Num post lá para trás um comentador anónimo dizia, em resposta a uma afirmação minha segundo a qual "a ENIDH [Escola Náutica Infante D. Henrique, em Paço d'Arcos] é uma escola náutica reconhecida a nível mundial", que tal não é verdade.
É com uma certa tristeza - é uma pena ter que reiterar coisas que são do conhecimento geral de quem é profissional destas áreas - que aqui deixo este link:
"Marinha portuguesa na lista das que melhor cumprem os procedimentos de segurança".
É com uma certa tristeza - é uma pena ter que reiterar coisas que são do conhecimento geral de quem é profissional destas áreas - que aqui deixo este link:
"Marinha portuguesa na lista das que melhor cumprem os procedimentos de segurança".
E com bastante orgulho também. Os nossos profissionais são bons, tão bons como os melhores.
Decimos los marinos españoles que dicen los "marujos" portugueses (y cito literalmente como lo he oido hace mas de 40 años)
ResponderEliminar"Os melhores marinos del mundo,nos, depois os inglezes e por ultimo os espanhois que, o pouco que saben o aprehendieron de nos"
Caro Fernando,
ResponderEliminarÉ efectivamente um velho ditado da marinha portuguesa - ou pelo menos qualquer coisa que ouvia em casa desde criança.
Não partilho inteiramente - os holandeses devem entrar num ponto qualquer da equação; e os franceses também, por muito que nos custe a nós dizê-lo, espanhóis e portugueses.
Mas é um dito do qual gosto, e que por vezes repito.
Obrigado pelo seu comentário. É bom saber esta opinião partilhada por um de "nuestros hermanos".
não olhei para a lista mas imagino que o nosso ranking não seja diferente do ranking médio que obtemos quando comparados com o resto dos países da OCDE... esses são os países com que interessa comparar.
ResponderEliminarO que disse e repito é que a Escola Náutica é uma escola decadente e sem rumo tal como a nossa marinha mercante e que a grande maioria dos seus profesores nunca passaram de oficial de 2ª classe e já não pisam um convés de uma navio há mais de 30 anos.
ResponderEliminarAplica-se aqui o triste ditado: Quem sabe faz, quem não sabe, ensina!
Quanto ao link apresentado, não diz nada a quem sabe que dos 150 navios registados na Madeira, menos de uma dúzia é tripulado por oficiais portugueses!
Qual marinha mercante portuguesa?
A que a geração que está hoje com os seus 50, 60 anos à beira da reforma, ajudou a enterrar?
Orgulho? Eu tenho é vergonha!
Após consultar o site do IPTM www.imarpor.com constatei que da imensa frota "portuguesa" apenas 12 navios são tripulados inteiramente por oficiais portugueses, desses 12 sabe quantos são inspeccionados internacionalmente? Nenhum, pois pertencem todos ao tráfego nacional, assim gostava de saber de que marinha mercante é que o Sr. Serpa está a falar?
ResponderEliminarMais uma vez aqui fica demonstrado o profundo conhecimento de quem vem para aqui comentar acerca de assuntos que desconhece!
ResponderEliminarEm termos de marinha mercante, destacamo-nos sim.
ResponderEliminarOnde?
ResponderEliminarUma das coisas fatigantes que a nossa fala de prática de debate público provoca é que quem não está de acordo connosco é, forçosamente, alguém que não percebe nada do assunto.
ResponderEliminarÉ cansativo e, sobretudo, não leva a lado nenhum: se os assuntos públicos fossem decididos apenas por quem percebe do assunto, as democracias não existiriam, já que a maior parte dos assuntos em discussão quando se trata de eleger desde uma Assembleia da República até um Presidente de Câmara t~em uma componente política e outra técnica.
Naturalmente, é fácil escudarmo-nos atrás do "v. não percebe nada do assunto", porque nos evita
a) demonstrar que quem o diz percebe; e, sobretudo,
b) porque é que percebe.
Por mim, dispenso a componente técnica desta discussão, apesar de conhecer o sector marítimo (estou aliás na faixa de idade que, segundo um comentador anónimo, "ajudou a enterrar a nossa marinha mercante" - o senhor (ou senhora) deve ter assistido às inúmeras discussões que tive com os sindicatos, a bordo, nos quais lhes dizia precisamente isso e era imediatamente apodado de reaccionário e quejandos).
