Por Lusa
«O Palácio Pancas Palha, em Lisboa, tornou-se a “nova esperança” para a continuidade do trabalho da Companhia Olga Roriz, que deverá sair em breve das instalações da rua da Prata, disse hoje a coreógrafa à agência Lusa.
Em Maio deste ano, quando foi distinguida com o Prémio da Latinidade 2012, a coreógrafa tinha afirmado à Lusa que o galardão tinha um “sabor agridoce”, porque tinha recebido indicação de que iria perder o espaço cedido pela companhia de seguros Tranquilidade, onde se encontra há dois anos.
A bailarina e coreógrafa, de 56 anos, que dirige a companhia própria desde 1995, disse ainda na altura que ponderava deixar o país, porque “a arte está a desaparecer em Portugal, por falta de apoios”, como então justificou.
Contactada hoje pela Lusa, Olga Roriz indicou que continua a trabalhar no espaço na rua da Prata, aguardando, “a qualquer momento”, a ordem de saída definitiva.
“Fui contactada pela vereadora da Câmara Municipal de Lisboa [Catarina Vaz Pinto], que disponibilizou parte das instalações do Palácio Pancas”, junto a Santa Apolónia, para acolher a companhia de dança, indicou.
Também conhecido como Palácio Van Zeller, o Palácio Pancas Palha foi construído no século XVI e teve várias intervenções arquitectónicas e decorativas, datando a actual traça do século XVIII.
O palácio “está para ser vendido pela autarquia, por isso não será possível fazer um protocolo muito longo, mas há a possibilidade de se estender até uns três anos, o que é, para já, uma perspectiva muito boa”, avançou Olga Roriz.
Actualmente, a companhia está a ensaiar “A Cidade”, uma nova criação de Olga Roriz, que deverá estrear a 12 e 13 de Outubro deste ano no Teatro Camões, em Lisboa.
“Neste momento seria bom continuar os ensaios no espaço da Tranquilidade, porque o palácio precisa de alguns arranjos para nos receber”, indicou ainda a coreógrafa.
Em resultado de um acordo com a Companhia de Seguros Tranquilidade, Olga Roriz instalou-se naquele espaço no centro de Lisboa, onde desenvolveu um projecto pedagógico com aulas de dança, “workshops” e residências artísticas.
O contrato era renovado de três em três meses, e Olga Roriz foi confrontada com a impossibilidade de continuar, a partir de Setembro próximo, porque a Tranquilidade tem outros projectos para o edifício.
Nascida em Viana do Castelo, Olga Roriz estudou ballet clássico e dança moderna com Margarida Abreu e Ana Ivanova, ingressou na Escola de Dança do Conservatório Nacional de Lisboa e tornou-se primeira bailarina do Ballet Gulbenkian, onde foi depois convidada para coreografar.
Considerada uma das mais importantes artistas portuguesas e uma criadora revolucionária na história das últimas décadas da dança em Portugal, Olga Roriz recebeu em 2008 o Grande Prémio da Sociedade Portuguesa de Autores»
...
Fico duplamente contente. Ainda bem que não venderam o palácio ... mas, contrato por 3 anos, não devia ser por 1 ano, passível de ser prorrogado por mais 4? ... não há eleições para o ano?
Sem comentários:
Enviar um comentário