilização do TCA ampliado dizem que em 2018 estará saturado. Parece-me aberrante gastar o dinheiro que aquilo vai custar, fazer obras durante seis anos (sem contar com as derrapagens) numa zona fulcral da cidade para uma coisa que, pouco depois de as obras terminarem, estará saturada.
f) Penso que o estudo que defendo se faça deve incluir localizações alternativas (tanto dentro do porto de Lisboa como noutros portos). Não é garantido que Lisboa não se possa manter com Sta. Apolónia como feeder de um deep sea noutro local.
g) A Doca do Espanhol é medíocre como terminal deep sea e ao nível das melhores da Europa como área de náutica de recreio - aliás para transformar aquilo numa zona de náutica de recreio não seria necessário fazer obras marítimas nenhumas; e as de terra os próprios privados as farão. Ou seja, a custo zero e num lapso de tempo mínimo podíamos ter ali um ponto de fixação de uma indústria que gera milhares de empregos e milhões em impostos. Descartar essa hipótese por preconceito ou ignorância é um erro que se paga caro. Seria como estarmos sentados em cima de uma mina de ouro e escavar uma ao lado para extrair cobre.
Mais uma vez, creio que os custos necessários para transformar aquela área numa para a qual não está, manifestamente, preparada, devem ser objectos de um estudo comparativo, que inclua todas as variáveis.
Não me parece que seja pedir de mais.
E não é, caro Luís, e não é.
ResponderEliminarVamos então por partes, como tanto gosta:
ResponderEliminar"Para evitar derrapagens desagradáveis"
Chamar derrapagens desagradáveis a insultos proferidos por um autor deste blog que por falta de argumentos nada mais sabe escrever é um branqueamento inaceitável!
"vou deixar de responder a determinados comentários"
Especialmente aqueles que o contradizem com factos reais e desmontam as fantasias que tanto gosta de apregoar!
Esta sua atitude demonstra uma grande capacidade de debate e mais uma vez comprova a sua falta de argumentação!
"a) Sou acusado de ser ignorante sobre assuntos do mar: este argumento parece-me irrelevante, porque o que está em causa não é técnico, é político."
Não concordo, trata-se de um assunto técnico que em nada necessita da intervenção política! De assuntos desses já estamos todos fartos, veja-se o caso Freeport, Face Oculta e outras trapalhadas do género cometidas por políticos que tiraram licenciaturas aos fins de semana!
"Qualquer uma das 18,000 pessoas que assinaram a petição tem o direito de dar a sua opinião."
Tem o direito de dar a sua opinião, mas não tem o direito de interromper o desenvolvimento de uma actividade económica que sustenta milhares de famílias e é perfeitamente legal!
Na área da grande Lisboa vivem cerca de 3 milhões de pessoas, o que são 18000 assinaturas? Não existe um governo e presidentes de câmara recentemente eleitos? Que mais é que o Sr. Serpa quer? O seu voto é igual ao de qualquer português e 18000 votos nos dias de hoje não valem grande coisa...
"De qualquer forma há pessoas com capacitações técnicas muito superiores às minhas que dizem o mesmo que eu."
Sim, também há professores de física atómica que acreditam em divindades, mas hoje em dia tudo é possível, não é?
"b) Sou acusado de ter uma agenda oculta: a agenda não podia ser mais transparente. Sou profissional da Náutica de Recreio há mais de 30 anos (e fui oficial da Marinha Mercante - portuguesa e venezuelana - do que muito me orgulho) e acho que o Terminal de Alcântara devia servir para Náutica de Recreio, Cruzeiros e área de lazer."
Eu também tenho duas licenciaturas e um doutoramento e acho que o futebol profissional e a religião deviam ser proibidos, e depois?
Não sabia que a Venezuela tinha ou teve uma marinha mercante digna de orgulho, mas se calhar estou a ser preconceituoso...
"Como penso que a minha opinião pode estar enviesada - e que as pessoas que defendem outras opções podem ter razão e eu não - defendo que se deve fazer um estudo sobre a utilização a dar."
Então faça o estudo e apresente-o! Agora não pretenda parar tudo só porque o Sr. Serpa e amigos não foram totalmente esclarecidos! Foi isso que se passou com o túnel do marquês, e veja o resultado da intervenção cívica!
"c) Acho que o contrato com a Mota Engil é obsceno e devia ser revogado imediatamente - aliás este não é o único contrato em que os nossos governantes, seja por incompetência, seja por desinteresse para com a res publica, seja por outras razões fazem contratos completamente desequilibrados a favor dos privados."
ResponderEliminarObsceno? Mas é legal ou não? Vivemos num estado de direito que se regula por leis e não pela moralidade do Sr. Serpa. Eu também acho que o futebol profissional e a religião são obscenos, mas como são legais...A não ser que defenda a existência de um estado revolucionário religioso, tipo Irão, onde se podem condenar as obscenidades...
"d) Acho tudo o que está a ser feito naquela zona devia ser do conhecimento do público. "
Mais uma mentira, é tudo do conhecimento público... é claro que o projecto não foi enviado para a caixa do correio de todos os portugueses!
"O site da APL não faz uma única referência, uma só que seja, ao tema (www.portodelisboa.pt)"
Só uma não, faz várias!
"- ou, se fazem está numa página de acesso difícil"
Loooooooooooooool, sem palavras!
Argumentação digna de uma criança de 5 anos!
"e) As projecções - da APL - para a utilização do TCA ampliado dizem que em 2018 estará saturado. Parece-me aberrante gastar o dinheiro que aquilo vai custar, fazer obras durante seis anos (sem contar com as derrapagens) numa zona fulcral da cidade para uma coisa que, pouco depois de as obras terminarem, estará saturada."
Mas é legal? É! Então não se meta, o dinheiro não é seu, é de uma entidade privada e de uma entidade gerida pelo estado mas com fundos autónomos!
"f) Penso que o estudo que defendo se faça deve incluir localizações alternativas (tanto dentro do porto de Lisboa como noutros portos). Não é garantido que Lisboa não se possa manter com Sta. Apolónia como feeder de um deep sea noutro local."
Então apresente o estudo!
"g) A Doca do Espanhol é medíocre como terminal deep sea e ao nível das melhores da Europa como área de náutica de recreio - aliás para transformar aquilo numa zona de náutica de recreio não seria necessário fazer obras marítimas nenhumas; e as de terra os próprios privados as farão. Ou seja, a custo zero e num lapso de tempo mínimo podíamos ter ali um ponto de fixação de uma indústria que gera milhares de empregos e milhões em impostos. Descartar essa hipótese por preconceito ou ignorância é um erro que se paga caro. Seria como estarmos sentados em cima de uma mina de ouro e escavar uma ao lado para extrair cobre."
E onde é que está o estudo que suporta esta teoria mirabolante?
"Mais uma vez, creio que os custos necessários para transformar aquela área numa para a qual não está, manifestamente, preparada, devem ser objectos de um estudo comparativo, que inclua todas as variáveis."
O cais de Alcântara sempre foi um cais onde se fizeram movimentações portuárias e tem evoluído ao longo dos tempos, esta é apenas mais uma natural evolução de um local que sempre esteve ligado à actividade portuária!
"Não me parece que seja pedir de mais."
Claro que é! Quem é você ou os restantes 17.999 subscritores de uma mera petição?
Juntem-se todos, encomendem o estudo e se tiverem razão (o que, de acordo com os meus conhecimentos técnicos é muito pouco provável) então podem protestar com base em factos e não em opiniões e conversas de café!
estes comentaristas que o pais inteiro consagrou devem estar todos a soldo do eng.morais rocha e dos seus esbirros
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