Mais de mil voluntários passaram o dia a plantar árvores na serra de Aire

A serra de Aire tem vastas áreas sem uma única árvore
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Esta notícia do Público, embora não se refira à área de Lisboa é de uma tal importância e significado para o futuro do País … tal como as afirmações do pequeno Rodrigo dos Santos de Lisboa o comprovam … que era imperativo publicá-la ...
António Sérgio Rosa de Carvalho
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Mais de mil voluntários passaram o dia a plantar árvores na serra de Aire

Cerca de 1200 voluntários juntaram-se ontem em Porto de Mós, no concelho de Leiria, para plantar 20 mil árvores naquela que é a maior iniciativa ibérica de florestação voluntária, disse à Lusa o coordenador geral da Fundação Floresta Unida.

"Enquadramos esta iniciativa não como uma simples florestação, mas como recuperação de ecossistemas florestais", razão pela qual "a consideramos como o maior evento ibérico do género", adiantou David Lopes.
A acção decorre na freguesia de Alcaria, em pleno Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros, numa área pública de 20 hectares, na qual irão crescer sobretudo carvalhos, sobreiros e pinheiros.
Trata-se da primeira fase de um projecto cuja gestão se vai prolongar durante três décadas, já que a protecção das árvores durante esse período é garantida por uma equipa multidisciplinar que em Porto de Mós realizou um estudo sobre a fauna e a flora local dos últimos 100 anos e analisou dados como a exposição solar e o tipo de solo.
O presidente da Câmara de Porto de Mós, João Salgueiro, diz que a iniciativa "vai muito para além do município de Porto de Mós, município que é parceiro na organização" do evento. "Temos em perspectiva a fixação de muitas toneladas de dióxido de carbono, que assim não será libertado para a atmosfera", realça o autarca, lembrando que aquele concelho foi assolado por um incêndio, há uma semana, que consumiu 400 hectares.
Da helipista de Alcaria, que serve de apoio ao combate aos incêndios, partiram ontem de manhã os cerca de 1200 voluntários, oriundos de vários pontos do país, envolvidos na operação.
Rodrigo dos Santos, de seis anos, veio de Lisboa com o pai para empunhar uma enxada da sua altura. Com um pequeno pinheiro na mão, resume de um fôlego a sua presença: "Venho plantar coisas, porque gosto muito mas também para contribuir para o ambiente e para que os fogos não consigam queimar isto tudo, para que o ar não seja poluído e seja mais limpo". Ao lado, Dora Fernandes preferia uma picareta para cavar a terra pejada de pedras. "Não tinha consciência de que o terreno fosse tão difícil", diz. "Não vai ser fácil, mas é por uma boa causa", diz, por seu lado, Deolinda Narciso.
A acção de florestação em Porto de Mós, segundo David Lopes, conta com o apoio de 40 empresas patrocinadoras, que promoveram elas próprias o recrutamento da maior parte dos voluntários. A Fundação Floresta Unida é uma organização sem fins lucrativos que desenvolve acções que garantam o desenvolvimento sustentável do património florestal. Tem definidas 42 áreas de actuação em Portugal, mas também possui no seu currículo campanhas em Espanha, França, Itália e Chile.