Todos admiramos o mais importante, coerente e bem sucedido plano urbanístico da Cidade de Lisboa, depois da Baixa ... O Bairro de Alvalade de Faria da Costa.
Mas sabemos reconhecer o seu valor de Unidade ? ... e consequentemente protegê-lo? ...em todas as suas manifestações e características ... abrangendo como Unidade Indivisivel , os seus diferentes periodos desde as típicas avenidas e praças Estado Novo até ao Bairro das Estacas e a Av. Dos E.U.A.?
Há muitos anos que defendo a Classificação Patrimonial como Conjunto Urbano desde a Alameda ao Júlio de Matos.
Olhemos para alguns exemplos e façamos uma comparação Internacional.
Aqui temos um primeiro exemplo de um atentado irreversivel no que respeita a unidade da Alameda, este "apoiado" na sua capacidade e efeito alienante, na própria intervenção arquitectónica no I.S.T. e na envolvente da Fonte Luminosa.
Nem Arquitectos nem Engenheiros conseguiram preservar e proteger o grande Monumento de Pardal Monteiro, e todo um processo de adulteramento e acrescentos com barracões e barraquinhas, foi culminado com a construção destas “black boxes”, que arruinaram definitivamente este notável conjunto e a sua experiência no horizonte ...
Não houve o cuidado de garantir o horizonte e garantir na experência de vista , a projecção do ponto focal na envolvente da Fonte Luminosa, destruindo assim a Axialidade de forma irreversível ...
Mas este processo de “penetração” e alienação da unidade do Plano já tinha sido iniciado durante o próprio Estado Novo, com este “skyscraper” na Praça de Londres, anulando a composição, que se pretendia simétrica com o “arranha céus” Português Suave ... e o resto da composição da Praça, rematada do outro lado com o edifício de gaveto (Av. Manuel da Maia/ Av. Guerra Junqueiro).
Também ficámos sem o cinema Alvalade ... importante elemento deste Conjunto Urbano que devia ter sido protegido como elemento indivisivel do Plano Urbanístico e protegido como Objecto Arquitectónico de Valor Patrimonial.
Como explicar o estado em que se encontra este edifício na Praceta João do Rio / Almirante Reis … ?
Mais uma ameaça para uma possível demolição e alteração ?
Devido ä qualidade do conjunto intacto da Praceta ... impensável e inaceitável ... no entanto cuidado ! C.M.L. ?!?
O mítico "Bairro das Estacas" 1949-52, Monumento Urbanístico do periodo heróico do Movimento Moderno em Portugal, encontra-se num estado lastimável de Conservação e Adulteração ( acrescentos de todo o tipo, marquises )e exige um restauro cuidado segundo os preceitos estabelecidos pela DOCOMOMO. Ver o exemplo da Openluchtschool, de Duiker, em Amsterdam ilustrado mais abaixo ...
Nem uma marquise … no horizonte …
O Plano "Zuid" (Sul) de Berlage completado em 1917, pode ser comparado em extensão e rigor de planeamento urbanístico, com estabelecimento de tipologias arquitectónicas a construir, ao plano de Faria da Costa para Alvalade.
Foi uma das áreas, onde a famosa “Amsterdam School”, que representa uma outra escola da Modernidade, na herança do Expressionismo ( e contrária ao minimalismo depurador e clinico da “Machine a Habiter”da faceta Funcionalista do Modernismo representada na Holanda pelo “Het Nieuwe Bouwen”),e desenvolveu uma arquitectura executada com grande cuidado para a expressão artística e plasticidade ornamentada dos materiais.
Reparar no estado de conservação e no rigor do restauro ... na qualidade das madeiras e materiais e na ausência absoluta de elementos e acrescentos híbridos ...
Interessante conjunto de um tipo de "Amsterdam School" mais "funcionalizado" através da construção em betão e de formas cúbicas trazidas pelo seu processo e técnica de execução, mas mantendo os seus detalhes ornamentais e decorativos. Projecto de 1924 de F.A.Warners na De Hacquartstraat. Reparar no rigor da conservação e pureza do restauro.
