12/07/2010

Algumas considerações

Chegado por e-mail:


«Caro Paulo,

Como está? Bem, espero.

Escrevo-lhe este e-mail ainda no rescaldo da viagem que fiz à Rússia, onde visitei as incontornáveis Moscovo e São Petersburgo, mas também outras cidades menores em tamanho, grandes em importância porém, como Uglitsh ou Yaroslaw.
Não vou negar que o que me levou a escrever-lhe tem na sua base o incómodo e inconformismo que sinto pela situação do património e urbanismo da nossa capital e da maioria das nossas cidades e monumentos em oposição do que tenho visto por esta Europa fora e, agora mais concretamente, na Rússia.
A Rússia, como é sabido, não é propriamente um país rico e enfrenta graves dificuldades como aliás a maior parte dos países. Mas, tendo afirmado isto, notei que não é um país onde a sua história e os seus monumentos sejam elementos supérfluos mas antes, e acima de tudo, provas orgulhosas da sua história e investimento para o futuro. Depois desta minha visita não tenho a mais sombra de dúvida que a Rússia será um dos principais destinos culturais do mundo em muito pouco tempo. Tem imenso para oferecer mas também estima, protege, recupera, restaura, em suma, ama os seus monumentos, as suas cidades.
O labor de recuperar os monumentos e as cidades é hercúleo, principalmente porque, como já disse, tem muito património, e é constante e visível por todo o lado. As cidades têm imensos parques, grandes e muito bem mantidos – com aspecto romântico sem desvirtuações pseudo-design - e qualquer espaço, mesmo os mais nobres e cobiçados para expansão urbana, são desculpa para aumentar a zona de parque e passeio, concorrida pelas populações.
O que dizer dos monumentos? Quando estão recuperados - muitíssimos estão ou a recuperação está em curso – estão-no escrupulosamente, e não como sempre em Portugal, deixando a desculpa da patina do tempo para deixar elementos no estado original onde só a imaginação nos leva a perceber como eram nos seus tempos de glória. Esta filosofia, imperante em Portugal na área do restauro do património, há muito que deveria ter sido abandonada e devo dizer que só a conheço no nosso país já que, mesmo ao nosso lado, no nosso país vizinho, quando algo está restaurado parece que o está, e não foi somente estabilizada para não cair aos pedaços na vitrina.
As praças e jardins, na Rússia, quando em centros históricos, estão harmonizadas com o edificado e época do que as circunda. Em Portugal a febre do design e contemporaneidade produziu resultados medíocres, desvalorizantes e pouco convidativos como a Praça da Misericórdia, em Lisboa e a Praça do Comércio, projecto francamente mau e mal executado – os últimos acontecimentos com a iluminação nesta praça leva-me a perguntar para que serve o IGESPAR e como este deveria ser independente do poder político e económico como uma magistratura. E estes são dois exemplos entre muitos, muitos outros. Será que os designers, arquitectos e políticos na Rússia também não terão ego e quererão deixar a sua marca para a posteridade? Penso que sim mas terão, com certeza, mais bom-senso que os portugueses porque querem deixar a sua marca na memória de terem sido quem devolveu a dignidade original aos monumentos, jardins e cidades e não como aqueles que inovaram e relegaram para a história antiga o que antes outros haviam projectado e construído.
Deixo uma pergunta, preocupada, que não sei se alguma vez será respondida por quem de direito. Eu sei que os nossos políticos viajam, já os vi por aí e conheço quem os tenha visto também. Será que eles não percebem que as várias situações que, incansavelmente, são denunciadas por vós e todos nós não podem subsistir, sob pena de em algumas décadas não termos nada de qualidade internacional para oferecer como produto turístico, já para não falar de podermos nós, internamente, apreciar e gozar? Vamos continuar a deixar destruir o nosso edificado para construir caixotes de betão e vidro, substituir as nossas praças por arranjos de pseudo-design, vamos continuar a deixar entrar carros nas grandes cidades e estacioná-los onde calhar, mesmo que tal implique obrigar os peões a andar nas faixas de rodagem? E há ainda quem pense ser ridículo discutir-se as horríveis cablagens que desfeiam os edifícios, a falta de coercividade na recuperação efectiva dos prédios sem fachadismos, a falta de fiscalização municipal do lixo e restos das lojas que durante a noite são deixadas nos passeios, os grafitos dos monumentos e lugares públicos, as varandas fechadas e as janelas de alumínio, entre tantas outras coisas!