Enfim, a minha oposição à ampliação do Terminal de Contentores de Alcântara é de ordem política - o centro de uma cidade não é o local indicado para um Terminal de Contentores deep sea, sobretudo quando esse centro fica na foz de um rio que assoreia como todas as fozes de rio do mundo - sobretudo se as nossas autoridades continuarem, como provavelmente continuarão, por razões políticas, a despejar areia na Costa da Caparica (lembro que aquando da entrada do Ema Maersk em Lisboa o ao passado foi preciso dragar a barra Sul à pressa).
Quem me acusar de "não perceber nada do assunto" fica aqui respondido de uma vez por todas.
Quanto á nossa frota: tem sido prática comum, desde que os pavilhões de conveniência se tornaram comuns, continuar a designar um navio pela nacionalidade do seu armador, e não do seu pavilhão. Os navios da MSC são suíços, onde quer que estejam regsitados; os da Maersk dinamarqueses; e assim por diante. Os navios portugueses que pertencem a armadores portugueses (Soponata, Portline) são - coloquialmente, é certo - reconhecidos como portugueses.
E quanto à escola náutica Infante D. Henrique: continua a ser uma grande Escola.
A questão principal é mesmo esta: A diferença de conhecimento e de informação para discutir determinado assunto.
ResponderEliminarComo vivemos em democracia (felizmente) muitos acham-se no direito de se intrometerem em tudo e mais alguma coisa em nome da liberdade mesmo que não tenham nada de concreto para discutir, para além da sua opinião como "treinador de bancada".
Assim torna-se difícil discutir os assuntos com seriedade!
Por exemplo, o Sr. Serpa percebe tanto do assunto mas infelizmente só diz asneiras:
O navio Ema Maersk - ou Emma Maersk, como realmente se chama - nunca entrou no porto de Lisboa, não por uma questão de calados, mas simplesmente porque está noutra rota comercial.
A Soponata já não existe há muitos anos!
A Portline apenas tem um navio tripulado por oficiais portugueses!
Quanto à dimensão da nossa frota - depois da sua eloquente explicação acerca do que é ser um armador fiquei sem palavras...
Comparar a Maersk ou a MSC com a defunta Soponata ou com a virtual Portline é no mínimo surreal!
Finalmente dizer que a ENIDH continua a ser uma grande escola só porque sim também é notável ao nível da argumentação.
Infelizmente o estado da nossa marinha mercante está à vista de todos e o da ENIDH é só perguntar a quem por lá tenha passado nos últimos 30 anos!
Só não se vê o que não se quer ver!
"Enfim, a minha oposição à ampliação do Terminal de Contentores de Alcântara é de ordem política"
ResponderEliminarPorque é que não diz antes que é de ordem pessoal! Tem interesses na náutica de recreio e tem receio que a expansão do TCA venha a prejudicar a sua vida pessoal! Que se lixe o interesse nacional! Seja honesto e ponha as cartas na mesa!
Não era o Emma Maersk. É possível. Não tenho infelizmente tempo - e cada vez menos paciência. É outra coisa qualquer Maersk. Não creio que isso inalide o facto de ter sido necessário dragar a Barra Sul. Ou não foi?
ResponderEliminarNão sei o que percebo de Marinha mercante, ou de náutica de recreio - mas sei ler, e estou a discutir de boa fé. Não parece ser o caso de quem diz que "estou a comparar" a MSC à Portline. É óbvio que não estou.
Passe bem.
Não me parece que este seja o local indicado para discutir teorias políticas. Ricardo dizia que preferia comprar pão a um padeiro que lho vendesse por interesse pessoal - assim tinha a certeza de ter pão todos os dias.
ResponderEliminarÉ óbvio, como já aqui o disse, que é possível que a minha opinião esteja enviesada por ser um profissional da náutica de recreio.
É por isso que me parece - vamos a ver se desta vamos lá - que o que se deve fazer é um estudo que determine qual a melhor utilização para o Terminal de Alcântara.
Eu repito, caso não tenha entendido. Soletre comigo: E-S-T-U-D-O.
Quanto à existência de Deus, andam há muito tempo muitas organizações a estudar o assunto. Não creio que o Estado Português deva meter-se nesse assunto.
