08/03/2010

Bairro Azul pede revitalização depois da acalmia de trânsito

In Jornal de Notícias (8/3/2010)
Telma Roque

«Moradores querem reforçar a identidade do espaço da cidade art déco e modernista

A redução do número de faixas de rodagem, de atravessamento e da velocidade dos automóveis devolveu alguma tranquilidade aos moradores do Bairro Azul, em Lisboa. Falta cuidar do espaço público e reforçar a identidade do conjunto arquitectónico.

Com menos ruído e menos poluição nas ruas, desde o final do Verão passado, os moradores já vão abrindo as janelas sem medo do bulício infernal dos automóveis. O Bairro Azul foi o primeiro a tornar-se numa "Zona 30", para acalmar o trânsito e dar prioridade aos peões.

"Não há dúvida de que o bairro está mais calmo e parece agora mais charmoso", refere Luís Fonseca, um dos moradores. É na rua Ramalho Ortigão que as mudanças são mais visíveis. Os automóveis dispõem apenas de uma faixa de rodagem em cada sentido, o que permitiu alargar passeios e criar mais estacionamento.

Em outras artérias, há passadeiras sobrelevadas, que "convidam" os automobilistas à precaução, e reduziu-se o trânsito de atravessamento. Mas, até 2012, haverá mais alterações no desenho urbano do Bairro Azul, entre as quais a requalificação do espaço público junto à mesquita e uma ligação directa da Avenida José Malhoa à Praça de Espanha.

Passeios novos e esburacados

Maria Helena Lopes reside há quase 50 anos no Bairro Azul. Apesar de ter mais espaço de circulação nos passeios, critica o facto de mal ter tido tempo para deles usufruir. É que, depois de a Câmara ter colocado os passeios, veio a EPAL e esburacou-os, para instalar nova canalização. E se é verdade que os carros só têm uma faixa em cada sentido, "em algumas horas do dia há filas", afirma.

"Ainda há muito por fazer. Este não é um processo fechado", sublinha, por sua vez, Ana Alves Sousa, da Comissão de Moradores do Bairro Azul, acrescentando que é preciso avançar com outras acções que devolvam ao bairro a sua unidade, tanto mais que está classificado como Conjunto Urbano de Interesse Municipal.

"É preciso libertar a Avenida José Malhoa do trânsito de atravessamento, criar pavimentos diferenciados para acalmar o tráfego, criar mais estacionamento para os moradores, plantar mais árvores, criar esplanadas e uniformizar os candeeiros, uma vez que existem oito modelos diferentes no bairro", diz Ana Alves Sousa.

A responsável, para quem "falta cuidar do espaço público e reforçar a identidade do bairro", acrescenta que os comerciantes terão que ser envolvidos. "Não pode ser apenas um ponto de passagem, mas de interesse, onde apeteça estar e fazer compras".

A comissão de moradores entende que o carácter "déco/modernista" do bairro deve ser sublinhado. É este o conceito que deverá estar presente num futuro projecto de requalificação e revitalização. O comércio também o deverá reflectir, com espaços atraentes e de qualidade, lojas gourmet, ateliês, antiquários e esplanadas.»

8 comentários:

  1. Que grande EGO têm estes moradores.

    Como se no Bairro Azul só aqueles existissem!!!!!

    Um bairro (atenção, este caso não é um condominío privado) constituido por várias artérias que asseguram a viabilização a utentes e aos múltiplos serviços
    nelas existentes,e tendo unicamente1 saída e 1 entrada feita no mesmo sítio é incrivelmente perigoso.

    Lembrem-se do caso da Rua do Carmo!!!!

    O caso acima descrito sobre abrir ou não janelas, POR FAVOR!!!!!
    Viver numa cidade e não fazer GUETOS de qualquer facção seria o ideal.

    Haja bom senso.
    E muito mais teria a comentar.

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  2. Toda a razão América.

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  3. AMÉRICA, Lisboa não deve ser uma estrada que serve de ligação entre os arredores ou entre pessoas que deixaram a cidade e vêm para ca trabalhar.

    O bairro deve ser um sitio calmo, com muitas características.

    Só me parece que estes moradores estão sempre insatizfeitos.

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  4. Pois....estes moradores têm "grande ego" porque querem atingir uma melhor qualidade de vida....

    Os que se contentam com a rebaldaria existente por toda Lisboa...têm quê ?

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  5. Uma cidade tem que ser um conjunto de bairros ligados entre si. Não aos ghettos (sitios de exclusão).
    No dia em que houver um incêndio ou um sismo já se vão lamentar da aberração que é um bairro só ter uma entrada e uma saída.

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  6. Assim de repente só me lembro de mais um bairro só com uma entrada e uma saída: o Bairro dos Navegadores em Porto Salvo - Oeiras, com a agravante de ser um bairro social habitado por quem veio das barracas, a maioria estrangeiros. Não deve ser por acaso que é uma fabrica de criminosos e o pior bairro de Oeiras e um dos piores do país.

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  7. ex-américa3:56 da tarde

    Tens toda a razão, Xico.

    Nem culturalmente este bairro está preparado par ser um GUETO.
    Pois é de GUETO que se trata.

    Só que é de um Gueto que se fechou a ele próprio.PIOR.
    Os outros, Xico de que falas são uma desgraça da "sociedade europeia". A imigração.
    "Vamos fechá-los ", aos outros, para não virem estragar o "nosso" jardim.

    Este é um bairro extremamente sujo com os dejectos dos animais que de dia estão fechados em casa. E os bons e conscienciosos moradores não se dignam a apanhá-los (os desejectos lol).
    É ver demanhã o estado higiénico das suas ruas.
    Mas segundo alguns, o mais importante são as viaturas, o descanso e um bairro "morto" a partir das 19.00H em dias de semana e ao fim de semana até faz medo a SOLIDÃO.

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  8. Cada um colhe o que semeia. É uma zona que sempre teve bastantes assaltos devido à Escola Marquesa de Alorna, ao quererem que seja uma zona vazia só pioram a insegurança, mas como são eles que lá moram e lá têm bens, o problema é deles.

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