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02/01/2012
Aldeias históricas revivem flagelo das antenas em telhados por causa da TDT
Por Ricardo Paz Barroso, publicado em 2 Jan 2012 in I online
Nas 27 Aldeias de Xisto, as três mil habitações vão ter de instalar disco de satélite para a TDT
O coordenador da Agência para o De-senvolvimento Turístico das Aldeias do Xisto, (Adxtur) Rui Simão, vê com preocupação a chegada da televisão digital terrestre (TDT), pois “quase todas as aldeias, das 27 que existem na rede, não têm cobertura da TDT a não ser através do satélite”. Isto quer dizer que, depois de gastarem cerca de 30 milhões numa década a recuperar as habitações daquelas aldeias, também com a preocupação de enterrar os cabos e eliminar as antenas, aquelas povoações, que são um chamariz para milhares de turistas, “regressam de certa forma à estaca zero”.
Aquele coordenador diz que esta situação “é, além de contraditória, um contraciclo, pois há muita tecnologia que permitiria evitar a situação. Em causa estão cerca de três mil habitações, integradas na rede das Aldeias do Xisto, que poderão ser obrigadas a colocar um disco de satélite nos telhados para poder continuar a ver televisão em casa.
Rui Simão não aponta concretamente o dedo à Portugal Telecom, a empresa incumbida de instalar a rede de TDT em Portugal. O final deste processo está marcado para Abril, altura em que o sistema analógico – o actual sistema de emissão televisiva das estações em sinal aberto (RTP 1 e 2, SIC e TVI) – vai ser “apagado”. Ou seja, “além da PT também as autarquias e o governo central devem encontrar plataformas de entendimento para resolver este tipo de situações”, explicou Rui Simão.
E há autarquias que o têm tentado, nomeadamente a câmara de Oliveira do Hospital, cujo vice-presidente, José Francisco Rolo, integrou a semana passada uma comitiva que foi até ao parlamento para ser recebido pelos grupos parlamentares do PS, BE e PCP. Rolo deu o exemplo da freguesia Aldeia das Dez, a última a entrar na rede das Aldeias do Xisto, onde a autarquia está a investir 300 mil euros na sua recuperação. E a Aldeia das Dez fica perto da Aldeia do Piódão, uma das mais icónicas daquela rede, com os seus telhados de lousa “que agora vão ficar com aqueles pratos brancos à vista”.
A Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) também veio pedir a suspensão do processo de introdução da TDT em Portugal, precisamente pela questão das zonas sem cobertura terrestre da TDT serem predominantemente habitadas por pessoas idosas e de baixos recursos materiais. Cada habitação exige o gasto de 120 euros para poder aceder à TDT, além da taxa de audiovisual, que custa de 2,25 euros mensais. E a ANMP pediu também ao Ministério Público para que investigue a atribuição deste processo à PT, alegando que “não se propiciou a concorrência, de forma a defender-se convenientemente o interesse público” e devia ter sido antes lançado um concurso internacional, lê-se no comunicado.
Ainda a Serra da Estrela se poderá queixar dos efeitos visuais que a TDT via satélite poderá ter na paisagem daquele parque natural. O presidente da câmara de Manteigas defendeu a instalação de um retransmissor de sinal de Televisão Digital Terrestre (TDT) no seu concelho, totalmente integrado no Parque Natural da Serra da Estrela, para evitar a proliferação de antenas parabólicas.
Segundo o autarca Esmeraldo Carvalhinho, a partir de 26 de Abril os habitantes do seu município só terão acesso aos canais de televisão através da TDT via satélite, uma vez que o sinal terrestre não abrange aquele território localizado em pleno coração da Serra da Estrela. O autarca discorda desta situação já que a aquisição de antenas parabólicas terá custos financeiros acrescidos para os residentes e a sua instalação originará efeitos visuais negativos na paisagem do Parque Natural da Serra da Estrela.
A solução passa pela instalação de um retransmissor de sinal terrestre que permitirá difundir o sinal TDT pelas habitações sem “adulterar a paisagem urbana”, considerou. Já houve uma reunião com a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) e a PT, sugerindo-se esta alternativa, que custa cerca de 50 mil euros, mas nenhuma se mostrou disponível para assumir o encargo. Com Lusa
Talvez possa, arranjar uma só antena, posta fora de cada aldeia e, depois, usaram cabos, sei lá.
ResponderEliminarBom, mas eu queria mesmo era queixar-me porque, ainda este ano andei a visitar uma data de aldeias históricas (devo ter visto quase todas ali nas Beiras) e aquela gente pouco aproveita dos turistas!!! Cheguei a passar fome por andar a passear e não encontrar sequer um simples quiosque de café.
Arranjem as aldeias e ensinem as localidades a aproveitarem (mas não explorando) os visitantes que as demandam.
por acaso vi três parabólicas em piodão a semana passada. mas este artigo não faz muito sentido ou o autor esqueceu-se de perguntar as perguntas necessárias... se gastaram 30 milhões ... a enterrar cabos e eliminar antenas porque não usar os mesmo cabos agora? se eliminaram as antenas os cabos que estão a ser usados para levar o sinal também servem para levar o novo sinal...
ResponderEliminarNos Alpes contorna-se esta inevitabilidade pintando as antenas à cor do material utilizado na construção do telhado. está longe de ser óptimo, mas visto de longe "esconde" a antena.
ResponderEliminarNos Alpes a neve encarrega-se de pintar tudo de branco.
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