E com isto dou por encerrada as minhas respostas ao ou aos anónimos. Agradeço bastante a sua ou vossa participação no debate. Infelizmente os argumentos utilizados não foram suficientes para me fazer mudar de opinião - tal como os meus não surtiram efeito.
ResponderEliminarA Barra Sul ou Barra Grande é dragada com frequência e actualmente encontra-se à cota -16m ao Zo - nunca foi dragada em virtude da entrada de um navio específico pois simplesmente não faria qualquer sentido! Sabe quanto custa uma operação de dragagem da Barra Sul? Não sabe e não tem paciência nem tempo para averiguar, mas gosta de dar a sua opinião apontando exemplos que só existem na sua imaginação!
ResponderEliminarEu também já não tenho paciência para ler os sus posts patetas e fundamentalistas, mas terei sempre tempo para refutar as palermices que V. Exa, teima em escrever.
A Portline tem apenas UM pequeno navio (Port Douro) tripulado por oficiais portugueses, navio que não está sujeito a inspecções internacionais pois só navega entre portos nacionais!
Assim se prova a inexistência de factos reais que suportem o seu post!
Mais uma vez é só a opinião de alguém que pensa que as coisas são assim e tal... conversa de esplanada, que em nada dignifica este blog nem a marinha mercante!
À cota 16 do zero Hidrográfico? Está sim senhor. Então espere até se começar a pôr areia na Costa da Caparica e vamos ver para onde vai a sua cota -16.
ResponderEliminarQuanto a custos? Sim, sei. Por acaso trabalhei numa draga, durante um ano.
Quanto à nossa marinha - é possível que tenha razão. Não sei e não quero averiguar mais - citei um estudo que a situava no meio de marinhas comparáveis. Talvez o estudo que citei esteja errado. É possível. De qq forma não me parece que tenha muito a ver com a ampliação do TCA.
E quanto a palermices? Também não sei Eu pelo menos para dizer as minhas não preciso de esconder-me atrás de um anonimato qualquer; já as suas... - que aliás nem qualifico de palermices, note. Não é por estar em desacordo comigo que o considero ignorante e / ou palerma.
ResponderEliminar"À cota 16 do zero Hidrográfico? Está sim senhor. Então espere até se começar a pôr areia na Costa da Caparica e vamos ver para onde vai a sua cota -16."
ResponderEliminarPosso esperar... mas não entendo a pergunta? Como disse a Barra é dragada regularmente...
"Quanto a custos? Sim, sei. Por acaso trabalhei numa draga, durante um ano."
Então não deve ter prestado muita atenção ao que andava a fazer pois senão saberia que era uma idiotice dragar uma barra como a Barra Grande apenas para permitir a entrada de um navio!
"Quanto à nossa marinha - é possível que tenha razão"
Infelizmente, tenho! E em relação à ENIDH também tenho razão!
"De qq forma não me parece que tenha muito a ver com a ampliação do TCA."
Tem tudo a ver pois o sector portuário é a nossa última ligação ao mar, depois de perdida a nossa marinha mercante, não acredito que a náutica de recreio seja a solução e lutarei para que tal não aconteça!
6o anos de idade tenho eu 38 de marinha mercante portuguesa ccn.carregadores acorianos.cnn.soponata.fui marinheiro .deixem se dessas tretas quem ajudou a destruir a marinha portuguesa foram os politicos alem dos comandantes pois eles e que tinham a faca e o queijo na mao. nao esquecendo os imediatos.porque no duro trabalhava eu.nao se esquecam que os comandantes nao trabalhavam.
ResponderEliminarA Soponta foi uma empresa publica que dava centenas de milhões de contos de lucro. Cavaco Silva encerrou-a, pura e simplemente e colocou todos os trabalhadores ( alguns com 40 e poucos anos ) na pré-reforma. Um deles é meu parente! Seria importante saber as razões pelas quais o estado se demitiu dos destinos da empresa e que prejuízo causou à economia!
ResponderEliminarQue acabaram com a nossa marinha mercante.é a mais pura realidade,e quem lá ficou,comandantes,imediatos,chefes de máquinas,etc,muita desta gente,deixa-va muito a desejar,em termos,de chefias!!!tinham bom pessoal,atrás deles que lhes resolviam,os problemas. Soponata,Sacor,onde,param?????,outras empresas pequenas????o nosso pessoal da marinha mercante,uns já reformados,outros em casa a ver os navios a passar.Quanto á escola náutica perguntem á nossa juventude o que ela representa para eles,sem navios?????. de um ex.artifice torneiro mecanico,depois,mecanico de bordo,em que era torneiro soldador,serralheiro etc,e só um ordenado,onde dantes no navio,eram 4 artifices,modernices,para quem está em terra no escritorio.
