Um blogue do Movimento Fórum Cidadania Lisboa, que se destina a aplaudir, apupar, acusar, propor e dissertar sobre tudo quanto se passe de bom e de mau na nossa capital, tendo como única preocupação uma Lisboa pelos lisboetas e para os lisboetas. Prometemos não gastar um cêntimo do erário público em campanhas, nem dizer mal por dizer. Lisboa tem mais uma voz. Junte-se a nós!
10/01/2012
Graça / Projecto para terreno EPUL
Chegado por e-mail:
«Foi com surpresa, e tristeza, que fiquei a saber através da própria EPUL, que o seu terreno posto à venda na Rua Damasceno Monteiro por debaixo do Miradouro da Srª do Monte (Graça), tem uma licença para construir 4 pisos acima do solo.
Como anunciado no seu site, no lote de 1530m2, a Área Bruta de Construção é de 5.230m2. Será fácil de perceber que a edificação será bastante intrusiva, tanto na paisagem, como para os moradores daquela parte da Rua Damasceno Monteiro, que beneficiaram durante décadas de uma das mais arrebatadoras vistas da cidade.
Segundo a EPUL, a sua missão assenta em 3 pontos:
• Desenvolver, propor e executar soluções para a promoção da regeneração, rejuvenescimento e requalificação da cidade de Lisboa;
• Promover a urbanização de áreas desocupadas e não consolidadas da cidade, concebendo, propondo e dinamizando projectos com a participação de todos os parceiros;
• Conceber, propor e executar soluções inovadoras de desenvolvimento sustentável e energeticamente eficiente no urbanismo, na construção e na reabilitação.
Mas este projecto não requalifica, não envolve todos os parceiros, não é uma solução inovadora. É simplesmente a maximização do lucro, para que as desastrosas contas da EPUL fiquem um pouquinho menos desastrosas.
Ao lado deste terreno existe um edifício que foi construído com 5 andares, quando só tinha licença para 3. Exactamente porque era, e é, intrusivo. Depois de muitas multas, lá deixaram os 5 andares. Isto foi antes do 25 de Abril. Agora no sec. XXI querem fazer mais um mamarracho, que se tiver andares com um pé direito generoso, pode chegar bem perto do seu edifício vizinho.
Quem conhece o miradouro da Srª do Monte conhece também o quanto irracional é a altura deste edifício de que falo. E se este projecto da EPUL for avante, com certeza que ficará ainda mais perplexo com a maneira como se gere o património publico.
Envio em anexo uma simulação em altura de um edifício de 4 andares no dito terreno.
Obrigado
Nuno Braz»
...
Indepentendemente da maior ou menor fidelidade da simulação desenhada, concordo em absoluto. E agora? Allô cidadania da Graça!!
Caro Nuno Braz:
ResponderEliminarQuanto fala nas vista do miradouro, dou-lhe toda a razão, por isso mesmo quer o antigo PDM quer o novo PDM protegem os seus ângulos de visão.
Agora quando diz "como para os moradores daquela parte da Rua Damasceno Monteiro, que beneficiaram durante décadas de uma das mais arrebatadoras vistas da cidade." Ainda não consegui parar de rir.
Então agora as vistas sobre terrenos PRIVADOS alheios confere direito adquiridos? Ainda que de direito privado municipal estes terrenos não deixam de ser privados... e muita sorte tiveram os tipos do outro lado da rua de terem gozado a dita vista tanto tempo.
Cumps.
f.
Não vejo nada contra construírem ali, podiam era aproveitar para demolir os últimos dois pisos do prédio do lado e dar uns apartamentos novos para a troca.
ResponderEliminarSenhor ou senhora f.
ResponderEliminarTambém não vejo mal nenhum em construir ali, desde que essa construção não seja intrusiva. 4 pisos acima do solo é intrusivo, no máximo deveriam ser os 3 pisos como os edifícios LEGAIS daquele lado da rua (pois o ilegal tem 5).
Senhor ou senhora f., sugiro que passe na rua e imagine ali no terreno um edifício com 4 pisos.
Nuno Braz
que necessidade de construir. com tanto prédio abandonado na zona podiam com esse dinheiro recupera-los e deixar o terreno livre para o solo respirar.
