Por Ana Henriques in Público
Vereadora Helena Roseta critica ocupantes de prédio municipal por quererem "passar por cima de outras pessoas" que esperam casa
Depois de a escola ocupada no Porto ter sido despejada pelas autoridades, é a vez de os "ocupas" de Lisboa mostrarem que também estão vivos, e solidários com os do Norte. Um grupo maioritariamente composto por pessoas na casa dos 30 anos ocupou, na quarta-feira à noite, um prédio camarário devoluto muito degradado junto às urgências do Hospital de São José, na Rua de São Lázaro.
Segundo o comandante da Polícia Municipal, André Gomes, os ocupantes vão ser notificados para deixarem o edifício, tendo dez dias a partir daí para o fazerem. "Se não saírem, temos de os tirar de lá coercivamente." Isso só não acontecerá se a câmara permitir, enquanto proprietária do edifício, que os "ocupas" lá permaneçam, esclareceu o mesmo responsável. A vereadora da Habitação, a quem caberá tomar uma decisão sobre o caso, já fez saber que a situação não lhe agrada: "Há várias formas de demonstrar solidariedade sem ser a pôr um pé em cima dos direitos dos outros", criticou Helena Roseta, acrescentando que "quem precisa de habitação ou de um espaço para actividades pode candidatar-se e pedir à câmara, seguindo os regulamentos" e "sem passar por cima de outras pessoas". Ainda assim, a autarca assegura que quer reunir-se com os responsáveis pela ocupação para dizer que "assim não pode ser", mas também para que os jovens possam "apresentar as suas ideias".
"A câmara tem muitos espaços devolutos e se eles têm ideias para esses espaços, que as transmitam. Mas não assim", declarou.
Ontem, os intrusos passaram a tarde em limpezas do primeiro andar do número 94 da Rua de São Lázaro - que, aliás, já havia sido ocupado durante dois dias há ano e meio. No blog que criaram (saolazaro94.blogspot.pt), os ocupantes pedem ajuda: precisam de água potável, comida, mantas, colchões e papel higiénico, entre outras coisas. Sobre os planos que têm, parece não haver ainda consenso dentro do próprio grupo. Uma "ocupa" citada pela agência Lusa fala em projectos "culturais, sociais e educativos" que foram feitos, como workshops de carpintaria e de pintura, para "tirar as pessoas da rua e ensinar profissões". Mas outro membro do grupo com quem o PÚBLICO falou disse que nada tinha ainda sido decidido nesse sentido e que o principal objectivo era, no seu entender, mostrar como as entidades públicas mantêm devolutos e negligenciados imóveis que poderiam ser usados pela comunidade. "Uma organização não governamental ligada ao ambiente anda há um ano a pedir à vereadora um espaço para funcionar e o processo tem sido passado de gabinete para gabinete sem solução", descreve o mesmo elemento, pedindo o anonimato. "Só ocupámos o primeiro andar do edifício, porque os restantes pisos estão ainda em pior estado. Há um buraco no telhado que vai fazer com que ele desabe."
Em 2007, Helena Roseta participou numa manifestação contra as casas fechadas, na qual defendeu que Portugal deveria seguir o exemplo francês, onde quem não tem onde morar pode exigir casa em tribunal. com Lusa
Acho bem.
ResponderEliminarQuem não tem emprego também o deve exigir em tribunal.
Pois, pois....e os OCUPAS dos passeios de Lisboa ?
ResponderEliminarTambém lhes vão dar 10 dias....ou mais 30 anos ?
Ocupas?! Quem tem o direito de ocupar uma propriedade privada? Se não é deles não têm nada que lá estar.
ResponderEliminarDa primeira vez que estes ocuparam essa casa, levaram um enxerto do corpo de intervenção da PSP, pelos vistos ficaram com saudades de aquecer o lombo!
ResponderEliminar