ResponderEliminarMeus Caros, sou apenas mais um anónimo a entrar nesta discussão já bastante acesa.
ResponderEliminarSou oficial de máquinas chefe de quarto e gostaria bastante de poder embarcar, estive fora do mar 2 anos como responsável de manutenção. Mas quando procuro regressar ao mar este é o panorama da Marinha Mercante Portuguesa
* Transinsular - Não há renovação da frota, as joias da coroa são o Monte da Guia e o Ponta de S. Lourenço já começam a acusar a idade. Embora quase monopolista acredito pouco numa empresa que opera apenas num mercado protegido ilhas e umas viagens esporádicas a Ex-Colónias em navios decadentes;
*SeaCarrier- Um navio cimenteiro e já não é nada mau, vamos lá ver até onde vai dando.
* Boxlines - Vendida pertence à ENM que se dedica ao transporte inter-ilhas;
*Sacor Maritíma - Foi a ultima das grandes empresas de navegação portuguesa tive a oportunidade de passar por lá e mesmo com um ou outro aspecto menos positivo os tripulantes eram tratados com respeito e os seus direitos básicos de cidadania respeitados (segurança social, descontos, férias, assistência médica e baixa em caso de doença).Mas claro não se apostou na renovação e hoje fazem parte do ex-líbris do nosso brilhante e sempre tão citado passado, vamos continuando a viver do passado.
*Naveiro - A sua aposta no short shipping é excelente, esta é verdadeiramente a única empresa de navegação portuguesa a operar em mercado aberto com bons resultados. Quanto a emprego para os tripulantes nacionais recordo que são tripulações de 6 pessoas na máquina está um chefe (que de chefe só o nome) e periodicamente vai lá um marinheiro fazer umas limpezas. Não contratam filipinos mas escravizam os tugas que lá aparecem.
*Portline - Como disse um anónimo e muito bem, tem um navio tripulado por portugueses fora isso é Romenos com força, quando por azar lá cai um português (um desgraçado dum praticante) fazem-lhe a vida de tal forma que acaba por não mais regressar ao mar seja lá em que navio for. Esses ciganos que lá trabalham não são parvos, seguram bem a asa do tacho não se vá começar a apostar novamente nos tugas para tripular os navios.
*Mutualista - Parece um oásis no deserto, embora se dedique ao passeio dos tristes transporte inter-ilhas conta quem lá anda que as pessoas ainda são tratadas como pessoas, e embora não se veja propriamente crescimento à renovação da frota o que no mínimo mantêm uma perspectiva de futuro e continuidade da empresa.
*Soponata – Meus caros já não existe à 20 anos, agora é General Maritime as tripulações são Indianos (ideal para que gosta de caril ao peq. almoço, almoço e jantar), croatas e filipinos os poucos portugueses que por lá ficaram ganham hoje menos que esses indianos que derretem um navio pela falta de manutenção. SEI BEM DO QUE FALO!!!! Não especulo, é a realidade…
*Valha- nos a PROMARINHA que mal ou bem ainda vai arranjando umas colocações aos tugas na marinha mercante Britânica, e Norueguesa a vida por lá é muito dura mas é o que nos resta.
Gostava agora que alguém me diga se esta não é uma fotografia autentica da nossa marinha mercante? Eu quero mesmo embarcar, digam-me aonde caso saibam de alguma coisa que desconheça mas sejam sinceros e dispenso opiniões de hipócritas que fizeram cartas embarcados no mar da palha. Esses artistas que enterraram a marinha mercante portuguesa estão todos bem sentados em sindicatos, organismos públicos que todos sabemos e na nossa escola, estão a reformar-se ou à beira da reforma e o que fica agora? Aguardo resposta cavalheiros?
Olá, companheiros de profissão!
ResponderEliminarSou brasileiro, Contramestre da Marinha Mercante, recentemente venho lendo algumas publicações a respeito. Como andam as coisas por aí?
Obrigado.