ResponderEliminarRodrigo, infelizmente esse é um pensamento demasiado grande para mentes tão pequenas. Eu digo acima que não vejo mal em construir porque já sei que é inevitável, mas tinha esperança que fosse algo mais suave, onde maior parte do terreno ficasse com o solo a respirar. O ideal seria mesmo um espaço verde, de usufruto publico, como era a vontade do seu proprietário original... mas isso só seria possível se vivêssemos num país evoluído. Com uma área bruta de construção de 5230m2 para um terreno de 1530m2, vê-se que será mais um conjunto agressivo de betão armado.
ResponderEliminarVão construir ali umas coisas de luxo, e depois, daqui a mais uns tempos decidem construir mais um mamarracho à frente deste, e daqui a muitos mais anos já Lisboa deixou de ser destino turístico, porque não passa de um monte de betão armado com temperaturas elevadíssimas no verão e cheias torrenciais no inverno...
nuno
EU QUERO É VER QUANDO DECIDIREM CONSTRUIR UM EDIFÍCIO À FRENTE DESTE QUE QUEREM CONSTRUIR AGORA NO TERRENO DA EPUL, É APENAS UMA QUESTÃO DE ENGENHARIA... MAS DEPENDE SEMPRE, SE PARA ESTE DA EPUL FOREM MORAR JUIZES E POLITICOS, TALVEZ CONSIGAM PARAR TAIS CONSTRUÇÕES
ResponderEliminarO vosso desenho são para aí uns 10 pisos acima do solo, como se pode ver pela comparação com os prédios adjacentes...
ResponderEliminarCaro Nuno Braz:
ResponderEliminarMais uma vez repito, desde que cumpra o PDM em vigor tanto me dá que sejam 3,4 ou 5 pisos.
O PDM proteje o sitema de vistas do miradouro e esse sim tem de ser respeitado. Quanto à SUA rua, como em todas as outras apenas tem de ter tido em conta que a altura dos edifícios não pode ultrapssar a largura da rua... uma regra que já vem do tempo dos romanos.
cumps.
f.
Acima do solo, compreende-se acima da estrada da rua damasceno. O edifício ao lado tem 5 pisos acima da rua, mas uns 7 ou 8 ao todo.
ResponderEliminarSenhor ou Senhora f., sim esta é a minha rua, e de muitas outras pessoas. Mas a mim nem vai afectar tanto assim porque tenho vista para o castelo do outro lado. Esta também é a minha cidade, e eu sempre que olho para a colina da graça vejo o tal mamarracho que lá existe agora, sempre que vou ao miradouro vejo o mamarracho, e com este novo projecto vou ver ainda mais mamarrachos.
O PDM? é feito de várias pressões, politicas, imobiliarias, etc. Isto não é Deus no céu e o PDM na terra.
Senhor ou Senhora f., seja qual for o interesse que tenha nisto, é pena que em Lisboa o cimento ganhe sempre.
Um feliz 2012, e que daqui a uns anos construam um belo mamarracho à frente do seu, alí mesmo no campo de jogos do Centro S. da Mouraria.
Já agora, veja esta imagem da net, e imagine uma coisa de tamanho semelhante ao lado, e diga-me que não afecta o "sistema de vistas" do miradouro http://ipt.olhares.com/data/big/62/622903.jpg
Caro Nuno:
ResponderEliminarComo facilmente deduzí, a SUA rua é aquilo que o faz mexer...
Fui ver a imagen que sugere, mas não diz no seu post que o edificio novo terá menos um piso acima do solo - logo impacto menor que o vizinho, e não "uma coisa de tamanho semelhante ao lado"?
E importa ter em atenção que a única fonte que temos acerca deste assunto são as suas declarações, com a validade que isso tem!
Quanto ao PDM, ele é feito de várias pressões como diz, mas tembém é sujeito a consulta pública, será que o caro Nuno fez aí ouvir a voz?
cumps.
f.
Pode ser simples para si, mas para um cidadão comum que trabalha das 9 às 20h, primeiro que perceba os tramites do PDM...
ResponderEliminarParticipei numa reunião descentralizada da CML, mas onde infelizmente as questões a serem debatidas foram previamente "selecionadas"/censuradas. 1ª e ultima vez.
O que motiva é realmente a minha rua, o meu bairro, a minha cidade. Porque foi aqui que resolvi morar.
- Também me debati contra o silo-mamarracho que queriam construir na actual horta popular da Calçada do Monte,
- Despendi bastante tempo e até dinheiro para lutar por um projecto do Orçamento Participativo, que não é na minha rua e nem me irá beneficiar em nada, mas que é importante para os Lisboetas
- Participei já em vários movimentos de limpeza, não em lisboa, mas no país
- Não deito lixo no chão, não estaciono no passeio, não deixo cocó do cão em qualquer lugar, e denuncio aquilo que acho estar mal.
