29/04/2012

Circulação nas ruas da Prata e do Ouro apenas numa via?




Por Luís Filipe Sebastião in Público


A Rua do Ouro, na Baixa pombalina, encontra-se num estado pouco condizente com o seu nome. Mas o pavimento degradado é apenas um dos seus problemas. O presidente da Junta de Freguesia de S. Nicolau quer retirar o tráfego de atravessamento desta zona da cidade, reduzindo as actuais duas vias para apenas uma, destinada a transportes públicos. Uma medida que, para já, não colhe consenso na autarquia.
"Defendo que a Baixa deve ser no futuro totalmente pedonal", proclama o presidente da Junta de Freguesia de S. Nicolau, António Manuel. Mas para que isso possa ser viável, o autarca do PSD reconhece que ainda há muito a fazer, nomeadamente no que toca ao estacionamento para os residentes. Por isso, preconiza a renegociação pela câmara do contrato de concessão do parque de estacionamento do Martim Moniz com a Bragaparques, que possui um tarifário muito elevado para os moradores e, segundo sabe, está subaproveitado com o último piso subterrâneo "sempre fechado".
Para já, António Manuel adianta que, na próxima semana, vai propor ao vereador da Mobilidade, Fernando Nunes da Silva, que "as ruas dos Sapateiros e dos Douradores passem a ser apenas para o trânsito de moradores, cargas e descargas e veículos prioritários". Este será um primeiro e importante passo para "desviar todo o tráfego de atravessamento da Baixa", através de alternativas por outras zonas da cidade. Isto porque, segundo contas da junta de freguesia, a Rua da Conceição encontra-se perto do limite diário do volume de tráfego, com cerca de 500 viaturas por hora.
Toda esta pressão sobre a Baixa leva o presidente da junta a preconizar a redução das actuais duas vias na Rua do Ouro para apenas uma, destinada ao uso de transportes públicos. A intenção permitiria alargar os passeios, com benefício para o comércio, moradores e visitantes. Esta alteração estará em estudo nos serviços camarários sob a tutela do vice-presidente Manuel Salgado e dela estará dependente a empreitada de recuperação do pavimento desta via principal de ligação do Rossio à frente ribeirinha, mas também ao Castelo de S. Jorge e ao Chiado.
O vereador Fernando Nunes da Silva admite que a hipótese não lhe agrada para já, uma vez que antes de poder ser concretizada há que melhorar algumas alternativas para o tráfego, nomeadamente pela Infante Santo e Pedro Álvares Cabral.
O responsável pelo pelouro da Mobilidade concede, no entanto, que no sentido contrário "existe alguma folga para a criação de algum estacionamento na Rua da Prata". Esta artéria, que já foi repavimentada, poderá mais facilmente ser reduzida para uma via, preferencialmente destinada a transportes públicos.
Enquanto a autarquia estuda como alterar a circulação na Baixa, a Rua do Ouro apresenta um estado lastimável em termos de pavimento. Além da inclinação acentuada a partir do eixo da via, o asfalto possui inúmeras irregularidades. O automobilista que procure desviar-se das tampas das sarjetas que abateram, mal consegue evitar que as jantes batam nas grelhas dos sumidouros de águas pluviais afundadas no alcatrão. A situação torna-se particularmente difícil de contornar na esquina com a Rua da Conceição.
Fernando Nunes da Silva remete esclarecimentos acerca de solução destes problemas para o vice-presidente Manuel Salgado. O vereador responsável pelo Planeamento passou, desde Maio de 2011, a tutelar os serviços de Projectos e Obras, até então na competência do vereador independente. Segundo os serviços da CML, a Rua do Ouro deverá ser objecto de "uma intervenção profunda até ao fim do ano", apenas ao nível do pavimento. Para mais tarde deverá ficar uma decisão acerca da eventual redução para uma via.
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A foto foi acrescentada e representa a Rua do Ouro em 1900.

4 comentários:

  1. nao percebi, se fecharem (aos privados) a rua da prata e a rua do ouro por onde poderiam ir os carros?

    e numa hipotetica conversão da rua da prata para uma faixa, porque raio tem de ser para meter estacionamento? alarguem mase os passeios, mudar faixas para meter estacionamento deixa a "pedonalizacao" na mesma

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  2. Juizinho faz muita falta.

    Não há alternativas.

    Tal como as que há à Av. Ribeira das Naus são como se não existissem: de um lado está o Tejo, do outro a sobrecarregada Rua do Arsenal, e é tudo.

    Mas por mim tanto faz: a Baixa está num estado que nem de carro nem a pé lá ponho os pés.

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  3. Só ideias vindas de gente sem a minima consciência. Estamos entregues a provincianos. As cidades nao podem perder as suas vias de circulaçao principais só porque uns palhaços de uns autarcas acham que é bonito e está na moda reduzir vias

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  4. Considerar como alternativa à passagem por ali a circulação pela Infante Santo é de doidos varridos.

    Porque não a VCI do Porto?

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