Um blogue do Movimento Fórum Cidadania Lisboa, que se destina a aplaudir, apupar, acusar, propor e dissertar sobre tudo quanto se passe de bom e de mau na nossa capital, tendo como única preocupação uma Lisboa pelos lisboetas e para os lisboetas. Prometemos não gastar um cêntimo do erário público em campanhas, nem dizer mal por dizer. Lisboa tem mais uma voz. Junte-se a nós!
09/08/2010
Postais de Lisboa - Palácio da Ajuda
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«A fotografias das traseiras do Palácio da Ajuda é distinta das fotografias da fachada que habitualmente se vêem.
As ruínas podem ficar, mas convém que sejam tratadas com dignidade, como se faz em Arqueologia, por exemplo. E se a fotografia é actual o aspecto das mesmas continua igual há várias décadas. Do ponto de vista simbólico é uma imagem muito interessante...
Pois é caro Marco, as "traseiras" têm essa característica incómoda de serem diferentes da "Fachada Principal". O seu traseiro também é diferente da cara não é? Ora pois...
Oh homem, aposto que não é de cá, ou então já não passava na Ajuda, p'ra aí há uns 150 anos, não?
Um "Postal de Lisboa" ? Eu chamaria antes "Um Cromo", daqueles cromos a que nos habituaram os nossos governantes pela incúria, pelo desleixo e pela falta de objectividade, que as suas decisões, muitas vezes, acarretam. Isto continua assim, mas vão-se gastar, só para começar, 31 milhões de € na construção de um, desnecessário, novo Museu dos Coches. É o tipo de decisões, vá-se lá saber porquê, que os decisores politícos entendem como prioridades. Aqui, podia ser instalada uma escola equestre, á semelhança da existente em Viena, com condições adequadas e sem por em risco quaisquer outras instalações, bem como criar uma zona museulógica de grande nível internacional.
O Palácio da Ajuda é uma prioridade na área da cultura em Lisboa. É um dos mais importantes edifícios de representação do Estado assim como a primeira casa em riqueza e importância histórica. Aqui são recebidos os Chefes de Estado que nos visitam e, pasme-se, apercebem-se que o palácio está incompleto sem que os seus anfitriões ruborizem de vergonha! Quanto ao Picadeiro ter a sua sede neste edifício tenho fortes dúvidas, pelo espaço em si e pela génese do edifício. Mas o que poderia seria a conclusão do projecto - obviamente não o original mas o que advém das alterações introduzidas no séc.XIX - a galeria de pintura do Rei D. Luís deveria receber pinturas e obras de arte com importância superior, de preferência as pinturas que a constituiam originariamente, o MC deveria procurar outra sede porque é um obstáculo à boa conservação do Palácio, a reformulação de toda a envolvente e aquisição de todos os terrenos circundantes de forma a dar dignidade a este edifício. Não quero nem referir o total e criterioso restauro do palácio e interiores que, de momento, é praticamente calamitoso.
Pois, e depois de acabarem esta ruínas podem completar as Ruínas do Carmo, aquilo ficava bestial com uma abóbada novinha em folha.
... o que eu quero dizer é que se as ruínas do Cramo são a metáfora perfeita do Terramoto de 1755 (embora as abóbadas completas sejam uma invenção do séc. XIX), o palácio da Ajuda é o símbolo da falência do estado no ocaso da monarquia (embora o fecho do páteo seja bem posterior). E como tal deve ser preservada a Ruína, como muito bem sugere o Francisco Lemos.
O Convento do Carmo foi arruinado por um terramoto avassalador. O Palácio da Ajuda é uma ruína da incúria, não da Monarquia - esse é o argumento fácil quando não se quer pensar; por outro lado quando monarquias deixam monumentos absolutamente incontornáveis também deveria considera-los símbolos da monarquia e esses exemplos abundam - mas da República que em 100 anos não encontrou o respeito suficiente para o completar (mas que é muito ligeira em usar e abusar do monumento). Como sabe o palácio é usado nas mais protocolares recepções do Estado mas o estado faz muito pouco pela sua conservação. Os meus parabéns à Liga dos Amigos do Palácio da Ajuda que são incansáveis na preservação e limpeza do monumento. Vergonha para este Estado que se diz republicano mas mais não é que um grémio dirigido por nulidades pomposas!
