14/02/2011

Moradores e comerciantes falam em conveniências políticas e lamentam que possa estar em risco a cidade imaginada e anunciada ao mundo como modelo

A Associação de Moradores e Comerciantes do Parque das Nações manifestou-se ontem contra a criação da freguesia do Oriente, por deixar de "fora um terço do Parque das Nações", considerando um "atentado" às regras de gestão urbana.

"O acordo municipal celebrado entre o PS e o PSD no dia 21 de Janeiro, para a reorganização administrativa da cidade de Lisboa, propõe criar a freguesia do Oriente deixando de fora um terço do Parque das Nações", refere a associação, em comunicado, citado pela Lusa.

Para a associação, o mais "incompreensível" é integrar uma parcela da zona dos Olivais, entre a linha de caminho-de-ferro e a Avenida Infante Dom Henrique, território que apenas tem uma "ligação de proximidade" física ao Parque das Nações. Por outro lado, sustenta a associação de moradores e comerciantes, "dividir pela gestão de duas câmaras [Lisboa e Loures] um espaço que foi construído para funcionar de forma unificada é uma atentado às mais elementares regras de gestão urbana".

Para a associação, esta proposta, se vier a ser votada favoravelmente pela Assembleia Municipal de Lisboa, "será o princípio do fim da cidade imaginada, apresentada ao país e ao mundo como um modelo exemplar de recuperação urbana". E sublinha que "o Parque das Nações, por toda a história que encerra, é um bem patrimonial que não pode ser violado por conveniências políticas de ocasião", lê-se no comunicado. A associação apela aos residentes da zona para divulgar esta situação pelos "vizinhos, colegas e amigos" e alertarem para as "consequências negativas" deste acordo.

Educação e saúde

A associação exemplifica algumas consequências decorrentes da aprovação da proposta como os residentes terem de levar os filhos a escolas de Sacavém, Camarate, Bobadela, ou S. João da Talha [Loures], apesar de haver escolas no bairro ou terem de ir a centros de saúde de Moscavide e Sacavém, apesar de terem um no Parque das Nações, "eventualmente a escassos metros da sua casa".

A associação de moradores e comerciantes diz "compreender" a dificuldade da Câmara de Lisboa e dos subscritores do acordo para formularem uma proposta que fosse além dos limites do concelho, mas recusa-se a admitir que sejam "ignorados" os compromissos assumidos publicamente nos últimos 12 anos sobre o futuro do Parque das Nações. O novo mapa administrativo de Lisboa proposto pelo PS e pelo PSD, que reduz para 24 as actuais 53 freguesias, atribui às juntas mais competências a nível de manutenção do espaço público, gestão de equipamentos, intervenção comunitária e habitação.

In Público

2 comentários:

  1. Ponte do Abade, terra da minha mãe é uma pequena aldeia que onde passa um rio. Acontece que de um lado do rio é distrito de Viseu e do outro lado é distrito da Guarda!
    Esta aldeia encontra-se completamente dividida ao meio.

    Neste país, tudo é possível!

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  2. E que mal tem estar em distritos, concelhos e freguesias diferentes?!!!

    Que mesquinhos!

    É pena preocuparem-se com coisas que não interessam, abstractas que não interessam para nada. É maior a divisão que o rio faz do que a divisão territorial inventada pelos homens.

    Se as pessoas se preocupassem com a incompetência dos serviços, em vez de se preocuparem com linhas de fronteiras... Criticam o atraso dos africanos ao fazerem guerras devido a linhas imaginárias de fronteira, mas aqui são iguaizinhos.

    Quer outra mesquinhez identica à de Ponte do Abade: Dum lado do Rio Zêzere (que é estreito), fica a Freguesia de Janeiro de Baixo pertencente ao concelho de Pampilhosa da Serra, distrito de Coimbra; do outro lado do Rio, 4 metros adiante fica pegada a freguesia de Janeiro de Cima pertencente ao concelho do Fundão, distrito de Castelo Branco. Todos os dias os habitantes atravessam a ponte e andam pelas duas freguesias, dois concelhos e dois distritos e isso em nada lhes afecta o quotidiano. São fronteiras imaginárias. Se não fosse as placas a anunciar, ninguem se apercebia das fronteiras que pouca importância têm.


    Outra:
    Dum lado do ribeiro fica a freguesia de Sarilhos Pequenos no concelho da Moita, (a ribeira até a pé se atravessa), do outro lado fica a freguesia de Sarilhos Grandes pertencente ao concelho do Montijo.

    O maior Sarilho é as duas autarquias não se entenderem quanto à construção da ponte!

    O que não falta por todo o Mundo são exemplos destes.

    Tenho uma "amiga" da net, mexicana que vive numa cidade da fronteira que agora não me lembro do nome, e todos os dias vai à vizinha cidade de Phoenix nos Estados Unidos, ás aulas na universidade. E tem uma fronteira fisica e tem que mostrar o passaporte.

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