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Em Estremoz deparamos, como é habitual em quase todas as cidades do nosso país, com situações que põem qualquer peão consciente à beira de um ataque de nervos.Vejamos um caso concreto, autêntico paradigma do estatuto do peão versus automóvel.
A Câmara Municipal de Estremoz, consciente do excesso de automóveis estacionados no centro histórico (Estremoz é uma cidade cercada por uma cintura de muralhas) tem feito alguns esforços para libertar os arruamentos de génese medieval da presença dos carros. Por exemplo, criou um parque de estacionamento gratuito mesmo à saida da Porta dos Currais. No entanto, e como se pode ver pelas imagens, este parque está praticamente vazio. Porquê? O problema ocorre também, como bem sabemos, em Lisboa. O Parque das Portas do Sol em Alfama que custou 4,5 milhões de euros é um dos casos mais falados.
Depois de muitas décadas a permitir que os cidadãos estacionem gratuitamente e livremente à porta de suas casas, é muito difícil alterar este comportamento. Claro que não é impossível, mas exige muita coragem política. Tanto no exemplo de Estremoz como no de Lisboa, enquanto as Câmaras fecharem os olhos ao estacionamento selvagem nos arruamentos em redor dos novos parques, nada irá mudar. Porque razão os novos parques não são acompanhados de obras de reperfilamento das ruas com a natural supressão de lugares de estacionamento em benefício dos peões (e TODOS somos peões)? Porque razão não se alargam passeios e instalam pilaretes de protecção dos canais pedonais?
Este mau comportamento - porque insustentável - criou raízes profundas graças à falta de planeamento, de visão estratégica dos sucessivos governos e municípios. Agora estão reféns de milhões de eleitores que não querem alterar um modelo de mobilidade, um estilo de vida, centrado na sua viatura de transporte privado. Governos e municípios andam a gastar milhões de euros para ter parques de estacionamento vazios e as ruas cada vez mais congestionadas com carros.
E querem apostar que o novo Parque de estacionamento da EMEL, no antigo mercado do Chão do Loureiro, irá sofrer do mesmo mal do seu irmão mais velho das Portas do Sol?
Este post vem ao encontro da minha tremenda frustração ao me aperceber que a situação do estacionamento abusivo está a tomar proporções insustentáveis. Eu bem sei que filipes da vida virão aqui, muito ligeiros, bradar pela falta de estacionamento porque não querem abrir mão de um estilo de vida em que o sentimento predominante é "eu, eu e mais eu". A esses pouco lhes interessa que se tenham inventado passeios para os peões circularem em segurança das viaturas, ou que as passadeiras sejam locais de atravessamento seguro. O que interessa é que não têm lugar para deixarem os seus carros por isso o mais óbvio é ocupar os passeios e as passadeiras. Se alguém numa cadeira de rodas, ou idoso, ou com dificuldades de locomoção, ou simplesmente pense que andar na estrada é coisa de aldeia quiser circular onde está determinado... pois não pode.
ResponderEliminarOnde moro, no mercado de Arroios, não há passeio, ou passadeira respeitada. As inúmeras escolas de condução da zona desrespeitam o Código da Estrada numa bizarra falta de bom exemplo aos seus educandos. E a polícia? Nem vê-la. Há dias fui literalmente enxotado de uma passagem com semáforo, em plena Morais Soares, porque um fulano queria pôr o carro em cima do passeio! E isto enquanto esperava pelo verde!
Tenho carro mas este tipo de comportamentos não tenho nem nunca tive, talvez porque o carro para mim é um útil instrumento de independência, não uma camuflagem de falta de auto-estima!
O estacionamento em algumas zonas de Estremoz é, de facto, caótico. De resto as imagens dão uma pálida ideia da situação.
ResponderEliminarNo entanto o parque que refere não é público nem foi feito pela autarquia. Trata-se do parque de estacionamento privativo de um hotel. O Pateo dos Solares, no caso e passe a publicidade.
Se o parque estivesse cheio, queixavas-te que era inadmissivel um parque de estacionamento junto a um castelo! Diz lá que é mentira?
ResponderEliminarO que tu gostas mesmo é de reclamar, haja fundamento ou não.
O parque das portas do sol? Deve ser anedota com certeza. Eu vou explicar: a porcaria do parque não funciona. Sistema pseudo-super-sofisticado, portas não abrem.
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