15/04/2010

PALÀCIO NACIONAL DA AJUDA


site do grupo " Pela Conclusão da Construção do Palácio Nacional da Ajuda":
http://www.facebook.com/group.php?gid=104595866248255
.
Fico contente com a ideia de criação deste grupo. Fico contente sobretudo, com o debate de ideias surgido e, por verificar com apreço, que há grande interesse pelas causas ligadas ao património.
Por outro lado, também me congratulo pela existência destas ferramentas (fcbk´s, blogs e outros instrumentos), que permitem ás pessoas (todas), participarem nos debates e opinarem sobre estes assuntos.
E, não tenhamos dúvidas, os decisores políticos têm neste momento, todo o interesse em ouvir esta opinião de fundo, muitas vezes mais rica em ideias, do que aquelas que podem retirar da mole cinzenta e parda de "experts" que pululam pelos ministérios e assessoram o poder.
Quanto ao Palácio Nacional de Ajuda e ao projecto que aqui se defende, não tenho qualquer dúvida em apoiá-lo:
Não me causa qualquer tipo de problema de consciência, no campo teórico - profissional, académico ou outro, defender a conclusão do edifício do Palácio Nacional da Ajuda, nos moldes projectados por Fabri e Costa e Silva. A sua conclusão é aliás e a meu ver, uma necessidade coerente que advém da imposição de reorganizar, do ponto de vista espacial e urbano, toda aquela zona. Estabelecer uma ordem urbana e digna para envolver um monumento que deve adquirir a dignidade que lhe estava subjacente no projecto:
Sem isto, o PNA nunca passará de um edifício coxo, desequilibrado e sem a escala para que nasceu.
Se do ponto de vista do formalismo e linguagem exterior, apoio a ideia de continuar o projecto inicial, ao contrário, no seu interior fará todo o sentido que se opte pela contemporaneidade, adaptando o novo e acrescentado espaço, a necessidades prementes no mundo da museologia e da arte nacional.
A questão da requalificação da zona Ajuda/Belém está, como sabemos, pejado de uma série de erros e incongruências.
O primeiro de todos e talvez o maior, é a construção do projectado novo M N Coches:
É uma obra desnecessária sob o ponto de vista do seu interesse, tanto para a colecção em si mesma como para o visitante; retira aos coches o cenário fantástico que os envolve e transforma o espaço, num museu – garagem, com… coches.
Sob o ponto de vista económico, o tiro é certeiro, nos pés:
Todos sabemos que a opção de construir o novo museu, tem contornos políticos, pouco sustentados em pareceres técnicos credíveis, contrariando inclusive, opiniões abalizadas dos próprios directores dos museus, implicados neste efeito de dominó, sejam eles o do próprio M N Coches, como o de Arqueologia.
Gastam-se mais de 30 milhões no novo museu, fora as derrapagens e não se fazem contas á (de) eficiência energética do edifício, onde são projectados grandes envidraçados, virados a Poente…
Mas, no rol dos erros e asneiras que acompanham de perto esta “cereja em cima do bolo” da SFT e das comemorações do “centenário”, que é o novo MNC, a que mais me preocupa é a questão da localização do futuro Museu; é que os tais “experts” (os), aqueles que pensam, estudam e debatem e depois aconselham os Exmos Sr s Ministros a fazerem asneiras, não repararam que o terreno escolhido, o das Oficinas Gerais de Material, está em zona de Muito Alta Vulnerabilidade Sísmica, ao contrário da actual localização que está situada em zona de Baixa Vulnerabilidade. É a diferença entre os terrenos dos juncos, lodosos ou arenosos e os terrenos onde os “experts” mais antigos, fruto da sua observação do grande terramoto, decidiram construir os grandes palácios reais.
Não seria portanto bem mais cuidado e ponderado pensamento, proceder á reabilitação do PNA, da sua envolvente e do próprio tecido urbano?Esta pergunta tem, para mim, uma resposta inequívoca:
A S. Frente Tejo, ou o que resta dela, deve reequacionar toda a sua politica referente ao projecto da frente ribeirinha e em especial a da zona Belém / Ajuda:
Era um grande favor que nos fazia, que fazia a Lisboa e porque não, ás comemorações do “centenário”.
Luís Marques da Silva

