19/02/2011

Governo admite novos horários para o Seixal

O Governo mostrou-se ontem disponível para discutir, em conjunto com a Transtejo, possíveis reajustamentos nos horários das carreiras fluviais entre o Seixal e o Cais do Sodré. A notícia, primeiro avançada pela Comissão de Utentes de Transportes da Margem Sul, foi ontem confirmada ao PÚBLICO pelo gabinete de imprensa do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações. "Há toda a disponibilidade da tutela para aceitar e acomodar sugestões racionais, económica e socialmente falando", disse um porta-voz daquele gabinete ministerial.

A abertura governamental surge depois de uma reunião entre a Secretaria de Estado dos Transportes e a Câmara do Seixal, e de uma outra com a comissão de utentes. Dias antes fora entregue um abaixo-assinado com 2500 assinaturas contra a supressão, nas horas de ponta, de cinco carreiras daquela ligação.

Os utentes e a autarquia têm vindo a exigir a reposição das ligações suprimidas, mas parecem reduzidas as hipóteses de isso acontecer. De acordo com a porta-voz da comissão, Luísa Ramos, o Governo "reafirmou os constrangimentos orçamentais" e disse que a única possibilidade será "estudar ajustes nos horários" das carreiras que sobraram. Uma próxima reunião será agendada para a próxima semana, desta vez entre o ministério, a comissão e a Transtejo.

O motivo invocado pela empresa para suprimir as carreiras, em Janeiro, foi a reduzida procura. Dados fornecidos esta semana pela administração da empresa à Câmara do Seixal, relativos a todo o ano de 2010, mostram, contudo, que a procura média não só aumentou, com mais 22 mil passageiros do que em 2009, como algumas das ligações suprimidas eram, de facto, aquelas que registavam maior procura. É o caso da carreira das 8h, com destino a Lisboa, que era a que apresentava maior procura no universo das que se realizavam entre as 7h e as 9h. No sentido inverso, verificava-se uma situação semelhante com a carreira das 8h25, que era a segunda mais procurada.

Segundo os mesmos dados, acresce ainda o facto de a empresa ter utilizado, salvo raras excepções, barcos com capacidade para 496 passageiros. Isto apesar de, como a própria salienta, ter à sua disposição outras embarcações com capacidade para 291 pessoas. E o número médio de passageiros por carreira raramente excedeu este último número.
In Público

3 comentários:

  1. Já se viu este filme em relação aos comboios. Liquidaram linhas que tinham intensa procura, argumentando com a fraca procura(!). Será que, depois de promoverem o carro como única alternativa, agora querem que o pessoal ande de mota de água?!

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  2. Para o Seixal o barco não é a unica alternativa. Há o comboio e fica muito mais proximo da maioria dos residentes do concelho.

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  3. desculpe sr chico mas não concordo em absoluto com o que disse.
    Não sei onde mora mas parece que não está a pensar em todos os utentes que utilizam os barcos todos os dias.
    Para fazer um comentário desses deve estar a pensar em si próprio e não no colectivo.
    O comboio é importante, mas não invalida a necessidade que os barcos representam para os utentes do concelho

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