A impermeabilização dos solos em algumas zonas de Lisboa está a atingir um grau muito perigoso. As Avenidas Novas são talvez o exemplo mais grave da capital. A maioria dos quarteirões já estão 100% impermeabilizados - tudo em nome do estacionamento. Desde os finais do séc. XIX altura do início da construção das Avenidas Novas, milhares de árvores foram abatidas e milhares de m3 de solo foram retirados para se construirem caves e outras construções que em conjunto resultaram na impermeabilização irresponsável de uma enorme área da cidade. Tomemos o quarteirão formado pelas ruas Viriato, Latino Coelho, Pedro Nunes e Tomás Ribeiro como "caso de estudo". Dos 15 imóveis que formam o quarteirão oitocentista apenas 2 prédios de rendimento datados de 1906 (Rua Tomás Ribeiro, 8 e 10) retêm os seus logradouros ocupados com quintais (onde não faltam as lisboetas Nespereiras e Citrinos). Tudo o resto é o que se vê na imagem: uma massa compacta e caótica de armazéns, garagens, etc. A qauylidade arquitectonica de 90% dos edifícios novos é mediocre ou má. O que ganhou a cidade com esta ocupação selvagem pelo betão? Mais uma ilha de calor, sem as funções ecológicas importantes que os logradouros desempenham nas cidades. E agora o que fazer no futuro? Como reverter o interior dos quarteirões das Avenidas Novas para funções e ocupações mais concordantes com modelos de desenvolvimento sustentável? Uma pergunta para o Dia Mundial da Árvore.
Então e o afilhado do Arq. Ribeiro Telles não vai ao Mário Crespo denunciar esse atentado?
ResponderEliminarAtenção, as lojas também ocupam muitas vezes estes espaços de forma abusiva...
ResponderEliminarO que fazer agora?
Ir tentando reverter a situação nos novos projectos (ainda não acontece, pelo contrário), consciencializar as pessoas sobre as vantagens de tal paradigma, que trará melhorias na qualidade de vida, e que numa zona tão nobre como as avenidas novas isso poderá permitir grande valorização do edificado...
Gostava de ter informação sobre o número de oficinas/stands automóveis existentes no centro de Lisboa, construídos numa selvátia ocupação de logradouros outrora permeáveis e agradáveis.
ResponderEliminarCertamente Lisboa estará muito alto nesse ranking.
sou contra a destruição dos logradouros mas a afirmação de que estes estão 100% impermeabilizados é provavelmente incorrecta e não devia ser feita. se estão impermeabilizados para onde vai a água das chuvas que cai nos logradouros? para a via pública?
ResponderEliminarVai para a rede de águas pluviais e por fim ao rio Tejo. Ou seja, vai tudo parar às zonas baixas de Lisboa. Basta ver o que se passou na Baixa em outubro passado quando ocorreram chuvas intensas! Se a água da chuva já não é absorvida pelos quintais/jardins dos quarteirões da cidade alta, só tem um caminho a fazer: BAIXA, ALCÂNTARA, SANTOS, etc
ResponderEliminarAnálise aprofundada dos interiores de quarteirão das Avenidas Novas hoje e na sua origem.
ResponderEliminarAnálise de intervenções contemporâneas em interiores de Quarteirão noutras cidades europeias.
Proposta de estratégias para o futuro:
http://issuu.com/kikux/docs/tese/1
Passe ao próximo e não ao mesmo.
Anónimo disse...
ResponderEliminarVai para a rede de águas pluviais e por fim ao rio Tejo. Ou seja, vai tudo parar às zonas baixas de Lisboa. Basta ver o que se passou na Baixa em outubro passado quando ocorreram chuvas intensas! Se a água da chuva já não é absorvida pelos quintais/jardins dos quarteirões da cidade alta, só tem um caminho a fazer: BAIXA, ALCÂNTARA, SANTOS, etc
1:13 PM
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Há solução para isso, ponham válvulas a bombar a água para dentro do rio.
No Japão na época das monções chove 10 vezes mais do que em Portugal numa altura de diluvio e não há inundações, porque será... a solução chama-se engenharia.