15 comentários:

  1. certamente toda a gente gostaria de ver o palácio concluido. O problema é que não há dinheiro para tal, portanto isso é uma utopia

    ResponderEliminar
  2. Excelente proposta.
    O PNA é um exemplo de como deixamos as obras a meio, obras megalomanas para um país pequeno. Tal como a Igreja de Santa Engracia, o Palácio da Ajuda deveria ser completado e concluído.

    ResponderEliminar
  3. Porque nao terem concluido o Palácio Nacional da Ajuda para albergar a colecção completa dos coches .

    ResponderEliminar
  4. Esta última, não é uma má ideia, não senhor.

    ResponderEliminar
  5. E porque não incluirem numa ampliação do Palácio, a tão falada Alta Escola Equestre, como em Viena?

    ResponderEliminar
  6. É completamente anacrónico e sem sentido construir um palácio do sec. XVIII em pleno sec. XXI.

    Já agora, metam lá também um rei.

    ResponderEliminar
  7. Exacto.

    Punham os cohes na parte que falta para concluir o museu, e gastava-se certamente menos dinheiro, ou pelo menos, este seria bem gasto.

    ResponderEliminar
  8. Vão buscar euros ao Brasil para concluir o Palácio ? É que faltaram os reais para o concluir naquela época...nunca mais deixam de ser elitistas...e entretanto não se preocupam com a reutilização da cidade existente; se eu mandásse estavam todos a fazer estágios em Quiot..now what I mean ?
    António Costa

    ResponderEliminar
  9. Sim eu preferia um Rei? talvez daqui a uns anos quando a constituição marxista desta républica permitir aos portugueses referendar, esta republica desgastada e pobre!

    Mas não se incomode...já estão instalados no Palacio da Ajuda não mas em Belém pode?
    Se estivessemos em tempos do "rei" Soares estou convencido que a reconstrução era uma ordem. Mas como felizmente temos lá alguém mais ponderado, chega-lhe a Travessa do Possolo para ser presidente.

    ResponderEliminar
  10. Não se trata de construir um palácio do sec XVIII no sec XXI, mas de concluir um palácio do sec XVIII no sec XXI, segundo o projecto original e sem desvirtualismos. Aliás Sta Engrácia, foi acabada em meados do sec XX, está lá e muito bem...

    ResponderEliminar
  11. Zipper será tamb anacrónico e sem sentido construir/destruir Património em cima de outros projectos/edificios de arquitectos do passado ? Portugal vence entao .

    ResponderEliminar
  12. os subscritores deixam lá o NIB para contribuir, ou é mais uma daquelas em que se assina para os outros pagarem?

    ResponderEliminar
  13. Rui Silva9:20 da tarde

    Vais pagar na mesma, não te preocupes :)

    ResponderEliminar
  14. HOMOSAPIENS9:57 da tarde

    Bem gostaria eu de ver o Palácio Nacional da Ajuda construído como está apresentado nesse link do Facebook, infelizmente não passa de uma utopia. Um projecto esse bem real é o do arquitecto português Gonçalo Byrne.

    Cumpts.

    ResponderEliminar
  15. O que pode acontecer, é a sua conclusão com uma "pele", cuja linguagem seja idêntica áquela do projecto inicial.
    o seu interior, pode e deve ser uma estrutura contemporânea e adapatada ás necessidades actuais; até podia estar separada da dita pele e esta funcionar como uma fachada de protecção.
    Gostei da ideia de adapatar a ampliação para a escola equestre e para espaço de museologia e e de exposições.

    ResponderEliminar