in Jornal I, 10 Fev 2012. Por Filipe Paiva Cardoso.
As receitas provenientes da venda de passes e bilhetes no metro da capital subiram para 68 milhões de euros.
O metro de Lisboa transportou o ano passado cerca de 180 milhões de passageiros, menos 2 milhões que os cerca de 182 milhões transportados em 2010, avançou fonte oficial da empresa ao i. Apesar desta quebra na procura, “as receitas provenientes de passes e bilhetes, que em 2010 totalizaram cerca de 62 milhões de euros, em 2011 foram de aproximadamente 68 milhões de euros, tendo-se verificado um crescimento de 8,5%”, apontou a mesma.
Os números do metro da capital confirmam assim a tendência que se vai notando nas empresas de transportes que já foram divulgando dados sobre a operação ao longo do ano passado. Na Carris, por exemplo, também se sentiu uma redução na procura em 2011 (menos 3%), que, contudo, não influenciou a evolução das receitas. Segundo avançou ontem o “Diário Económico”, apesar da quebra a Carris teve receitas de 83 milhões em 2011, contra os 79 milhões de euros conseguidos no ano anterior. Também a Sociedade Colectiva de Transportes do Porto (STCP) registou uma quebra na procura em 2011, com menos 900 mil passageiros, não tendo ainda divulgado quaisquer valores relativos a vendas. Apresentando-se até agora como a excepção que confirma a regra, o metro do Porto viu a procura crescer 3,5% no ano passado, conforme divulgou em Janeiro.
A subida das receitas no sector dos transportes deve-se sobretudo aos aumentos nas tarifas impostos ao longo do ano passado, primeiro em Janeiro, pelo governo PS, depois em Agosto, já pelo novo executivo PSD/CDS. A redução na procura registada teve origem no mesmo motivo, ainda que o aumento do desemprego e da recessão no país também tenha tido algum impacto, segundo as próprias empresas.
LISBOA COM QUEBRA DE 9,2 MILHÕES
Somando o total de passageiros registados pelo metro de Lisboa e pela Carris o ano passado, contabilizam-se menos 9,2 milhões de viagens realizadas nestas empresas ao longo de 2011, ou menos 2,2% que os 422,5 passageiros transportados pela Carris (240 milhões) e pelo metro (182 milhões) em 2010.
A queda na procura dos utentes pelos transportes deverá aprofundar-se ao longo deste ano, graças ao novo aumento nas tarifas em Fevereiro, à redução da oferta das próprias empresas e à deterioração da situação económica do país. A Carris prevê uma redução de 6% no total de passageiros ao longo do ano, valor ligeiramente acima das previsões do governo, que apontam para uma quebra média de 5%. Uma quebra de 6% na Carris representa menos 14 milhões de clientes e uma redução de 5% no metro de Lisboa menos 9 milhões.
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