Resposta do Sr. Director da ATL:
Exmos Senhores:
Acuso a receção do v/ e-mail, que agradeço.
Relativamente ao acabamento da pedra da zona norte do Terreiro do Paço tratou-se de um defeito da empreitada, que vai ser corrigido dentro de dias.
O Centro de Interpretação terá como objeto o Terreiro do Paço, a Baixa Pombalina e a própria Cidade, sendo um equipamento cultural com rigor científico (acompanhado pelo Olissipógrafo Dr Sarmento de Matos) e com uma vertente lúdica. Contará seis histórias sobre o local e a Cidade através de um sistema de audioguias, sendo suportado em meios gráficos, audiovisuais, software, modelos e outros. A abertura ao público será no próximo mês de Setembro.
Tomamos nota das v/ observações sobre as esplanadas, que tentaremos contemplar na medida do possível.
Quanto à exploração comercial dos espaços apenas podemos dar nota das preocupações aos concessionários, dado que essa é uma responsabilidade exclusiva dos mesmos.
Com os melhores cumprimentos
Vítor Costa
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Exmo. Sr. Director da Associação de Turismo de Lisboa
Dr. Vítor Costa
C.c. PCML, AML, Media
No seguimento da abertura de diversos espaços de restauração na Ala Nascente do Terreiro do Paço, somos a elogiar a boa qualidade média dos mesmos, na linha, aliás, do que tinha já acontecido na Ala Poente; sendo de realçar, a nosso ver, a excelência da arquitectura de interiores e da qualidade do serviço de alguns deles, com realce para o Museu da Cerveja (ala nascente) e o Restaurante Terreiro do Paço (ala poente), passe a publicidade.
Independentemente disso, e à margem do que continuamos a considerar ter sido um mau projecto de iluminação, aquele que foi implementado na Praça, sobretudo por ter implicado a remoção das colunas de iluminação de antanho, e mau grado a má qualidade evidente dos materiais escolhidos e dos péssimos acabamentos levados a cabo na obra propriamente dita das placas central e laterais (o recente acabamento do topo Norte, então, é desastroso pois bastou a "festa" do Continente para estar suja como se a obra tivesse sido feita há anos, quando o foi nem há 2 meses!), a que é naturalmente alheia essa Associação, como é óbvio, cumpre-nos, no entanto, criticar três aspectos que nos parecem de suma importância e chamar a atenção de V.Exas. para a necessidade de os corrigir:
1. Centro Interpretativo - Para quando a sua inauguração? Será um centro interpretativo apenas do Terreiro do Paço ou, como julgamos essencial, de toda a Lisboa pombalina? Que conteúdos terá esse Centro? Há já prazos?
2. Esplanadas:
Acerca das esplanadas, que globalmente nos parecem largamente bem-vindas e bastante positiva a escolha de um único tipo de cadeira/mesa de esplanada, cujo desenho nêutro e elegante se adapta, com carácter, muito bem à praça; verificamos, no entanto, que se tem tolerado a presença de algumas peças de mobiliário (props) sem coerência com o modelo de cadeira/mesa escolhido (ver imagens em anexo) e que, não sendo de modo nenhum peças nêutras, em nada favorecem o ambiente das esplanadas. Daí sugerirmos à ATL que interceda junto dos concessionários a fim de retirarem esses objectos que banalizam, e em alguns casos até ridicularizam, a monumentalidade da Praça.
Nota negativa para o excesso de mobiliário de esplanada que, visualmente, cria um bloco longo e pesado difícil de atravessar. Aconselhamos que este contínuo seja quebrado de forma a termos um menor impacto, permitindo a existência efectiva de vazios entre as diferentes esplanadas. Por outro lado, há neste momento uma excessiva heterogeneidade a nível do espaço ocupado por cada uma das esplanadas. É preciso, julgamos, afinar a delimitação das esplanadas, de modo a que a simetria e a estética dos passeios laterais e da própria Praça não saiam desvirtuados, sendo que deveriam ser assegurados os enfiamentos de perspectiva desde os torreões, por exemplo, até aos edifícios que tornejam com as ruas da Prata e do Ouro, o que não se verifica. Por fim, há que garantir que a circulação pedonal não se restrinja à placa central e ao espaço sob as arcadas. A largura dos passeios laterais tem que comportar esplanadas e peões.