Em Portugal, quando se aventou a possibilidade de terminar o Palácio da Ajuda, os projectos que se apresentaram como possíveis previam o remate com construção contemporânea na mesma volumetria do projectado original! Como isto poderá ter passado pela cabeça de alguém? São inúmeros os casos na Europa de edifícios que foram reconstruídos, quase do ponto zero, e são hoje exemplos de arquitectura de recuperação com prémios e louvores: o Palácio Real de Berlim, edifício magnifico e verdadeiramente grande em área, demolido pela RDA nos anos 50, vai ser completamente reconstruído depois de imenso trabalho de investigação e penosas angariações de dinheiro que ainda não têm na totalidade, mas que os berlinenses compreendem ser essencial para a sua cidade; em Paris corre um projecto para a reconstrução total e integral de exteriores e interiores do Palácio das Tulherias; em São Petersburgo o magnifico e extenso Palácio de Catarina (ou palácio de Tsarskoe Selo) foi e está a ser criteriosamente reconstruído depois de ter sido arrasado por bombas alemãs na Segunda Grande Guerra; na mesma cidade o Palácio de Verão de Pedro o Grande foi reconstruído com o seus jardins únicos no mundo, sendo que para visitar estes monumentos são necessárias horas para entrar porque os visitantes são aos milhares; a famosa torre ao lado do palácio dos Doges em Veneza é uma reconstrução porque a original ruiu; e muitos, muitos exemplos por toda a Europa e mundo. Que tacanhez de espírito dos nossos políticos e responsáveis pelo património. Vejam o estado do Palácio de Queluz, da Tapada das Necessidades, do total desaproveitamento do Palácio de Mafra só para mencionar alguns exemplos de uma longuíssima lista. Todas estas situações são vergonhosas e rebaixam-nos perante uma Europa onde o que é património é respeitado, e visitado por gerações e gerações.
Lisboa não está em situação de ser considerada a Capital de um país europeu de primeira linha e quem tem dúvidas viaje. Tal deixa-me tremendamente revoltado e triste.


Os meus melhores cumprimentos,
Alexandre
»

10 comentários:

  1. Estamos, a passos largos e céleres, a distanciar-nos dos países que nesta Europa têm um produto valiosíssimo para oferecer: história e arquitectura! Aquilo que tem qualidade internacional, que em Lisboa sempre foi pouco, está com um pé no cadafalso e como todas as revoluções - esta de modernismo - vai ser um valente tiro no pé! Tenho pena que não sejam apontados os dedos acusatórios aos que assinaram estas mostruosidades chamando-os pelos nomes e que estes políticos de algibeira, vindos de buracos sem nome e que subiram à custa de muito lamber de botas e enganar o cidadão, não sejam interditados por leis contra a gestão danosa e atentados aos património.
    A meritocracia não existe e por isso pelos menos cultura poderia ser um critério para os políticos... mas não é!

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  2. não li o texto todo..., mas não faz sentido comparar o Palácio da Ajuda com os outros monumentos que existiram e que por uma razão ou outra foram destruidos (faltou a catedral de moscovo arrasada por stalin para construir uma piscina e depois reconstruida por yeltsin). o Palácio da Ajuda nunca foi terminado e nunca irá ser terminado, do mesmo modo que as capelas imperfeitas da batalha não vão ser terminadas... fazem parte da história.

    por isso quando se aventou a possibilidade de terminar o palácio (quando é que isso aconteceu?) isso não passou de um exercicio teórico e os projectos foram teóricos também...

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  3. Concordo completamente. Queria só fazer uma "correcção".
    Em relação ao Palácio Real de Berlim, o palácio não vai ser reconstruido como era, apenas 3 das 4 fachadas vão ser reconstruidas. O interior será todo novo e moderno, assim como a fachada a dar para o rio Spree. E isto é se o palácio for mesmo reconstruido. Porque, para além de faltar dinheiro (o governo alemão já disse que se se construir será apenas daqui a 4 anos), a maioria da população da cidade está contra a reconstrução. A DDR mandou demolir o pouco que restava dele após a guerra e no seu lugar construiu o Palácio da República. Este foi mandado demolir pelo governo em 2008 (diz-se que por vingança contra a DDR) contra a vontade da população berlinense, apesar de anos antes terem sido gastos rios de dinheiro a tirar os asbestos do palácio. A maioria dos berlinenses está contra a reconstrução do palácio real e pede antes, já que se deitou o palácio da república abaixo, que fique aquela zona como jardim/relvado, em vez de se gastarem milhões com um projecto saudosista e fachadista (porque do prédio antigo só mesmo a fachada)

