In Jornal de Notícias (27/6/2011)
«Roteiros ajudam a descobrir a pé árvores notáveis
Lisboa Capital tem mais de 70 exemplares classificados de Interesse Público, alguns deles com mais de 400 anos Lisboa tem dezenas de árvores raras para descobrira pé, seguindo roteiros, e outras em vias de ser classificadas como de Interesse Pública Em estudo está a criação de mais um circuito para abranger oliveiras que remontam à epopeia dos Descobrimentos. Há árvores que provocam espanto pela beleza e pelo festival de cores que oferecem. É o caso do conjunto das coralinas, metrosíderos e da paineira-barriguda (armazena água no tronco, inchando) que adornam o jardim da Praça da Alegria. Outras chamam a atenção pelo recorte dos troncos, pelo tamanho desmesurado ou pelo aspecto sinistro que causa arrepios, como o cipreste-dos-pântanos ou a figueira-da-baía-de-moreton, cujas raízes vão brotando da copa para depois se enfiarem na terra. Há ainda outras que são conhecidas pelas suas propriedades terapêuticas, como a árvore da castidade, na Estrada de Benfica. Diz-se que as folhas e frutos combatem psicoses, transtornos digestivos e até acalmam pensamentos mais impuros. Seja pela idade, raridade, porte ou razões histórias, são árvores que ganharam um estatuto semelhante ao de um monumento classificado, mas passam muitas vezes despercebidas no meio de outro arvoredo sem "pedigree", numa cidade sempre em correria.
Roteiros estão a ser revistos
Segundo António Pernica, engenheiro do Ambiente da Câmara de Lisboa, entre as mais de 600 mil árvores que existem na capital, estão classificados como de Interesse Público 19 povoamentos e 65 árvores isoladas, quase todas em jardins da cidade. Apenas uma destas árvores notáveis está situada na via pública. É a bela-sombra que ocupa todo o passeio junto ao Largo do Limoeiro. Os roteiros para conhecer estes exemplares foram criados em 2007, mas estão agora a ser revistos para abrangerem mais árvores. António Pernica revela que está em estudo a criação de dois novos roteiros para juntar aos nove já existentes (ver infografia). Um deles percorrerá a zona da Ajuda-Belém, entre o parque dos moinhos de Santana e os Jerónimos, terminando junto a uma paineira-barriguda. O outro partirá das oliveiras com mais de 450 anos situadas junto à Capela do Alto de Santo Amaro (Alcântara) até à Tapada das Necessidades. António Pernica elege o roteiro do Campo Santana a São Bento como um dos mais completos, pela riqueza do património edificado e pela diversidade de árvores que se pode encontrar. "Em certas alturas do ano, por exemplo, o festival de cores das árvores da Praça da Alegria, são visíveis até do jardim do Torel e do castelo de S. Jorge", sublinha. Explica que abrange ainda o jardim do Príncipe Real, com várias árvores protegidas, entre elas um descendente do plátano de Hipócrates. Há, contudo, roteiros mais curtos, mas, ainda assim, incontornáveis para quem procura árvores notáveis. O circuito dos Olivais, por exemplo, tem um dragoeiro e um lodão-bastardo. O do Lumiar oferece a visão de um plátano gigantesco que está situado no jardim do hospital Pulido Valente. Esta árvore tem mais de 350 anos e a copa tem cerca de 30 metros de diâmetro. »
E podiam ter o dobro das árvores classificadas, caso não as cortassem ou podassem radicalmente! Mas as árvores não dão dinheiro e segundo muitos cidadãos (ignorantes!), fazem muito lixo e tapam a vista das sua janelas. E até se dão ao "luxo", no Orçamento participativo de Lisboa, apresentarem projectos de Abate de Árvores para construção de estacionamentos... Enfim, nada de novo no Reino da Palermice.
ResponderEliminarE acerca das árvores notáveis que em Lisboa são desclassificadas a CML não tem nada a dizer?
ResponderEliminarhttp://www.arvoresdeportugal.net/2011/05/assim-se-condena-uma-arvore-a-morte/