Isto chama-se Cidadania
O QUE ME MOVE, É A CIDADANIA
Quanto à foto, imagine um edificio com menos um piso ao lado daquele, isto se, o pé direito do novo não for tão alto que não chegue ao topo do existente.
A simulação foi feita considerando 4 pisos alinhar por aquele que lá está actualmente
Deduzo que também deve achar bem o projecto silo auto para a ribeira das naus... Se calhar até está no PDM, sei lá
Bons negócios e até sempre
N.
Quando fizerem o edificio terei todo o prazer em oferecer um almoço aos comentadores deste post. E SE algum dia o fizerem, quando o tiverem todo vendido oferecerei um segundo almoço no Via Graça, mesmo ao lado.
ResponderEliminarMeus senhores, o dinheiro não nasce nas árvores, nem para o Estado, essa entidade esquisita. No actual contexto imobiliário, o qual irá durar 20 anos, este projecto não avança.
É triste que se venha a construir um prédio nesse local, tendo ao lado um belo exemplo de desgraça. Com tanto prédio podre que anda por esta cidade fora, em vez de se renovar e reaproveitar, vai-se estragar um terreno que tinha de tudo para se tornar num belo parque com uma belíssima vista sobre a nossa cidade. Conhecendo o miradouro da senhora do monte, nem quero imaginar o quanto este prédio vai estragar a vista . Infelizmente, é a mentalidade que corre neste país..
ResponderEliminarE qual é o mal de construir um terreno perfeitamente apto para isso no centro da cidade? Ele há gente mais papista que o papa! Vivam e deixem viver...
ResponderEliminarConheço o local e acho lindas as vistas.Se os arquitectos/promotores da nova obra assim quiserem podem fazer 3 blocos em torre (o novo edifício não precisa de ter o aspecto de muralha) deixando a Rua Damasceno Monteiro respirar...A área autorizada de construção não é toda acima do nível da R.Damasceno Monteiro é também substancial a que fica abaixo do nível.E façam bastantes estacionamentos!
ResponderEliminarMuita sorte têm com o facto da Epul ter posto o terreno à venda.Se o projecto fosse da responsabilidade da CML ainda eram capazes habitação social!Já o fizeram em áreas nobres com o Gemini,Av.Forças Armadas,Telheiras,Quinta dos Barros,Av.Brasil...etc,etc.Porque não agora com vistas privilegiadas?
ResponderEliminarO Senhor que prometeu o almoço poderá vir a ter mesmo de o fazer!!!Morar bem é um grande investimento.Ter aquela vista para sempre/localização e com uma construção de qualidade/luxo faz com que apesar da crise(que só afecta quem nuca teve muito mesmo no tempo das vacas gordas) o empreendimento venha a ter muita procura.Mesmo que os apartamentos custem 1milhão de Euros para cima hão-de se vender todos num ápice.
ResponderEliminarse puserem o Taveira,o Siza ou um arquitecto internacional(Ghery,Calatrava...) à frente do projecto vai ser um must!
ResponderEliminarEsse senhor f. devia ter mais cuidado e respeito como fala das pessoas que moram no outro lado da Damasceno Monteiro... Com maquetes ou sem maquetes, basta olhar para os numeros. Um lote de 1530m2, uma Area Bruta de Construção entre os 4195 e os 5200, considerando a àrea de implantação.... É CLARO QUE VAI SER UM TRAMBOLHO
ResponderEliminarCaro Anónimo das 2:55 PM:
ResponderEliminarClaro que eu percebo a sua indignação, se o meu vizinho tivesse uma grande laranjeira no seu jardim, com os a ramos a tombar para o meu lado, eu também apreciava as laranjas, mas daí até achar que posso o posso impedir de cortar a laranjeira do SEU jardim... só se for parvinho, não?
cumps.
f.
Epá eu não gosto do prédio em frente ao meu, vou já fazer uma petição para a câmara o mandar abaixo e fazer um jardim em frente da minha janela!
ResponderEliminarEste 3D leva nota dez na classificação de "mentirinhas virtuais".
ResponderEliminarcumps.
f.
Mentirinha sr f, só se for na cor, porque vai ser uma coisa daquele tamanho ou até mais alto
ResponderEliminarMM
anónimo F. se a altura do prédio não pode ultrapassar a largura da rua, o prédio só pode ter q andar. Devo ter percebido mal essa regra dos romanos.