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  4. Alexandre1:19 da tarde

    Caro Francisco L.,

    Não sei quem é a maioria dos berlinenses de que refere mas a maioria dos que eu conheço – e conheço bastantes por razões familiares – estão a favor da reconstrução do Palácio Real de Berlim, assim como uma série importante de políticos, arquitectos e intelectuais, que vêem neste projecto a reconquista para a cidade de um eixo principal e de um ponto zero de que a cidade se sente órfã.
    Tem razão quando diz que a reconstrução foi adiada por razões financeiras mas a intervenção do Estado é inequivoca já que este vai financiar a reconstrução INTERIOR das principais salas e da famosa escadaria, ficando as restantes salas pré-preparadas para a sua reconstrução pelas gerações vindoras, caso assim o decidam. Os trabalhos preparatórios estão muito avançados, já existem inúmeros técnicos envolvidos pelo que em 2017 os trabalhos estarão concluídos. O corpo comtemporâneo que refere corresponde aos vários edifícios que constituiram o proto-palácio, datados de entre o séc. XV e XVII, uma ínfima parte de todo o colossal edifício – em todo o caso não concordo com esta decisão.
    Já que está tão informado sobre este assunto saberá que a demolição deste monumento foi injustificada, ideológica e gerou um coro, nacional e internacional de protestos. Basicamente os dirigentes da RDA decidiram que ou o palácio desaparece ou o seu vizinho Duomo (magnífica catedral) pelo que a sorte calhou ao palácio, perfeitamente recuperável. O palácio de Charlottenburg, gravemente danificado pela guerra, foi reconstruído porque se encontrava do lado ocidental da cidade, e é hoje um dos principais ex-libris de Berlim. Visitá-lo demora horas por causa das filas para entrar.

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  5. Alexandre1:32 da tarde

    Caro Chico205,

    Sim, posso comparar o Palácio da Ajuda com outros monumentos por essa Europa fora mas a comparação não será, certamente, lisonjeira para os nossos políticos e cidadãos.
    É exactamente contra esta mentalidade tacanha, indiferente, inculta, preguiçosa, que denota o seu comentário que me insurjo porque não aproveitamos o que foi uma herança dos que nos precederam e a preservamos para o futuro senão como orgulho, pelo menos como investimento.
    A Igreja de Santa Engrácia foi concluída já nos anos 60 do séc.XX e é hoje um dos mais referenciados monumentos de Lisboa.
    Ainda sobre a sua opinião sobre o lixo, pensa que é lícito ou moral que um restaurante faça do seu problema em acondicionar o seu lixo o problema de todos os que passam pelas ruas? O que me tem a dizer se algum vizinho seu, porque tem problemas em acondicionar o seu lixo em casa, o ponha à sua porta para assim partilhar consigo a sua falta de organização e laxismo?
    Quem ache que tudo está bem nesta cidade que se cale, quem não… que fale!

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  6. Alexandre, vou tentar responder a todos os pontos da sua resposta.

    Eu moro em Berlim vai para 3 anos, e antes disso durante 3 anos vinha cá duas vezes por mês, o me dá uma vista mais de dentro da população do que alguém que sabe por terceiros. No meu círculo de conhecidos e amigos aqui tenho uma taxa de 85% contra a reconstrução do palácio (independentemente de serem de Berlim Ocidental, Oriental, RDA, RFA ou Estrangeiros). Mas utilizando fontes mais seguras, uma sondagem da Forsa indica que 80% dos Berlinenses (com poucas diferenças entre West e Leste) são contra a reconstrução do palácio ( http://www.focus.de/kultur/denkmaeler-80-prozent-der-berliner-gegen-schloss-wiederaufbau_aid_514601.html )

    Assim como há muitas personalidades a favor da reconstrução do palácio (estranhamente a maioria não tem ligação a Berlim), também há muitas contra, especialmente arquitectos, que vêm o projecto como sendo um mamute...

    Pelo que sei (posso estar enganado, mas é o que eu tenho lido sempre), o interior vai ser todo moderno (à excepção da escadaria, e mesmo essa ainda não é certa...), pois não existem planos de como o palácio era no interior. Só o exterior é vai receber as fachadas barrocas como antigamente (3 de 4) (isto é, se conseguirem angariar os milhões de euros necessários, pois o estado já disse que fachada não paga, e não sei o que seria pior, se uma fachada barroca saudosista ou algo super moderno no meio da ilha dos museus).

    Claro que sei que a demolição do palácio teve muita polémica e foi ideológica. Mas não acho que uma vingança vá tapar outra... Se se seguisse essa linha de pensamento, lá se teria que mandar abaixo 1/3 dos Ministérios (construídos por Hitler), o palácio da cultura em Dresden (DDR). E visto assim, a destruição do Palácio da República também foi ideológica.

    Na minha opinião, já que se deitou tudo abaixo o que lá estava, deixava-se aquilo livre, como um parque. Mas isto é a minha opinião pessoal.

