In Diário de Notícias (22/4/2010)
por DANIEL LAM
«Inspectores estiveram ontem a recolher vestígios. Água dos bombeiros atingiu algumas lojas do piso térreo
Inspectores da Polícia Judiciária (PJ) estiveram ontem a recolher vestígios no prédio devoluto do Rossio, em Lisboa, que na noite anterior sofreu um incêndio na cobertura. O Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa (RSBL) ainda desconhece a origem das chamas, esperando que a PJ consiga desvendar o que aconteceu. A água usada para apagar o fogo atingiu algumas lojas do piso térreo, mas nenhuma encerrou.
O incêndio é considerado estranho por algumas pessoas contactadas pelo DN, pois o edifício está desocupado e nem tinha ninguém no interior. "Não se percebe o que terá ateado o fogo", referiram, lembrando que todo aquele quarteirão da pastelaria Suíça vai ser transformado em hotel (ver caixa).
Apesar de ter causado alguma preocupação, levando até o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, a acompanhar a acção dos bombeiros, o incêndio ficou circunscrito a uma pequena área da cobertura, onde deflagrou pouco antes das 23.15 de terça-feira e foi extinto às 00.03.
Oito viaturas e 38 homens do RSBL e meios dos Bombeiros Voluntários da Ajuda combateram as chamas na cobertura do número 116 da Praça D. Pedro IV (Rossio), situada por cima da Casa da Sorte, que - por sorte -, não sofreu qualquer dano, revelou ao DN o responsável por este estabelecimento, Victor Mateus.
Por medida de precaução, os bombeiros permaneceram no local, em fase de rescaldo, até às 06.18 de ontem, para detectar e combater eventuais reacendimentos.
As consequências da acção dos bombeiros ainda estavam ontem de manhã bem patentes na loja desportiva Guilty, na Praça da Figueira. O proprietário André Silva passa o tempo com um minissecador apontado ao quadro de electricidade. Tudo porque a água que serviu para apagar o incêndio atingiu aquela parte da loja. "Não foi muito. Foi só um bocado do chão e o quadro eléctrico. De resto, não deu prejuízos" disse ao DN.
O incêndio não teve consequências mais graves, porque, segundo relataram vários comerciantes, a acção dos bombeiros foi rápida e eficaz e o prédio ainda estava molhado da chuva.
Na Massimo Conti, uma loja com mais de 60 anos, no Rossio, ainda cheirava a fumo. Aqui o prejuízo foi maior. Camisolas, casacos e camisas da nova colecção Primavera-Verão e até móveis e uma bancada de apoio, ficaram danificados pela água.
Fernanda Mendes, gerente desta loja, confessou desconhecer ainda o valor total do prejuízo, mas espera que, "pelo menos, seja paga parte dos estragos".
Fernanda estava de férias, quando lhe ligaram, cerca das 02.00, a alertar sobre o incêndio. Teve que regressar para acompanhar de perto a situação. "Fiquei assustada, obviamente. Pensei que desta vez é que ficava sem loja. É uma vida de trabalho", contou.
"Só quando cheguei cá de manhã é que vi o que tinha ficado danificado", acrescenta. Agora tem de aguardar que o representante do senhorio lhe dê respostas quanto às responsabilidades pelos danos na loja. O seu estabelecimento, que está resguardado pelo seguro, não teve de encerrar e manteve-se ontem a funcionar.
Os comerciantes com estabelecimentos situados no piso térreo deste prédio, que tem acessos para o Rossio e para a Praça da Figueira, sublinharam estar constantemente preocupados com infiltrações de água. Sempre que chove, ficam com receio que a água atinja as suas lojas.
Num edifício onde não há tecto nem chão, é fácil a água escorrer até aos estabelecimentos comerciais. "Eles agora é que colocaram umas placas para isolar o telhado, que não existe. Assim, a água já não deverá vir cá para baixo" explicou Fernanda Mendes. Na sua opinião, "isto já deveria ter sido feito há dez anos". A comerciante receia que o futuro hotel implique o desaparecimento da sua loja, obrigando-a a sair dali. »
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Investiga e investiga muito bem.
e que tal a PJ investigar as pessoas que ocupam indevidamente a casa dos outros "pagando rendas" de 10€?
ResponderEliminarPrimeiro os incêndios, parece-me prioritário.
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