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31/12/2011
Quercus elege desinvestimento nos transportes públicos como um dos piores factos ambientais de 2011
Quercus elege desinvestimento nos transportes públicos como um dos piores factos ambientais de 2011
30.12.2011
PÚBLICO
O desinvestimento nos transportes públicos, no âmbito do plano estratégico apresentado pelo Governo, está entre os piores factos ambientais de 2011 eleitos pela associação Quercus.
A associação refere, em comunicado, o corte de linhas ferroviárias, nomeadamente no interior do país, o que “ameaça de forma irreversível a coesão territorial e também social, afectando as populações mais frágeis e aumentando o seu isolamento”. Além disso, a Quercus denuncia o fim de várias carreiras urbanas e o aumento do preço dos transportes, medidas que vão “diminuir ainda mais a competitividade dos transportes colectivos face ao transporte individual”.
A lista dos piores factos ambientais inclui também o acidente na central nuclear japonesa de Fukushima, a 11 de Março, e a continuação do Plano Nacional de Barragens que, para a associação, é uma “teimosia” do Governo. “A atitude de prosseguir com a construção da Barragem do Tua, mesmo após todos os avisos, poderá colocar o Património da Humanidade do Douro Vinhateiro em risco”.
O rol segue com o atraso superior a dois anos nos planos de região hidrográfica, a falta de fiscalização na área dos resíduos, os transvases realizados em Espanha – que “retiraram água em excesso ao rio Tejo” - e com a falta de controlo do nemátodo da madeira do pinheiro, que causa a “murchidão e um declínio acentuado nas áreas de pinhal-bravo em Portugal”.
A associação critica ainda o fim dos incentivos fiscais às energias renováveis e à eficiência energética em sede de IRS e a falta de recursos afectos ao controlo da qualidade do ar e da água, o que ameaça a saúde das populações.
Sobreiro entre o que de melhor aconteceu
Mas 2011 também ficou marcado por aspectos positivos. Na lista dos melhores factos ambientais, a Quercus coloca o “abandono de várias obras públicas que não se encontravam suficientemente justificadas e não eram realmente necessárias”. Tal é o caso do Novo Aeroporto de Lisboa e algumas das vias rodoviárias previstas, como a Estrada Regional 377-2 que iria atravessar a Mata dos Medos e as Terras da Costa.
Outro aspecto positivo foi a declaração, por unanimidade, pela Assembleia da República do sobreiro como árvore nacional, a transposição da Directiva europeia sobre resíduos e a declaração da Região Autónoma dos Açores como Zona Livre de Transgénicos.
A Quercus assinala como positiva a celebração de 2011 como Ano Internacional das Florestas e a “expansão do fenómeno das hortas urbanas (...) que alastram de Norte a Sul do país” porque, no seu entender, “promovem a eco-sustentabilidade e complementam a subsistência e/ou o rendimento das populações, para além de terem um papel relevante ao nível do lazer e coesão social”.
Para 2012, a Quercus receia a “expansão das áreas de eucalipto em Portugal e a promoção de novas plantações intensivas” e as consequências da compra da participação estatal da EDP (21,35%) pela empresa China Three Gorges. “Esta empresa chinesa foi responsável pelo polémico projecto de barragens no rio Yangtzé, denunciado pela Amnistia internacional devido à falta de respeito pelos direitos humanos e ambientais, mas sendo as condições sociais e o enquadramento legal em Portugal, substancialmente diferentes dos da China, será de acompanhar com vigilância e sentido crítico, o rumo que a EDP no seu todo irá tomar”, escreve.
A Quercus diz ficar atenta à intenção do Ministério do Ambiente em limitar a exportação de materiais recicláveis e assim defender a indústria portuguesa de reciclagem e ao reforço da “produção agrícola nacional mas de forma sustentável”.
2012 será ainda um ano “para que se opte com mais frequência, e sempre que possível, pelo transporte a pé, de bicicleta e de transportes públicos, evitando o uso do automóvel e contribuindo assim para ganhos na saúde individual e na luta contra a emissão de gases com efeito de estufa e as consequentes alterações climáticas”.
Na cena internacional, a Quercus chama a atenção para o Ano Internacional da Energia Sustentável para Todos, que se celebra em 2012, e para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável – Rio + 20, a decorrer de 20 a 22 de Junho.
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A imagem foi acrescentada ao artigo do Público ...
António Sérgio Rosa de Carvalho
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