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  7. A reconstrução do Palácio Nacional da Ajuda , segundo o projecto original, nomeadamente no que se refere á sua fachada, era do ponto de vista do interesse nacional, muito mais importante do que o esbanjamento dos milhões no novo Museu dos Coches. O aproveitamento poderia ser inúmero, nomeadamente, para a instalação de uma alta escola equestre...

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  8. Alexandre1:20 da tarde

    Caro Francisco L.

    a reconstrução do Stadtschloss de Berlim foi um processo longo e penoso e, segunda as últimas opiniões existe quase que um empate entre aqueles que apoiam o projecto e aqueles que o repudiam.
    Existem registos muito exactos de como eram as salas porque Hitler, prevendo o efeito que teria a guerra sobre o monumento mandou fazer um registo para uma futura reconstrução/restauro. Também não desconhecerá que bastante dinheiro já foi angariado, internacional e internamente e que o processo não vai nem pode ficar esquecido. Em todo o caso, sem entrar em discussões sobre a complexidade dos fenómenos sociais e culturais que Berlim sempre sentiu e entretanto sofreu com a história recente e que faz desta cidade um item de estudo interessantíssimo, explicando que no seu grupo de amigos não encontre apoiantes da reconstrução e no meu sejam a maioria tenho que admirar que tamanha obra, de tanta importância para o país, veja a luz do dia enquanto que nós, com uma obra de dificuldade muitíssimo menor, fujamos para uma solução preguiçosa, fácil e inculta.

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  9. Vai ser a última vez que bato na mesma tecla, eu prometo.

    O interior vai ser todo moderno, até porque é suposto albergar os museus que estão agora em Berlim-Dahlem (Arte Asiática e Etnologia). Há réplicas do projecto para se ver em vários pontos da cidade, e neles dá para ver perfeitamente que vai ser tudo moderno excepto as 3 fachadas (Norte, Sul, Oeste) e uma fachada de um dos pátios.

    Este artigo do NYT de 2009 explica de forma extraordinária como os Berlinenses (que são contra) vêem o projecto: http://www.nytimes.com/2009/01/01/arts/design/01abroad.html?pagewanted=1&_r=2

    Às tantas o artigo diz: "That’s ridiculous, but more to the point few Berliners are still alive who can remember the original Schloss. The Palace of the Republic, by contrast,(...), did belong to the living memory of many Berliners; and more than a few of them were heartbroken to see it erased."

    Será que faz sentido reconstruir algo ao qual a maioria das população já não tem ligação alguma? Isto aplica-se também ao Palácio da Ajuda (mas ao contrário): O Palácio da Ajuda deveria ser concluído, pois uma parte já lá está, e é algo que se vê todos os dias, ou pelo menos muito frequentemente. Não sei se acabar a Ajuda é fácil ou difícil, quanto custaria, mas a mim custa-me ver a ala que dá para a Calçada da Ajuda toda desfeita e inacabada. Só conheço um "projecto" que aparece na Wikipedia. Sendo esse projecto talvez difícil de efectuar (tendo em conta, segundo a Wiki, que o Estado já vendeu os terrenos onde seria construido o resto do palácio), não seria possível construir a fachada oeste na Calçada da Ajuda, de maneira a, pelo menos temporariamente, "fechar" o palácio?

    E agora já, um artigo do mesmo NYT de 1890, que mostra como já na altura, o Stadtschloss não era visto com muito bons olhos: http://query.nytimes.com/mem/archive-free/pdf?res=9805E6D8143BE533A25751C0A9649C94619ED7CF

    Cumprimentos,
    Francisco L.

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  10. Alexandre1:28 da tarde

    Caro Francisco L.,

    uma vez que vive em Berlim pode, com toda a facilidade caso ainda seja possível, visitar a exposição que esteve patente no Altes Museum - não sei se ainda subsiste a exposição - onde além de maquetas poderá falar com responáveis pelo projecto.
    Quanto ao New York Times poderia mencionar vários artigos deste conceituado jornal onde se poderá ler sobre Lisboa e sobre o que os lisboetas sentem e, pasme-se, não se rever nem um pouco no que está descrito.
    Pessoas, por outro lado, como a minha sogra, nascida e criada em Berlim, cuja tia foi casada em primeiras núpcias com Paul Linke - deverá conhecer - e que tinha uma loja de moda no Kudamm, que viveu as agruras da guerra e depois da pavorosa RDA, deverão, concerteza, discordar da ideia que o Palácio da República traz saudades!
    Quanto ao Palácio da Ajuda não se pede a conclusão do projecto como inicialmente José da Costa e Silva o pensou (ou repensou) mas aquele que decorre naturalmente do novo projecto de meados do séc.XIX, assim como a envolvente.

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