05/06/2010

Igreja de S. Roque

Igreja de S. Roque. Vista do Google Street View.

Aqui há uns tempos atrás, finais de 2008, salvo erro, o largo Trindade Coelho foi remodelado e com ele a escadaria e o patamar de acesso à igreja de S. Roque.
Se bem se lembram o patamar ao cimo da escadaria era circundado por um belíssimo gradeamento em ferro forjado com várias secções apoiadas e separadas por pequenas colunas encimadas por luminárias, ver foto abaixo.

A antiga entrada para a igreja.

No decurso dessas obras todo esse gradeamento e colunatas desapareceram.

Aspecto actual da entrada.

A Casa Professa de São Roque / Igreja e Museu de São Roque é propriedade da Santa Casa da Misericórdia e Monumento Nacional, classificado como tal em toda a sua integridade desde 1910, como se pode verificar aqui.
Assim sendo e não discutindo a opção estética de retirar esse gradeamento, quanto a nós errada, é estranho que o Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR) tenha anuido com tal alteração, se é que de facto o fez. Aliás no sítio do IGESPAR ainda hoje, mais de um ano depois da intervenção, a imagem que documenta a fachada da igreja continua a ser a anterior à intervenção, onde permanece o gradeamento.

Imagem retirada do sítio do IGESPAR.

Por não entendermos este deliberado empobrecimento do nosso património arquitetónico deixamos aqui este pedido de esclarecimento por quem de direito.

15 comentários:

  1. Quase de certeza que está a ser reparada em alguma parte....!?

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  2. I'm afraid not!
    Repare que colocaram lá dois 'corrimões' o que indicia que não há vontade de reporem o gradeamento.
    Coloco 'corrimões' entre aspas porque aquilo são duas tiras metálicas - por sinal até perigosas para crianças - apoiadas cada uma em duas hastes metálicas, sem graça nenhuma.

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  3. Eu não acredito que se preocupam em discutir um gradeamento sem função útil alguma.

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  4. Queria também chamar a atenção para o facto das escadas serem novas (cheias de ângulos vivos e escorregadias - como todos os pavimentos das novas recuperações...) contrastarem com a Igreja. Só neste País é que se gasta o pouco dinheiro que se tem, a estragar património...

    Fernão Vilela

    PS_ Estas escadas parecem uma segunda visão do portal da Sé!

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  5. Fiquei feliz de ler este artigo aqui. Tenho reparado e já o mensionei aqui que tudo o que é 'esculturas' em ferro forjado estão a desaparecer um pouco por toda a cidade, desde mobiliário urbano a gradeamentos e portas inteiras.

    Das duas uma, ou foi vendido a um particular ou à socata por uma quantia obxena de dinheiro. O ferro forjado vale mais do que qualquer aliminio ou liga por ser uma estrutura massissa e não oca com o valor acrescido da beleza estética.

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  6. Caro Filipe,

    A função do gradeamento não é para aqui chamada. O que está aqui em causa é uma alteração de um conjunto que estava/está classificado como um todo.
    Mas é claro que o gradeamento tinha não uma mas muitas funções úteis, sendo a da fruição estética a não menos importante de todas.

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  7. Caro Jorge Pinto,

    eu mantenho a minha opinião. Não gosto da estética do gradeamento, você próprio confirma que a coisa não tem utilidade. Você apenas teima com o argumento circular: "deve ser classificado, porque está classificado, e porque eu digo". Como percebe, você não colocou argumento algum em cima da mesa a não ser o mero argumento da autoridade. O que obviamente não tem validade alguma.

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  8. Oh Filipe,

    o rabicho que tem no cabelo tem que função? a mim parece-me que é só estética porque não anda a afugentar as moscas com ele, pois não? Se não tem outra função corte-o, pois então!

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  9. Caro Filipe,

    Não tresleia o que eu disse. O que disse e repito é que a utilidade não é para aqui chamada.
    O conjunto de S. Roque foi classificado em 1910 como MN, Monumento Nacional. Que eu saiba não se altera sem uma forte razão um monumento nacional classificado como tal.

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  10. alterar? neste momento a igreja está sem gradeamento. você é que está a propor uma alteração sem utilidade. o seu argumento: porque um papel diz que sim.

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  11. Segundo apurei oportunamente o gradeamento está na posse da Misericórdia. Concordo em que o gradeamento devia ter ficado onde estava, mas assim não foi o entendimento da Misericórdia e do arquitecto responsável pelo projecto que quis devolver amplitude ao espaço defronte à igreja, que era apanágio daquele local antes da cerca do séc. XIX. Seja como for, o pior é mesmo o degrau lá do cimo estar em completa "dissonia" com os novos degraus da escadaria.

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  12. Efectivamente tb não percebo a retirada do gradeamento. Na minha opinião valorizava o conjunto.

    Embora preferindo o conjunto com o gradeamento, se no âmbito da recuperação do conjunto, optou-se por colocar uma nova escadaria, também não me oponho fervorosamente. Também não acho a nova solução assim tão má (leitura integral da fachada, simbólica "abertura" da igreja à sociedade, whatever).

    Mas efectivamente não consigo compreender a preservação de alguma lages e degraus. Será a ideia da memória do passado? Não faz sentido. A escadaria é nova e resulta, efectivamente, mal!

    E os corrimãos neste novo desenho... parecem acrescento!

    Mas uma omissão grave é que num novo desenho não tenha sido possível resolver as acessibilidades a pessoas de mobilidade condicionada (cadeiras de rodas, carrinhos de bébé, idosos, etc). Com imaginação teria certamente sido possível incluir esta melhoria tão importante para certos públicos.

    p.s.- E já agora, bem que podiam ter evitado estrangular ainda mais o canto junto à estrada!

    Mas o que não percebo é se é uma nova escadaria, porque não se tentou resolver o a deficientes!? Já que se mude, que seja para (bem) melhor!

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  13. Ahhhh....o senhor arquitecto veio fazer o seu xixi num monumento nacional !?

    E se lhe apetecesse (e à Misericórdia) retirar algo dos interiores ?

    Onde é que está o IGESPAR ? Isto foi permitido por quem de direito ?

    E este país está ainda no mapa da Europa ?

    Um caso para denunciar...e bem !!!!

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  14. O referido gradeamento, no meu entender, foi muito bem removido. Tratava-se de uma intervenção do sec.XIX, que retirou a referida amplitude à fachada e à praça.

    O projecto original da Igreja, não tinha o gradeamento - porque é que uma intervenção do Sec. XIX é mais lícita do que uma do Sec. XXI?

    Provavelmente, aquando da construção do gradeamento, as vozes dissonantes foram ainda maiores!

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  15. Resposta:
    Porque no séc. XXI existem cartas internacionais de conservação e restauro (reconhecidas também em Portugal) que condenam claramente este tipo de intervenção
    (se podemos remover um acréscimo do séc. XIX, podemos remover um acréscimo de outro séc. qualquer).

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