A Openluchtschool de J. Duiker 1929-30 na Clio Straat ( a escola ao ar livre ) "escondida" num logradouro, é outro raro exemplo de "penetração" no Plano, do Funcionalismo Puro do "Nieuwe Bouwen". Por sinal completamente restaurada segundo os mais rigorosos e puristas preceitos estabelecidos pelo DOCOMOMO ( o ICOMOS dos Monumentos do Movimento Moderno ) ... a fórmula de restauro a aplicar no "Bairro das Estacas".
A influência directa do periodo “Chicago”de Frank Lloyd Wright, alternativa ao funcionalismo dentro do Modernismo, através de toda uma herança da organicidade e plasticidade da tradição “Arts and Crafts”, é omnipresente ...
No Bairro do Campo Grande, no prolongamento da Avenida da Igreja para o Campo Grande, constituído por agradabilíssimo conjunto de prédios com praças e jardins e pequenos logradores ajardinados na entrada dos prédios, contam-se pelos dedos os prédios que não têm portas de alumínio - ora lacadas, ora de alumínio nu, aquelas que têm a mesma tipologia de janelas na mesma fachada - como é possível que os condomínios permitam isso, e de cercas de ordinária rede à volta do pátio de entrada.
ResponderEliminarA culpa deste cenário degradante: dos proprietários cujo gosto não vai mais longe que o abarracamento, e das autoridades de que deviam zelar pelo património.
Aquilo que poderia ser um tesouro patrimonial do urbanismo moderno não é mais que uma favela de classe alta!
Classe alta, LOOOL
ResponderEliminarEsse cenário de museu que tu querias é próprio do Estado Novo, considerado fascista e vai totalmente contra os principios da democracia portuguesa.
Impor alguma coisa é ser fascista.
Bom post!
ResponderEliminarSe até o actual Presidente da República tem uma marquise (aliás, parece que são 2!), e se deixa fotografar nelas, é difícil explicar ao comum do cidadão porque á que não deve fazer marquise, ou até removê-la.
É o que temos...
Xico Esperto,
ResponderEliminarsignifica então que os exemplos holandeses deste post e todos os demais por esta europa e mundo fora são expressões do Estado Novo Português? Então esses países vivem em ditadura? Pois a ditadura do abarracamento é o que vivemos em Portugal e em Lisboa principalmente e não há quem faça uma revolução que nos livre dela!
Eu não espero que alguém como você se preocupe com o património mas alguém com nível e alguma inteligência deveria, sim, preocupar-se. A pessoas como você só espero que haja bons serviços de fiscalização não vá a "liberdade" dar-vos o argumento para favelar o espaço público, que é o que se constata atualmente.
Desista caro Jeeves, esta nação tem os Xicos que merece
ResponderEliminarClaro que fico sem direito de resposta...
ResponderEliminarDos atrasados mentais destes moderadores nem seria de esperar outra coisa.
Aquele macaco escreve coisas sem sentido e tem o comentario aprovado...mas isto só mostra o nivel de desenvolvimento intelectual de quem aceita e censura comentarios. É estupido.
Eu falo do Campo Grande, e estes gajos metem-se a falar da Holanda!!!!!!!!!
ResponderEliminarSão tão estupidos que nem perceberam a ironia, e claro está por serem completamente burros aprovam comentarios doutros burros e rejeitam os meus!!!!!!
Enfim, mais uma vez se comprova aquilo que se vê por este blog e os comentarios que surgem deste blog noutros sitios. É um blog de atrasados mentais, inadaptados da sociedade.
Quando surgem comentarios decentes são rejeitados, porque há lá massa cinzenta nos moderadores para os perceberem!!!!!!!!!!!
Mas qual é a relação entre o Xico205 e comentários decentes? A existir deve ser pura coincidência!