A Républica tem o seu grande monumento na Rua de S. Bento, aí se investiu bastantes recursos para melhorar e ampliar as Cortes da Monarquia Constituicional, e até o Estado Novo fez questão de deixar a sua marca.
Ora completar um Palácio Residencial e de Aparato de uma Monarquia que de tão velha caíu de podre (ora aí está a metáfora da Ruína), não me parece o melhor sítio onde gastar (o meu) dinheiro!
a questão do Palácio da Ajuda, deveria compreender você como todos nós, não se prende com o regime constitucional que o construiu - sim, era um regime constitucional e democrático - mas antes é uma questão premente de salvaguarda de património preciosíssimo. Mas é e foi essa sua atitude, e a de que tantos republicanos revolucionários ou não, convictos ou de ocasião, que levou à perda de património precioso. A França é uma república há mais tempo que Portugal, na realidade foi um modelo de república para os republicanos, e não deixa os seus palácios chegar ao ponto que chegou o Palácio da Ajuda, de Mafra, de Queluz, etc.... Antes pelo contrário, porque república é algo que os franceses assumem sem complexos não precisam da dicotomia maniqueísta monarquia/república, mau/bom. Quer ser um bom republicano gaste o seu dinheiro no património de todos porque o Palácio da Ajuda é uma "res publica" obs: se não sabe o que signifiva res publica procure numa enciclopédia!
A monarquia caiu velha e podre - na sua interpretação - com 800 anos. A república vai com 100 anos mal feitos e já está podre e velha! Veja as notícias dos últimos anos: negociatas, grémios políticos, partidos do vale tudo para chegar ao poder, nepotismo, despesismo e todos os ismos que encontrar. E ainda falam da monarquia!! Não sabem o que é ser republicano!
E o pior é que aquilo não está assim desde a semana passada.
ResponderEliminarAs ruínas podem ficar, mas convém que sejam tratadas com dignidade, como se faz em Arqueologia, por exemplo. E se a fotografia é actual o aspecto das mesmas continua igual há várias décadas. Do ponto de vista simbólico é uma imagem muito interessante...
ResponderEliminarPois é caro Marco, as "traseiras" têm essa característica incómoda de serem diferentes da "Fachada Principal". O seu traseiro também é diferente da cara não é? Ora pois...
ResponderEliminarOh homem, aposto que não é de cá, ou então já não passava na Ajuda, p'ra aí há uns 150 anos, não?
Um "Postal de Lisboa" ?
ResponderEliminarEu chamaria antes "Um Cromo", daqueles cromos a que nos habituaram os nossos governantes pela incúria, pelo desleixo e pela falta de objectividade, que as suas decisões, muitas vezes, acarretam.
Isto continua assim, mas vão-se gastar, só para começar, 31 milhões de € na construção de um, desnecessário, novo Museu dos Coches.
É o tipo de decisões, vá-se lá saber porquê, que os decisores politícos entendem como prioridades.
Aqui, podia ser instalada uma escola equestre, á semelhança da existente em Viena, com condições adequadas e sem por em risco quaisquer outras instalações, bem como criar uma zona museulógica de grande nível internacional.
Talvez o edifício mais sintomático do estado da nação....década após década ?
ResponderEliminarO Palácio da Ajuda é uma prioridade na área da cultura em Lisboa. É um dos mais importantes edifícios de representação do Estado assim como a primeira casa em riqueza e importância histórica. Aqui são recebidos os Chefes de Estado que nos visitam e, pasme-se, apercebem-se que o palácio está incompleto sem que os seus anfitriões ruborizem de vergonha!
