18/02/2011

Pais fecharam escola que abriu há cinco meses em protesto contra obras mal feitas

Os pais dos alunos da Escola Básica Aida Vieira, no Bairro Padre Cruz, Lisboa, fecharam ontem de manhã o estabelecimento a cadeado, em protesto contra a falta de condições do edifício, inaugurado em Setembro de 2010, na presença do Presidente da República, Cavaco Silva, e do líder da autarquia, António Costa. O protesto durou apenas uma hora, mas foi suficiente para que o presidente da câmara e dois vereadores fossem ao local analisar os problemas.

O único portão de entrada na escola fica nas traseiras e foi trancado a cadeado às 8h. Uma hora depois já a situação estava normalizada, mas os pais não arredaram pé. "Logo na primeira semana, [o edifício] começou a dar problemas", diz o presidente da associação de pais, Mário Guerra. "Caíram peças como o tecto falso, grelhas das janelas e empenas das portas", conta.

O que mais preocupa a associação de pais é a ausência do portão na entrada principal. "As crianças entram pelas traseiras, pelo portão de serviço e de acesso à cozinha, e têm de contornar todo o edifício, passando por uma área muito grande de terra batida", continua Mário Guerra. "Andam em poças de água e lama." Os sucessivos problemas têm levantado dúvidas entre a comunidade, quanto à segurança do edifício, que custou três milhões de euros à câmara. A cerimónia de inauguração, no início do ano lectivo, foi de pompa e circunstância e contou com uma comitiva liderada pelo chefe de Estado português, secundado pelo presidente da Câmara de Lisboa, que ontem voltou à escola, acompanhado desta vez pelos vereadores das Obras Municipais, Nunes da Silva, e da Educação e Juventude, Manuel Brito.

No final, deixou a promessa de que os problemas vão ser resolvidos a curto prazo e de que a entrada principal vai estar pronta até ao final das férias de Carnaval. Não foi garantida a colocação do portão, mas "haverá um polícia municipal" a regular a entrada, diz o vereador Nunes da Silva, para quem "aquilo não tem nenhum problema estrutural que afecte os miúdos".

A direcção do agrupamento de escolas Bairro Padre Cruz, que integra a escola básica Aida Vieira, reconhece que os problemas têm vindo a ser resolvidos, mas acrescenta que outros vão surgindo. Além de problemas de construção, a escola ainda não tem Internet nem confecciona refeições, apesar de a cozinha estar equipada. A alimentação é garantida por catering, à semelhança do que sucede noutras escolas de Lisboa "inauguradas recentemente e que não tinham cozinha", diz Nunes da Silva. A situação decorre da falta de pessoal para a cozinha, mas até Abril deve estar resolvida, garante a direcção da escola e a associação de pais.
In Público

2 comentários:

  1. "Andam em poças de água e lama."
    ....tem piada, mas era também assim na Escola do Magistério número 47 que frequentei lá para 1963....

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  2. Sempre ouvi dizer que é saudavel os miudos brincarem na terra. Eu sempre brinquei na terra e não morri nem fiquei doente

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