3. Finalmente, damos conta da nossa preocupação pelo facto dos espaços de restauração que foram abertos em ambas as alas do Terreiro do Paço, serem dirigidos, cremos que excessivamente, a uma clientela de rendimentos elevados. Essa aposta poder-se-á reflectir negativamente no cliente nacional, sobretudo em época de crise como a que vivemos, prejudicando seriamente, quiçá, os propósitos fundadores do próprio Terreiro do Paço. E poder-se-á revelar nefasto na própria viabilidade dos próprios estabelecimentos, uma vez terminado o Verão. Solicitamos, por isso, uma intervenção da Associação de Turismo de Lisboa junto daqueles empresários de restauração com vista a uma "adaptação estratégica" dos seus planos de negócio.
Na expectativa, subscrevemo-nos com os melhores cumprimentos
Bernardo Ferreira de Carvalho, Luís Marques da Silva, António Branco Almeida, João Mineiro, Júlio Amorim, Fernando Jorge, António Araújo, Paulo Lopes, Jorge Pinto, João Leitão, João Oliveira Leonardo, Paulo Ferrero e António Araújo
Então e daqueles lindos passeios que ao fim de dois anos colocaram no Terreiro do Paço e já estão com um aspecto absolutamente nojento?
ResponderEliminarGostaram ou nem sequer repararam?
Perdão, relendo constato que repararam naquela gritante indecência dos passeios nojentos.
ResponderEliminarPareceu-me à primeira vista que o texto se referia apenas às esplanadas, e não é verdade...
Este Domingo decidi experimentar as esplanadas do Terreiro do Paço. Confesso que sempre resisti à ideia por pensar que o que foi feito a esta praça, porventura a mais importante do país, foi um crime de lesa-magestade fruto de intervenções ignorantes de um arquiteto atrevido e assinadas por políticos e burocratas iletrados.
ResponderEliminarA minha amiga estrangeira começou por tropeçar nos imensos desníveis e maus acabamentos. O pavimento já está a desagregar-se - como também o do Jardim do Príncipe Real. Olhando de uma ponta à outra da praça percebe-se as "ondas" criadas pelos desníveis do pavimento e das linhas.
As esplanadas consideradas isoladamente não são feias mas podiam estar em qualquer parte do mundo ou marina. Não são elegantes! Não são as que se esperaria de uma praça destas! Diga-se o que se disser há mundos entre o que se fez e faz aqui - o Largo do Intendente é bom exemplo - e o que se faz em Itália, Alemanha ou França - é só lá irem para ver.
Não apreciei o design interior da maioria dos espaços: muito pladur, muito vidro, muito design, pouco gosto.
Assim não!
Eu também acho muito elogiável a recuperação e a actual utilização do Terreiro do Paço, com as novas esplanadas.
ResponderEliminarContudo, não mencionaram as placas de sinalização dos espaços (nas 2 alas), que a meu ver produzem uma grande poluição visual na praça.
É natural que se identifiquem os espaços, mas deviam impor tamanhos máximos dos logótipos e apenas 1 cor, talvez o preto como fundo.
A pior das esplanades é sem duvida a do "Aura" .
ResponderEliminarEles até se dão ao "luxo" de meter uma imitação de piano e mesas para sentar, no meio das arcadas.
Que foleirada que aquela esplanada está.
Aquilo está tão cheio de arvores, sofas de plastico, cabeças de budas etc etc que até mete nojo!!!
Qualquer dia metem um porch a assar no espeto, como fizeram no Campo Pequeno...
Concordo em grande parte com o que foi escrito. No entanto parece-me ridículo que queiram que os preços dos locais sejam mais baixos. As rendas dos locais devem ser altíssimas, e têm de rentabilizar os espaços. Eu que não sou de classe alta e já começo a ter dúvidas se sou da média, não me escandalizo com os preços praticados numa das praças mais bonitas do mundo. Basta comparar com outras capitais europeias...
ResponderEliminarQuando ao piso da praça uma desgraça. Qualquer pessoa minimamente atenta, iria perceber que se iria degradar muito facilmente.
Quando à iluminação da praça um desastre, com aqueles candeeiros que fazem lembrar um parque de estacionamento numa zona pouco recomendável...
Paulo Soares
Parabéns pela carta
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