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04/08/2012
Direcção do PS ‘malha’ em António Costa.
Direcção do PS ‘malha’ em António Costa
4 de Agosto, 2012 por Manuel A. Magalhães* in Sol online
A disponibilidade de António Costa para liderar o PS não caiu bem na direcção de António José Seguro. O dirigente Álvaro Beleza, em declarações ao SOL, critica duramente a entrevista à Lusa do socialista que é visto como a sombra do secretário-geral.
«Não é o momento mais feliz para António Costa vir dizer ‘presente’. Custa-me que um homem inteligente se arrisque a deixar a ideia de estar a fazer um frete ao Governo, depois de receber um bónus do Executivo», diz Álvaro Beleza. Uma referência à moeda de troca que o presidente da Câmara de Lisboa obteve pela cedência dos terrenos do aeroporto da Portela, que solucionou um contencioso que se arrastava há décadas e reduz a dívida da câmara em 43%.
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Há outra razão para criticar a altura escolhida por Costa. «O líder do PS afirmou-se como uma alternativa ao actual primeiro-ministro. Já ultrapassou a popularidade de Passos Coelho. E vale actualmente mais nas sondagens do que o PS – nunca isso antes aconteceu», garante Beleza. Ainda sobre as sondagens, o dirigente sublinha que «nunca num ano o partido que lidera a oposição ficou empatado com o Governo, como aconteceu agora».
António Costa escolheu o quinto aniversário da vitória nas autárquicas para dar a entrevista à Lusa. Deixa claro que a recandidatura a Lisboa em 2013 não o afasta de disputar a liderança do PS. Um dia. «Se me perguntar se eu posso ser guarda-redes do Benfica, digo-lhe claramente não posso ser guarda-redes. Ser secretário-geral do PS é diferente. Acho que tenho algumas qualidades», afirmou. Apesar da irritação no Rato, Seguro reagiu com moderação dizendo que é «um líder feliz» com «tanta qualidade» de quadros no PS.
Livro sem segunda edição
A prova de vida de Costa acontece quatro meses e meio depois do lançamento do livro Caminho Aberto. Na altura, o PS em peso compareceu na Estação do Rossio. Os apoiantes acreditaram que seria o início de uma campanha que abalaria a liderança de Seguro. Previa-se até uma digressão pelo país, mas a realidade ficou aquém das expectativas.
As vendas do livro editado pela Quetzal foram modestas. A tiragem da 1.ª edição – três mil exemplares – não esgotou. «Por enquanto não se justifica uma segunda edição», diz ao SOL a editora. «Correspondeu às expectativas de venda que tínhamos», diz, realçando que não contém «textos inéditos», constituindo uma compilação de intervenções e escritos do autor. Quanto à digressão ficou-se por Porto, Coimbra e Leiria.
O quê que isto interessa!
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