Mesmo que quisesse, o Governo não parava obras da barragem por não ter verbas para indemnizações
Por José Augusto Moreira in Público
Ambientalistas dizem que a suspensão seria a opção que menos custos traria ao país e aos contribuintes e, por isso, a mais inteligente
A ministra do Ambiente deixou entender, ontem, no Parlamento, que é por questões financeiras que o Governo não opta pela suspensão das obras de construção da barragem da foz do Tua. "Íamos a tempo de parar se tivéssemos no nosso bolso os montantes para pagar as indemnizações necessárias, que são de várias centenas de milhões de euros", disse Assunção Cristas, citada pela Lusa, perante os deputados da comissão parlamentar do Ambiente, Ordenamento do Território e Poder Local.
Uma justificação que foi contestada pelo deputado comunista Agostinho Lopes, considerando que, "se quiser", o Governo tem todas as razões para negociar, "tal como está a fazer com as parcerias público-privadas e em todas as alterações contratuais a que tem procedido". "É por ser a EDP que não pode mexer?", questionou ainda o deputado, considerando que a argumentação da ministra é "minimalista, não tem sentido nem é aceitável".
Também o presidente do GEOTA (Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente), João Joanaz de Melo, defendeu ontem que "é muito mais barato parar agora a barragem do que andar com ela para a frente". Segundo o ambientalista, igualmente citado pela Lusa, "a concessão custou 53 milhões de euros e ter-se-ão gasto mais algumas dezenas de milhões de euros nas obras que foram feitas até agora. Se se deixar andar isto para a frente, calculamos que o custo para os cidadãos e contribuintes seja 20 a 30 vezes mais, algo entre dois mil milhões e três mil milhões de euros. Um custo muito maior e completamente inútil", disse.
"A atitude inteligente da parte do Governo seria anunciar agora que a obra vai ser resgatada à concessão e vai ser parada definitivamente", concluiu Joanaz de Melo, que integrava um grupo de cerca de duas dezenas de pessoas que se manifestou à porta da Assembleia da República enquanto decorria a audição da ministra.
Os manifestantes distribuíam o Manifesto do Tua, subscrito por mais de 40 personalidades de várias áreas, exigindo a "paragem imediata das obras antes que sejam cometidos danos irreparáveis sobre um património de inestimável valor".
Durante a audição parlamentar, a ministra Assunção Cristas mostrou-se convicta de que será possível compatibilizar a construção da barragem com a classificação do Alto Douro Vinhateiro como Património Mundial, argumentando que "está tudo a ser feito para minimizar os impactos" e que numa próxima visita a UNESCO reconhecerá todos esses trabalhos. com Lusa
Pois, pois....onde é que já ouvi esta história do constrói agora, pensa depois e....paga finalmente por obra feita e obra por fazer.
ResponderEliminarJá agora: Que cresce é que esta cambada de incompetentes frequenta diariamente ?