ResponderEliminarQuanto ao Picadeiro ter a sua sede neste edifício tenho fortes dúvidas, pelo espaço em si e pela génese do edifício. Mas o que poderia seria a conclusão do projecto - obviamente não o original mas o que advém das alterações introduzidas no séc.XIX - a galeria de pintura do Rei D. Luís deveria receber pinturas e obras de arte com importância superior, de preferência as pinturas que a constituiam originariamente, o MC deveria procurar outra sede porque é um obstáculo à boa conservação do Palácio, a reformulação de toda a envolvente e aquisição de todos os terrenos circundantes de forma a dar dignidade a este edifício. Não quero nem referir o total e criterioso restauro do palácio e interiores que, de momento, é praticamente calamitoso.
E é um paradigma da nação, o facto de este edifício ser a sede do Ministério da Cultura e do IGESPAR!
ResponderEliminarEsta fotografia é uma obra de arte.
ResponderEliminarPois, e depois de acabarem esta ruínas podem completar as Ruínas do Carmo, aquilo ficava bestial com uma abóbada novinha em folha.
ResponderEliminar... o que eu quero dizer é que se as ruínas do Cramo são a metáfora perfeita do Terramoto de 1755 (embora as abóbadas completas sejam uma invenção do séc. XIX), o palácio da Ajuda é o símbolo da falência do estado no ocaso da monarquia (embora o fecho do páteo seja bem posterior). E como tal deve ser preservada a Ruína, como muito bem sugere o Francisco Lemos.
cumps.
f.
Caro F.
ResponderEliminarO Convento do Carmo foi arruinado por um terramoto avassalador. O Palácio da Ajuda é uma ruína da incúria, não da Monarquia - esse é o argumento fácil quando não se quer pensar; por outro lado quando monarquias deixam monumentos absolutamente incontornáveis também deveria considera-los símbolos da monarquia e esses exemplos abundam - mas da República que em 100 anos não encontrou o respeito suficiente para o completar (mas que é muito ligeira em usar e abusar do monumento). Como sabe o palácio é usado nas mais protocolares recepções do Estado mas o estado faz muito pouco pela sua conservação. Os meus parabéns à Liga dos Amigos do Palácio da Ajuda que são incansáveis na preservação e limpeza do monumento. Vergonha para este Estado que se diz republicano mas mais não é que um grémio dirigido por nulidades pomposas!
Caro Monárquico das 8:49
ResponderEliminarA Républica tem o seu grande monumento na Rua de S. Bento, aí se investiu bastantes recursos para melhorar e ampliar as Cortes da Monarquia Constituicional, e até o Estado Novo fez questão de deixar a sua marca.
Ora completar um Palácio Residencial e de Aparato de uma Monarquia que de tão velha caíu de podre (ora aí está a metáfora da Ruína), não me parece o melhor sítio onde gastar (o meu) dinheiro!
cumps.
f.
Caro Republicano F.,
ResponderEliminara questão do Palácio da Ajuda, deveria compreender você como todos nós, não se prende com o regime constitucional que o construiu - sim, era um regime constitucional e democrático - mas antes é uma questão premente de salvaguarda de património preciosíssimo. Mas é e foi essa sua atitude, e a de que tantos republicanos revolucionários ou não, convictos ou de ocasião, que levou à perda de património precioso.
A França é uma república há mais tempo que Portugal, na realidade foi um modelo de república para os republicanos, e não deixa os seus palácios chegar ao ponto que chegou o Palácio da Ajuda, de Mafra, de Queluz, etc.... Antes pelo contrário, porque república é algo que os franceses assumem sem complexos não precisam da dicotomia maniqueísta monarquia/república, mau/bom. Quer ser um bom republicano gaste o seu dinheiro no património de todos porque o Palácio da Ajuda é uma "res publica"
obs: se não sabe o que signifiva res publica procure numa enciclopédia!
A monarquia caiu velha e podre - na sua interpretação - com 800 anos. A república vai com 100 anos mal feitos e já está podre e velha! Veja as notícias dos últimos anos: negociatas, grémios políticos, partidos do vale tudo para chegar ao poder, nepotismo, despesismo e todos os ismos que encontrar.
ResponderEliminarE ainda falam da monarquia!! Não sabem o que é ser republicano!