ResponderEliminareu, que vivo mesmo em frente ao lote da EPUL, prefiro 1000 vezes ter 3 prédios pequenos de habitação social, com jardins circundantes e estacionamentos, cujos habitantes andam a pé na rua, fazem compras no comércio local, levam os filhos para escolas locais e brincam na rua, do que um prédio gigante, horroroso, de gente rica, que entra e sai das garagens com os vidros dos carros fechados.
ResponderEliminarSr anónimo ou anónima das 12:52, espero que este meu comentário o/a leve a reconsiderar o tamanho do preconceito e da esteriotipia subjacente à segregação humana e espacial com que observa o mundo.
Em 2006 o Arq.Carrilho da Graça ganhou um prémio pelo projecto que fez para este terreno da Epul.
ResponderEliminarNão varia muito em relação à fotografia com a maquete a laranja,veja-se aqui:
http://pt-br.facebook.com/permalink.php?story_fbid=264131886969901&id=101478676606457#!/photo.php?fbid=326641294018280&set=a.325488617466881.98905.298429126839497&type=1&theater
Sou o anónimo acusado de preconceitos sociais:
ResponderEliminarSó o facto de existirem bairros sociais é o suficiente para haver segregação da população.Todos deveriam ter direito a habitação onde gostassem de morar e poder pagá-la a custo justo,mas tal com outras coisas na vida,nem tudo é perfeito...
Insurjo-me porque o uso dado a terrenos camarários valiosos deveria ser mais vantajoso ao bem comum.Por exemplo,porque não se fizeram "escritórios sociais" junto à "antiga bolsa de Lisboa", que poderiam até financiar a CML com as rendas, em vez de alojar ali aquelas pessoas?Custava muito terem feito mais uns blocos em Chelas ou na Av.de Ceuta?
Há pessoas que vêem o mundo com óculos de Alcanena com coraçõezinhos!!!Nos bairros sociais habitam possuidores de carros de alta cilindrada e que se dedicam a negócios muito lucrativos...Se as pessoas que habitam actualmente a Damasceno Monteiro consumissem no comércio local em vez de se meterem no carro e irem para o Colombo ou Vasco da Gama talvez não estivessem tantas lojas a fechar...
ResponderEliminarWe Are Not Typical - WANT disse... às6:17 PM : "anónimo F. se a altura do prédio não pode ultrapassar a largura da rua, o prédio só pode ter q andar. Devo ter percebido mal essa regra dos romanos."
ResponderEliminarPercebeu com certeza, é que a largura da rua não vai ficar como está, vai alargar para ficar igual ao troço em frente ao Restaurante, assim dara para ter dois sentido de transito e estacionamento paralelo dos dois lados!
cumps.
f.
Anonimo F, você é incrivel.... anda há mais de 5 meses a tentar descridibilizar todas as criticas que se fazem em relação a este projecto que nada traz de positivo para a cidade. E para isso recorre a tudo menos à verdade e à boa educação. Até já disse que o facto de este projecto tapar a vista do Miradouro da Sra do Monte para o largo da Olarias, e outros sitios era uma “vantagem” pois deixava-se de ver os telhados podres... quem tem argumentação desta é que deveria ser tapado nestes comentários. Mas além destas perolas que você nos traz, o pior é a mentira constante. Esta ultima de que “é que a largura da rua não vai ficar como está, vai alargar para ficar igual ao troço em frente ao Restaurante, assim dara para ter dois sentido de transito e estacionamento paralelo dos dois lados!” , está é a melhor de todas... Primeiro, a Damasceno é uma rua de um só sentido com quase 1 km de extensão, e o que é que fariam uns metros de 2 sentidos no meio desta rua? Segundo, se assim fosse como você diz, a àrea do novo prédio seria esta como se apresenta na seguinte figura (a azul escuro)
ResponderEliminarVer foto
Diga-me quem irá dar 4.293.000€ por esta lingua de terra...? Caso você não saiba, o edificio de 5 pisos (acima do nivel da rua da Damasceno) onde está o restaurante foi construido com 2 andares ACIMA DA LEGALIDADE e este novo projecto para o terreno da EPUL terá praticamente a mesma altura que o edificio do restaurante. Então mas afinal? andamos para trás? o que não se podia fazer há 40 anos pode-se fazer agora?
É incrivel o secretismo que se anda a fazer à volta disto, e lamentável que num espaço de cidadania existam pessoas a servir os interesses de tudo menos da Cidade e de quem lá mora.
MM