In Público (10/2/2011)
Por Patrícia de Oliveira
«Meio milhão de pessoas viaja todos os dias no metro da capital e muitos têm a vida dificultada devido aos problemas que se estendem aos elevadores. Empresa promete solução até Março
Condenação unânime na assembleia municipal
Na estação de metro Baixa-Chiado, uma das mais concorridas da rede de metropolitano de Lisboa, houve 144 avarias nas escadas rolantes em 2010. Segundo a empresa, estas situações "originaram aproximadamente três horas de paragem por cada escada rolante", um dado meramente estatístico, porque quem frequenta esta e outras estações já aprendeu que as escadas rolantes estão fora de funcionamento semanas ou mesmo meses seguidos.
Quatro lanços de escadas rolantes separam a estação da Baixa-Chiado da estátua Fernando Pessoa, no Largo de Camões. Maria Rosa, de 70 anos, prepara-se para subir o quarto lanço, o último antes da saída. Mas aquele não rola. "Há quase um mês que estas escadas estão assim", conta, subindo a pé, devagar, até os degraus acabarem. "Chego aqui e tenho de parar para descansar", lamenta.
As avarias afectam também elevadores e estende-se a outras estações. O PÚBLICO pediu números e um mapa detalhado dos problemas, mas a responsável pelos contactos com a imprensa diz que esse levantamento envolve várias áreas da empresa e que demora mais tempo.
Ontem, o cenário na Baixa-Chiado não oferecia dúvidas: de um lado, um dos quatro lanços que ajudam as pessoas a subir não funcionava. Do outro lado, três dos quatro que ajudam a descer estavam parados. Às questões do PÚBLICO, a empresa admitiu que "um dos lanços está em suspenso desde Novembro de 2010, os outros desde Janeiro deste ano".
A rede de metro de Lisboa tem 56 estações, espalhadas por quatro linhas. Na Estação dos Olivais (Linha Vermelha), há um par de escadas mecânicas que está parado há meses. O acesso está vedado com uma fita e um aviso: "Equipamento fora de serviço". Diz a empresa que essas avarias decorrem da "elevada utilização e das horas de funcionamento dos equipamentos, assim como do normal desgaste dos componentes que os integram". Outras vezes, "de actos de vandalismo".
Em média, 500 mil pessoas utilizam diariamente o metro de Lisboa. As avarias que obrigam a parar escadas rolantes e elevadores afectam sobretudo as pessoas de mobilidade reduzida, quem transporta carrinhos de bebé ou malas de viagem. "Há uns dias, um senhor com muletas teve de dar a volta e utilizar a outra entrada", conta Armanda Neves, de 53 anos, utilizadora diária da Estação do Rato, a última da Linha Amarela.
Diz que desde Julho que as escadas mecânicas descendentes que ligam à Rua do Salitre estão paradas. Confessa, por isso, que já houve algumas situações em que foi necessário pedir ajuda. "No outro dia tive de chamar o segurança para ajudar uma senhora com um carrinho de bebé, porque ela sozinha não conseguia descer."Ontem, os elevadores que dão acesso ao cais de embarque dos Olivais não funcionavam. A história repete-se em algumas das principais estações: Oriente, Alameda e Baixa-Chiado. Nesta última, dois dos três elevadores estão avariados há mais de quatro meses, diz a empresa, garantindo que está a trabalhar para resolver o problema, com novos contratos de manutenção. "Até ao final do primeiro trimestre de 2011, início do segundo", a situação estará resolvida, promete.»
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Para além destas há outras escadas-rolantes igualmente paradas. E os elevadores, idem, no Rossio, Baixa, Rato, etc.
Isso deve dar direito a Guinness Book, carago!
ResponderEliminarJá deviam ter apresentado a candidatura, devidamente documentada.
"Diz a empresa que essas avarias decorrem da "elevada utilização e das horas de funcionamento dos equipamentos, assim como do normal desgaste dos componentes que os integram"."
ResponderEliminarConheço muitos sítios com escadas rolantes expostas a tanta utilização e que são adequadamente mantidas.
Que as escadas seriam utilizadas muitas horas por dias e que haveria vandalismo ocasional, isso já se deveria prever à partida.
Porque é que o Metro não se acautelou encomendando equipamento apropriado e assinando contratos de manutenção que cobrissem as falhas que era esperadas?
Ou é a empresa de manutenção que está em falha?
Em ambos os casos, quem se lixa é o utente - que, mesmo com escadas desligadas, não para de pagar o passe/bilhete.
Estas estão dentro da estação ao abrigo das intemperies, agora imaginem no exterior, no meio do centro historico?
ResponderEliminarExcelente negocio para quem vende, para os reparadores, para os comissionistas, corruptos, para arquitectos fantasistas, e outros vaidosos que adoram gastar os dinheiros publicos.
Má gestão do metro, má gestão na CML, já estamos habituados!
"A melhor empresa de transportes públicos".
ResponderEliminarPor isso é que há tanto carro na cidade.