ResponderEliminarmais uma vez estes dois últimos comentários comprovam que não é necessária a autorização prévia de comentários - as frases que algumas pessoas escrevem dizem logo tudo sobre elas e o nível de inteligência(é uma espécie de auto-desautorização)
ResponderEliminarMais uma vez eu explico a ver se os atrasadinhos mentais desta vez conseguem compreender:
ResponderEliminarO anónimo critica os materiais de construção/acabamentos que existem no Bairro de Alvalade, freguesia do Campo Grande aka Corucheus. Eu disse que no tempo do Estado Novo é que havia preocupação com essas mariquices de os materiais serem todos iguais e a porta tinha que ser assim e não ser assada, etc... Entretanto acabou o Estado Novo e essas mariquices foram postas de parte.
Deixei nas entrelinhas que a população daquele bairro não é rica e por vezes não tem dinheiro para mais. Era um bairro social de renda limitada a 300 escudos nos anos 60, enquanto que as rendas na Avenida de Roma eram de 1700 escudos e na Av da Igreja (entre o St Antonio e a Igreja) eram de um conto e cem. No Bº S. Miguel havia de 500 e 700 escudos consoante os edificios (requintes e tamanho dos apartamentos).
No 25 de Abril os residentes ficaram proprietários por tuta e meia e à medida que os velhos morrem as casas são vendidas caras. A grande maioria dos prédios teve obras feitas ainda pelos primeiros residentes, ou seja pobres.
Concluindo: os novos residentes são ricos, os velhos residentes são pobres, mas ainda há muitos residentes do antigamente. Os edificios foram construidos por volta de 1950, no 25 de Abril tinham duas décadas e meia e nunca tiveram obras, à medida que os inquilinos se tornaram proprietários fizeram eles as obras de conservação nos anos 70 e 80 e usaram os materiais mais baratos e na moda na época porque o dinheiro não abundava, porque isto não é um bairro da classe alta.
Aqui queixam-se dos materiais escolhidos pelos proprietários em democracia, e eu disse que no tempo do Estado Novo é que havia essa preocupação, em democracia há liberdade de escolha e foi o que se verificou.
Se querem mais exemplos destes, têm aqui a história do Bº da Boavista que tambem era um bairro social do Estado Novo, mas de rendas ainda mais baixas, daí piores materiais e casas ainda mais pequenas: http://bairrodaboavista-lisboa.blogspot.com/p/historia-do-bairro_14.html
Leiam a partir do titulo: A Gestão do Bairro 1941. É exatamente o mesmo modelo que aqui o blog defende.
(Agora só me falta censurarem o comentario, conforme é hábito por aqui!)
Xico,
ResponderEliminarpois como se suspeitara o comentário que se perdeu deveria ter ficado perdido pois nada de novo ou bom trouxe a discussão: se para si são mariquices a manutenção dos materiais e de, pelo menos quando se muda uma janela se mudem todas e com o mesmo estilo, e que não se abarraque mas antes que se pense na melhor forma de recuperar, então não há base de discussão possível e esta´ claramente no blog errado como já deveria ter percebido há muito tempo.
Você é que está no país errado, e já deveria ter percebido à muito tempo.
ResponderEliminarEstá mal mude-se, eu estou bem onde estou.
...e os habitantes de Alvalade tambem estão bem. Fazem as obras à maneira deles já que as casas são deles.
ResponderEliminarXico eu tenho 16 anos e acho-te um pouco .. precisas de uma namorada
ResponderEliminarO Xico tem comentário quanto à capacidade económica e etimologia dos habitantes do bairro de alvalade, provavelmente a sugestão dos exmos iluminados do blog será de duas, a CML financiar a renovação das habitações existentes nestes locais, ou os próprios autores do blog o fazerem.
ResponderEliminarApesar de ser defensor da harmonia visual respeitante ao período e estilos, convém utilizar a capacidade de raciocínio supostamente inerente ao ser humano para capacitar a viabilidade, ao invés de criticar de forma acéfala sem aprofundar a raíz das diversas questões abordadas.