Há 40 anos que D. Maria de Lurdes se instalou no Terreiro do Paço a vender flores. «Já aqui estava no 25 de Abril!», lembra, a fazer contas ao tempo a que ali está, com as suas rosas, cravos e margaridas. Agora a solidão dos dias passados em frente aos ministérios acabou. D. Lurdes olha à volta com um sorriso.
«Está tudo lindo. Só o que está muito feio é a crise». Por todo o lado há pessoas. «É tudo gente boa, porreira, comunicativa». Companhia nova para um posto antigo. A Ala Nascente do Terreiro do Paço acaba de abrir ao público com dez espaços: cinco restaurantes (um deles com um pequeno museu), uma discoteca, um centro interactivo, uma enorme sala de visitas, um quiosque de ginjinha e, claro, a Florista de Santo António, a que não falta uma estatueta do santo padroeiro de Lisboa, num altar improvisado nas arcadas. «É pequenino, tenho que pedir ao senhor arquitecto que mo deu para me dar um maior» diz a florista sobre o santo.
Esta ala vem juntar-se à poente, onde se inaugurou o Pátio da Galé em Fevereiro de 2011. São mais de 5 mil metros quadrados de área aberta ao público, num projecto da Câmara Municipal de Lisboa e da Associação Turismo de Lisboa, num investimento de dez milhões de euros (divididos com os concessionários dos vários espaços).
Entre os locais que se inauguraram no passado sábado, está o Museu da Cerveja, o primeiro de quem chegue vindo da Baixa. E é muito mais que um restaurante: é que se no piso térreo se vende comida, no primeiro andar há um museu onde se pode conhecer a história da cerveja portuguesa e que conta com uma sala que recria uma antiga adega monástica do séc.XV, onde dois monges circulam misturando o néctar que, no final, dão a provar.
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