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26/05/2012
Incêndio destruiu prédio do antigo Teatro Laura Alves.
Por Marisa Soares in Público
Fogo começou no quarto de uma residencial. Autarca lamenta degradação do edifício, frequentado por pessoas "indesejáveis"
Um incêndio destruiu ontem de manhã o interior do edifício do antigo Teatro Laura Alves, situado no n.º 253 da Rua da Palma, no centro de Lisboa. As chamas deflagraram num quarto no segundo andar do edifício onde agora funciona a residencial "Noite Cristalina", e rapidamente chegaram à cobertura do prédio, que ficou totalmente destruída. Enquanto se investigam as causas do incêndio, há quem lamente o estado degradado do imóvel.
O alerta para o fogo foi dado às 10h16 e os bombeiros Sapadores e Voluntários de Lisboa chegaram ao local pouco depois. O incêndio entrou em rescaldo por volta das 12h e de acordo com o comandante dos Sapadores, Joaquim Leitão, não se alastrou aos edifícios vizinhos - num deles, funciona um centro de lavagem de automóveis e de venda de combustíveis.
No rés-do-chão do prédio existem um supermercado nepalês e uma loja de carregamento de telemóveis, que foram encerrados após o alerta para o fogo. As autoridades não sabem quantas pessoas estavam no prédio quando começou o incêndio. "Quando chegámos não estava ninguém, só algumas pessoas no rés-do-chão", afirmou o comandante André Gomes, da Polícia Municipal, acrescentando que os donos do edifício não se apresentaram no local. "Vamos identificar o proprietário no registo do património da câmara, para depois fazer a notificação", adiantou.
Segundo o presidente da Junta de Freguesia de Santa Justa, Manuel Luís Medeiros (PS), o edifício é propriedade privada e a residencial "Noite Cristalina" instalou-se ali "há dois ou três anos". Desde então, o autarca já recebeu queixas de moradores vizinhos devido ao ruído nocturno e tem notado a presença de "pessoas indesejáveis" no edifício. Segundo o presidente da junta, a residencial tem sido utilizada para a prática da prostituição.
O edifício, que consta da Carta Municipal do Património, acolheu o extinto Cinema Rex (nos anos 30) e depois o antigo Teatro Laura Alves, que encerrou no final da década de 1980. Foi palco de inúmeras peças de teatro de revista - a actriz Ivone Silva fez ali a sua última actuação antes de morrer, em 1987, com a peça "Cá estão eles". O empresário de teatro Vasco Morgado foi quem deu o nome ao edifício em homenagem à mulher e actriz Laura Alves. Terá sido depois vendido e funcionou, nos últimos anos, como espaço comercial.
"É uma pena o prédio estar entregue a pessoas [estrangeiras] que nem sequer sabem a sua importância e história", lamenta Manuel Luís Medeiros. O autarca considera que o imóvel deveria ser transformado em museu para albergar o espólio de Laura Alves. Parte dele está no Museu do Teatro e o restante está com o neto da actriz, Vasco Morgado, presidente da Junta de Freguesia de São José, que diz estar "completamente disponível para ceder" o que resta do património da actriz.
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Mais um caso gravissimo de negligência e indiferença ... com consequências altamente empobrecedoras para o Património ... Património Cultural do Mundo do Espectáculo ... de espólio, vivências e memórias ... mas também importante Património Arquitectónico, de singela e urbana erudição "Neo-Clássica", reconhecida, pois faz parte da Carta Municipal do Património ...
António Sérgio Rosa de Carvalho.
«(...) É uma pena o prédio estar entregue a pessoas [estrangeiras] que nem sequer sabem a sua importância e história", lamenta Manuel Luís Medeiros (...)»
ResponderEliminarpois.. os donos portugueses, a começar pela CML, tratam muito melhor os imóveis históricos de lisboa.
Por o que vi escrito em algumas notícias em relação a isto por pessoas que vivem lá perto, aquilo era uma casa de "meninas brasileiras" (exactamente como 2 ou 3 pessoas descreveram nos comentários). Mas, como disse, por o que li em alguns comentários na Internet (por comentários à notícia no Facebook etc). O que não era nada de admirar. Mas, eu pessoalmente, nunca sequer passei por lá, por isso, não faço ideia se é verdade ou não.
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